sexta-feira, 27 de junho de 2014
As tendências do crime e as soluções antifurto para veículos
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Por Fábio Nista
Diretor de Inovação da PST Electronics
O número de roubos e furtos de carros no Brasil não para de aumentar. O alto custo dos veículos e peças no País incentiva a existência de um mercado paralelo, que é alimentado pelas ações criminosas. Com a ineficiência das autoridades na prevenção e repressão das ocorrências, as montadoras e as empresas de soluções de segurança automotiva passaram a equipar os automóveis com sistemas cada vez mais modernos. Os bandidos, por sua vez, estão se tornando mais sofisticados nas tentativas de superar esses obstáculos tecnológicos, criando uma verdadeira corrida de “gato e rato” com os fabricantes.
Exemplos não faltam. Antigamente, para furtar um veículo bastava a utilização de uma “chave mixa”, que o abria e dava a partida facilmente. A famosa “ligação direta” foi amplamente difundida em filmes, novelas e seriados. Até hoje, é o método mais comum retratado no cinema e televisão. Mas a realidade anda bem diferente. Com o uso da tecnologia de transponders – sistema de codificação de chaves –, as ligações diretas foram inutilizadas. Os ladrões, é claro, não ficaram parados. Inicialmente, passaram a desviar os módulos. Quando as montadoras decidiram integrar o sistema à injeção eletrônica, adotaram a tática de substituí-los por versões adulteradas, permitindo que o veículo funcionasse sem o código.
Quando os alarmes com controles remotos tornaram-se populares, logo surgiram dispositivos capazes de capturar e retransmitir os códigos dos chaveiros transmissores. Os fabricantes reagiram com a criação da tecnologia rolling code, código mutável que se baseia em equações matemáticas seguras para transmitir sequências diferentes a cada comunicação. Assim, se tentarem usar um código capturado e retransmitido ilegalmente para desarmar o alarme do veículo, seu sinal não será reconhecido, pois já não é mais o “esperado” pela central. Quando a tecnologia evoluiu, tornando comuns os rastreadores GPS/GSM, os bandidos passaram a utilizar equipamentos para interferir nos sinais de satélite e de telefonia, os chamados jammers. Em contrapartida, os fabricantes optaram por investir em transmissores de RF (radiofrequência) customizados de alta potência e em sistemas de localização por triangulação de antenas, capazes de operar mesmo sob interferência.
Diante deste cenário, podemos nos perguntar: qual será o próximo passo dos bandidos? Meu carro está seguro? A resposta é muito difícil, uma vez que a imaginação humana, mesmo quando usada para atividades ilícitas, não tem limites. Para se proteger, os motoristas devem utilizar tecnologias atualizadas, complementando as soluções originais dos veículos. Apesar de robustos e sofisticados, os sistemas são bastante previsíveis, pois automóveis de um mesmo modelo possuem o mesmo equipamento de segurança, em um mesmo local de instalação, tornando a ação de roubo mais simples. Os produtos de aftermarket adicionam um nível a mais de proteção. Devido à sua imprevisibilidade (diferentes sistemas e locais de instalação), dificultam a atuação dos bandidos. A instalação realizada por profissionais capacitados é também essencial para seu funcionamento e qualidade, evitando problemas como disparos falsos, e garantindo a confiabilidade do usuário.
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