sexta-feira, 29 de outubro de 2010

E a saga Ford continua


Por www.fordparatodos.com.br


Para salvar a Ford, Mulally partiu para o ataque aos desperdícios e num dos primeiros pronunciamentos falou de uma heresia inominável até a bem pouco tempo atrás – “A Ford não precisa estar no negócio global de automóveis de luxo, não precisa possuir um terço da Mazda Motor Corp. (assunto atualmente em evidência na mídia) e a marca Mercury não tinha mais sentido”. O tempo mostrou que, em cada caso, ele estava certo. O mais importante era dar um foco para a companhia. E o “forasteiro” foi apoiado pela diretoria, pois a evidência apontava para “mudar ou morrer”. A empresa apoiou o “cara” porque sabia que ele estava certo Seus movimentos, outrora impensáveis, previam mudanças radicais para tentar voltar ao azul até 2009. Ele não concordava com as “oito Fords” que existiam quando assumiu a presidência da empresa. Sua idéia era se desfazer de empresas adquiridas no embalo de uma imagem que emprestava mais glamour para a Ford, como a Aston Martin, Jaguar, Land Rover, Volvo e Mazda. Sua primeira tarefa foi assegurar que a Ford tivesse bastante dinheiro na mão para resistir a uma possível tempestade de recessão, que ele já previa. Então, ele hipotecou todos os ativos da Ford, incluindo a marca “oval azul”, em Wall Street e arrecadou US$ 23,5 bilhões. “Na época, falei para uma plateia com mais de 500 banqueiros", lembra Mulally. Mas, o mais importante foi a solução: "Por que eles aceitaram a hipoteca e nos deram o dinheiro pedido”?, pensava o executivo. “A resposta foi positiva porque a Ford apresentou um plano”, que previa a venda de subsidiárias, corte de custos, redução de empregados – 50% dos 82.000 nos Estados Unidos, acordos com os sindicatos, com os quais negociou a redução dos custos trabalhistas etc. Dessa forma transparente, com o dinheiro arrecadado, a Ford fez “caixa”, com o qual se salvou da crise de 2008/2009, explica o presidente.Os lucros anunciados para 2010, que se previam apenas para 2011, são o resultado do trabalho de uma grande equipe, começando com o apoio total do conselho de administração e da família Ford e de colaboradores da empresa em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, a Ford já completou seu 27º trimestre consecutivo com resultados positivos e é a parte mais significativa das operações da empresa na América do Sul, que registrou lucro operacional, antes dos impostos de US$ 241 milhões no 3º trimestre deste ano. Esse lucro, significa que o mercado sul-americano obteve o segundo melhor resultado da Ford em todo o mundo, só perdendo para o mercado dos Estados Unidos onde os ganhos operacionais, antes dos impostos, chegaram a US$ 1.6 bilhão.O homem que comanda a centenária Ford, empresa que colocou o mundo sobre rodas, agora aposta nas gerações de carros compactos, em motores de menor potência, mais eficientes, menos poluentes e na revitalização do espírito de Henry Ford que projetava a idéia “Ford para todos”. “Agora, o negócio é trabalhar com modelos híbridos, como o Fusion, veículos elétricos e carros globais da proposta chamada de “One Ford” como o Focus e o Fiesta”, afirma Mulally e mais: “Todo mundo diz que não podemos ganhar dinheiro com carros pequenos. Bem, é melhor todos descobrirem como ganhar dinheiro com eles, porque é para onde o mundo do automóvel está caminhando”, conclui o executivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente, opine.