sexta-feira, 6 de agosto de 2010

De volta ao passado – O Rio e seu Salão do Automóvel de 1925



Por www.fordparatodos.com.br

Há 85 anos, de 1º a 15 de agosto de 1925, o Rio de Janeiro, através do Automóvel Clube do Brasil, organizou a 1ª Exposição do Automóvel. Por ser a capital da República e centro cultural do país, a exposição se tornou num grande evento social e teve total sucesso. Mesmo sem estradas de rodagem, naquele ano, as importações de automóveis já estavam na casa dos 13 mil veículos. Na abertura da Exposição, com milhares de visitantes, Francisco Sá, Ministro da Viação na época, se referiu ao nosso país como muito distante de qualquer produção industrial de automóveis. Mas concluiu que era preciso estimular importadores e obras viárias. A exposição foi instalada nos antigos pavilhões de Portugal e Itália, prédios que estavam ociosos, desde a grandiosa mostra internacional que comemorou o centenário da Independência do Brasil, em 1922. Segundo registros da época, o estande mais surpreendente e com maior afluência do elegante público carioca foi o da Ford. Já instalada no Brasil, montando automóveis em São Paulo, desde 1919, a Ford levou para o Rio uma completa linha de montagem do Ford T, com operários, engenheiros e todo o material necessário para produzir o veículo em seu estande.


O Rio, em 1911, registrava a presença de 908 veículos e dezenas de marcas diferentes. Nesse ano, surgiu a primeira publicação “especializada” em veículos automotivos: a Revista de Automóveis, lançada pelo jornalista Bastos Tigre, figura notável da “belle époque” carioca. A redação ficava na chiq avenida Central, 117. Seu primeiro número tinha como principal matéria uma campanha para se acentuar a fiscalização do caótico trânsito na Avenida Central onde disputavam espaço os automóveis, bondes, bicicletas e carroças de tração animal. Até 1920, as marcas de carros europeus predominavam a paisagem nas grandes cidades, onde circulavam Mercedes, Delahye, Renault, Benz, Fiat e Berliet. No interior do país, no entanto, o dono do mercado era o Ford T, desde 1908, pelas suas qualidades de robustez, durabilidade, facilidade de condução e preço. Uma das primeiras cidades contemplada com um Ford T foi Itu, interior de São Paulo, através do ricaço Otaviano Pereira Mendes. Em 1922 uma completa revolução cultural, na literatura, nas artes, na poesia, se instalou no país com a Semana de Arte Moderna, organizada por Di Cavalcanti, no Teatro Municipal de São Paulo, com o objetivo de mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. O pensamento brasileiro adquiria novas formas e conteúdos o que também refletia no desejo das pessoas de sonhar com o automóvel, ainda novidade no país. Na época, os automóveis que circulavam por aqui e que fizeram história foram: Bugatti, Hispano-Suiza, Gray, Packard, Hudson-Essex, Ítala, Lancia, Ford, Buick, Cadillac, Oldsmobile, Durant, Chevrolet, Star, Nash, Hupmobile, Rugby, Overland, Oakland, Franklin, Studebaker, Auburn, Paige, Locomobile, Marmon, Chrysler, Alfa Romeo, Berliet, Peugeot, Dodge, Isotta-Fraschini, Rolls-Royce, Citroen, Opel, Pontiac, Lincoln, Renault, entre outras marcas. Antes do evento carioca, no entanto, em outubro de 1923, Washington Luiz, presidente do Estado de São Paulo inaugurou no Palácio das Indústrias, no Parque D.Pedro, a I Exposição do Automóvel de São Paulo. No ano seguinte a Exposição teve seu número de estandes aumentado de 25 para 68 com destaque para a Ford que mostrou aos visitantes o funcionamento, ao vivo, de uma linha de montagem do Ford T. No ano seguinte, 1925, a empresa repetiu a atração na 1ª Exposição do Rio de Janeiro que ficou famosa por se tornar um marco histórico da indústria automobilística brasileira. Há 85 anos o Brasil era uma festa. Mas os anos dourados e de euforia se foram com o “crash” da bolsa de Nova York, em 1929, que colocou o mundo, literalmente, com os pés no chão.

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