Estreia hoje no CarPoint News a famosa coluna Alta Roda do jornalista Fernando Calmom, que trás muitas novidades do mundo automotivo e informações precisas sobre o mercado. Acompanhe todas as quintas aqui no blog e em breve no site.
O mercado brasileiro é francamente dominado por modelos compactos e seus derivados (picapes, SUVs, stations e monovolumes). Respondem por cerca de 80% das vendas totais de automóveis e comerciais leves. No entanto, há uma fatia de 12% representada pelos médios-compactos, que no ano passado somou em torno de 400.000 unidades. Nesse estreito segmento, modelos nacionais e importados lutam para conquistar um cliente de maior poder aquisitivo, mais exigente e, acima de tudo, lucrativo para os fabricantes. Estima-se que a margem líquida de ganhos seja até três vezes maior do que na média dos modelos que compõem a base do mercado. Entre os médios-compactos, 50% são sedãs, ou seja, 200.000 automóveis em 2010. O segmento apresenta algumas distorções em termos de porte. O Linea, por exemplo, é estreito como um Punto, mas a boa distância entre eixos o deixa como um compacto anabolizado. No outro extremo, existe o Citroën C4 Pallas com dimensões próximas às de médios-grandes. Em 2011, a oferta está crescendo. Primeiro com o Fluence, agora com o 408 e dentro de dois meses o novo Jetta. O carro da Peugeot substitui o 307 sedã, que nunca vendeu bem e saiu de linha em junho de 2010. O 408, também produzido na Argentina, é um automóvel de estilo moderno e linhas atraentes com o qual a marca francesa pretende capturar 10% das vendas de sedãs médios-compactos. Um lugar ao sol, portanto. Apesar de compartilhar a mesma arquitetura do C4 Pallas, somente os 2,71 m entre eixos (maior do segmento) ficaram intocáveis. É mais curto, mais largo e insignificantes 7 mm mais alto. Além disso, a Peugeot mudou tudo, inclusive as portas traseiras, cujo novo desenho facilita a passagem da cabeça ao entrar e sair. O espaço atrás para os passageiros está entre seus pontos altos. Os bancos dianteiros são ligeiramente elevados e, para o posto do motorista na versão de topo (Griffe), há comando elétrico. A tela do navegador, no alto e no centro do painel, é escamoteável também eletricamente, ao contrário do C3 Aircross. O carro tem preços competitivos, nas três versões de acabamento, que começam em R$ 59.500 e vão a R$ 79.900, incluídos três anos de garantia total. Houve cuidado com os materiais para valorizar a vida a bordo. O painel é todo recoberto por plástico de toque macio, mas nas laterais de portas voltam a ser duros. Para diminuir essa sensação de “economia” há muitos equipamentos: ar-condicionado de duas zonas, seis airbags, sensor de estacionamento traseiro, controle de trajetória (ESP), teto solar e retrovisores rebatíveis (ambos elétricos), além de rodas de ligas de 17 pol de diâmetro, entre outros. Isso já a partir da versão intermediária Feline. O motor não mudou – 2 litros/151 cv (etanol) –, mas a Peugeot tratou de melhorar o funcionamento do câmbio automático de quatro marchas. Afinal, 85% dos 408 estarão assim equipados. Houve evolução, sem dúvida, mas se a referência for outros câmbios modernos dos concorrentes ainda deixa a desejar. O carro demonstra um belo acerto de suspensões com equilíbrio ímpar entre conforto e estabilidade. Porta-malas de 526 litros tem tampa com dobradiças pantográficas, imprescindíveis em automóvel dessa categoria.
RODA VIVA
HONDA retirou os apêndices esportivos do novo Civic, exibido em janeiro último no Salão de Detroit, e o carro está pronto para estrear nos EUA, em meados do ano. É uma evolução do atual, sem rompantes de estilo. Continuam as pequenas janelas nas colunas A. Espera-se porta-malas um pouco maior. A filial brasileira aperta o passo para lançá-lo no final de 2011.
VOLKSWAGEN vai, finalmente, lançar esse ano o Gol G5 duas-portas (as mesmas existentes na Saveiro). Chega junto com a leve reestilização. Apenas o Gol G4 – 22% das vendas da linha – oferece carrocerias de duas e quatro portas. Verdade que mais uma versão pode não garantir aumento de participação, porém é preciso eliminar brechas.
FOGE da rotina a decisão da primeira presidente da GM do Brasil, Denise Johnson, de pedir demissão não apenas do cargo na filial, mas da própria empresa. Estava aqui há apenas oito meses. Em geral se acerta uma transição. Jaime Ardila, seu antecessor, acumulará funções com a direção da América do Sul. Acabara de mudar seu escritório de S. Caetano para S. Paulo.
MOTORISTAS, em geral, demoram em mudar hábitos. Apesar de mais de 80% dos automóveis novos terem motores flex, ainda não se nota migração maciça do uso de etanol para gasolina. Pelo menos nos Estados onde o combustível vegetal apresenta histórico de preço competitivo. Se isso ocorresse, o mercado se equilibraria de forma natural e em pouco tempo.
NEM sempre pneus são calibrados enquanto estão frios, como se recomenda. Acrescente quatro libras à pressão informada pelo fabricante do veículo e cheque de novo quando esfriarem. Com pneus quentes, ainda mais no verão, descarte a ideia de baixar para a pressão preconizada. Dica de José Quadrelli, da Bridgestone.
Contatos do autor: fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon
Alta Roda aborda temas de variado interesse na área automobilística: comportamento, mercado, avaliações de veículos, segredos, técnica, segurança, legislação, tecnologia e economia. A coluna semanal é reproduzida em 85 jornais, revistas e sites brasileiros. Está dimensionada com 5.000 caracteres e é editada nas 52 semanas do ano. Alta Roda começou a ser publicada em 1º de maio 1999. Firmou-se como referência no jornalismo especializado por sua independência e análises objetivas. Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
O mercado brasileiro é francamente dominado por modelos compactos e seus derivados (picapes, SUVs, stations e monovolumes). Respondem por cerca de 80% das vendas totais de automóveis e comerciais leves. No entanto, há uma fatia de 12% representada pelos médios-compactos, que no ano passado somou em torno de 400.000 unidades. Nesse estreito segmento, modelos nacionais e importados lutam para conquistar um cliente de maior poder aquisitivo, mais exigente e, acima de tudo, lucrativo para os fabricantes. Estima-se que a margem líquida de ganhos seja até três vezes maior do que na média dos modelos que compõem a base do mercado. Entre os médios-compactos, 50% são sedãs, ou seja, 200.000 automóveis em 2010. O segmento apresenta algumas distorções em termos de porte. O Linea, por exemplo, é estreito como um Punto, mas a boa distância entre eixos o deixa como um compacto anabolizado. No outro extremo, existe o Citroën C4 Pallas com dimensões próximas às de médios-grandes. Em 2011, a oferta está crescendo. Primeiro com o Fluence, agora com o 408 e dentro de dois meses o novo Jetta. O carro da Peugeot substitui o 307 sedã, que nunca vendeu bem e saiu de linha em junho de 2010. O 408, também produzido na Argentina, é um automóvel de estilo moderno e linhas atraentes com o qual a marca francesa pretende capturar 10% das vendas de sedãs médios-compactos. Um lugar ao sol, portanto. Apesar de compartilhar a mesma arquitetura do C4 Pallas, somente os 2,71 m entre eixos (maior do segmento) ficaram intocáveis. É mais curto, mais largo e insignificantes 7 mm mais alto. Além disso, a Peugeot mudou tudo, inclusive as portas traseiras, cujo novo desenho facilita a passagem da cabeça ao entrar e sair. O espaço atrás para os passageiros está entre seus pontos altos. Os bancos dianteiros são ligeiramente elevados e, para o posto do motorista na versão de topo (Griffe), há comando elétrico. A tela do navegador, no alto e no centro do painel, é escamoteável também eletricamente, ao contrário do C3 Aircross. O carro tem preços competitivos, nas três versões de acabamento, que começam em R$ 59.500 e vão a R$ 79.900, incluídos três anos de garantia total. Houve cuidado com os materiais para valorizar a vida a bordo. O painel é todo recoberto por plástico de toque macio, mas nas laterais de portas voltam a ser duros. Para diminuir essa sensação de “economia” há muitos equipamentos: ar-condicionado de duas zonas, seis airbags, sensor de estacionamento traseiro, controle de trajetória (ESP), teto solar e retrovisores rebatíveis (ambos elétricos), além de rodas de ligas de 17 pol de diâmetro, entre outros. Isso já a partir da versão intermediária Feline. O motor não mudou – 2 litros/151 cv (etanol) –, mas a Peugeot tratou de melhorar o funcionamento do câmbio automático de quatro marchas. Afinal, 85% dos 408 estarão assim equipados. Houve evolução, sem dúvida, mas se a referência for outros câmbios modernos dos concorrentes ainda deixa a desejar. O carro demonstra um belo acerto de suspensões com equilíbrio ímpar entre conforto e estabilidade. Porta-malas de 526 litros tem tampa com dobradiças pantográficas, imprescindíveis em automóvel dessa categoria.
RODA VIVA
HONDA retirou os apêndices esportivos do novo Civic, exibido em janeiro último no Salão de Detroit, e o carro está pronto para estrear nos EUA, em meados do ano. É uma evolução do atual, sem rompantes de estilo. Continuam as pequenas janelas nas colunas A. Espera-se porta-malas um pouco maior. A filial brasileira aperta o passo para lançá-lo no final de 2011.
VOLKSWAGEN vai, finalmente, lançar esse ano o Gol G5 duas-portas (as mesmas existentes na Saveiro). Chega junto com a leve reestilização. Apenas o Gol G4 – 22% das vendas da linha – oferece carrocerias de duas e quatro portas. Verdade que mais uma versão pode não garantir aumento de participação, porém é preciso eliminar brechas.
FOGE da rotina a decisão da primeira presidente da GM do Brasil, Denise Johnson, de pedir demissão não apenas do cargo na filial, mas da própria empresa. Estava aqui há apenas oito meses. Em geral se acerta uma transição. Jaime Ardila, seu antecessor, acumulará funções com a direção da América do Sul. Acabara de mudar seu escritório de S. Caetano para S. Paulo.
MOTORISTAS, em geral, demoram em mudar hábitos. Apesar de mais de 80% dos automóveis novos terem motores flex, ainda não se nota migração maciça do uso de etanol para gasolina. Pelo menos nos Estados onde o combustível vegetal apresenta histórico de preço competitivo. Se isso ocorresse, o mercado se equilibraria de forma natural e em pouco tempo.
NEM sempre pneus são calibrados enquanto estão frios, como se recomenda. Acrescente quatro libras à pressão informada pelo fabricante do veículo e cheque de novo quando esfriarem. Com pneus quentes, ainda mais no verão, descarte a ideia de baixar para a pressão preconizada. Dica de José Quadrelli, da Bridgestone.
Contatos do autor: fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon
Alta Roda aborda temas de variado interesse na área automobilística: comportamento, mercado, avaliações de veículos, segredos, técnica, segurança, legislação, tecnologia e economia. A coluna semanal é reproduzida em 85 jornais, revistas e sites brasileiros. Está dimensionada com 5.000 caracteres e é editada nas 52 semanas do ano. Alta Roda começou a ser publicada em 1º de maio 1999. Firmou-se como referência no jornalismo especializado por sua independência e análises objetivas. Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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