terça-feira, 13 de julho de 2010

A corrida para a China



Por www.fordparatodos.com.br

Há alguns anos, quando diversos países asiáticos entraram no negócio automóvel, construindo fábricas e tentando vender seus produtos no exterior, se depararam com grandes problemas de qualidade e segurança nos veículos que produziam. Além disso, o design, geralmente, era copiado de modelos europeus. Foi assim com o Japão quan do começou a produção de automóveis. O País levou 30 anos para entender que copiar modelos não levava a nada. Vender qualidade seria a única saída, e eles conseguiram grandes produtos. A vizinha Coréia do Sul demorou uns 15 anos para seguir o mesmo caminho e despejar produtos de ótima qualidade em todo o mundo. No entanto, o recente fenômeno chinês de alcançar, com êxito, o mercado global, seguiu um caminho diferente, mas não menos eficaz. O País oferece mão de obra barata sem, todavia, abdicar da qualidade de seus produtos. Com um gigantesco mercado interno, crescendo em qualidade de vida e no poder aquisitivo, os capitães da indústria automobilística chinesa não perderam tempo e procuraram oferecer parcerias, fazer “joint-ventures” e obter importantes participações de inúmeras empresas automotivas de renome mundial que, para lá carregaram suas tecnologias de ponta. Conclusão: os chineses levaram só 5 anos para o desenvolvimento de produtos para o mercado interno e externo de excelente qualidade e, assim, poder competir com as marcas mais tradicionais da Europa e Estados Unidos. Fábricas importantes como, por exemplo, a Ford Motor Company, está presente na China, onde produz o Mondeo, Focus, Fiesta e S-Max, para o mercado interno. A empresa acaba de comemorar um crescimento nas vendas da ordem de 53% no primeiro semestre de 2010, em relação ao mesmo período de 2009. Segundo o presidente e CEO da Ford Motor China, Robert Graziano, foram vendidas 301.524 unidades na China nos primeiros seis meses de 2010 enquanto a Changan Ford Mazda Automobile também registrou venda recorde de 205.563 unidades no primeiro semestre, um aumento de 46% em relação a igual período de 2009. Além disso, os Focus Hatch e Sedan, produzidos na China desde 2005, alcançaram, neste ano, a marca acumulada de 500 mil unidades colocadas no mercado interno chinês. A empresa americana tem parceria na China com a Changan Automobile Group e Mazda motor do Japão. A Volkswagen, já dispõe de três unidades montadoras na China, uma forma de conseguir melhores preços em seus produtos na disputa do mercado global. Ela acaba de anunciar que vai construir mais uma fábrica, em parceria com a sócia China FAW Group Corp, com investimento de 1,2 bilhão de dólares, na cidade de Foshan. A General Motors também esta presente, associada à SGMW – SAIC – Shanghai Automotive Industry Corporation, GM China e a Liuzhou Wuling Limited Motors. A SAIC, estatal chinesa, a maior delas, é também responsável pela linha de produtos Chevrolet, Buick e Cadillac. No ano passado, a GM vendeu 1.8 milhão de automóveis na China. A PSA Peugeot-Citroen é outra que vê a China como uma grande oportunidade de crescimento em suas vendas. No ano passado, a empresa colocou no mercado 272 mil veículos da marca e tem como objetivo chegar, ao final de 2010, com vendas no patamar de 400.000 unidades. A Honda, também não perdeu tempo em produzir na China. A empresa japonesa trabalha com quatro fábricas e espera montar, na China, cerca de 830 mil veículos por ano a partir do segundo semestre de 2012, isto é, quase 30% a mais do que agora. O brasileiro Carlos Ghosn, presidente da Nissan, planeja aumentar a capacidade de produção, no País das muralhas, para 900 mil unidades até 2012. Novidade é a direção que toma a Daimler-Mercedes ao anuncar que pretende construir carros elétricos na China, em parceria com a BYD Auto. No início de junho, foi a vez da indiana Tata Motors anunciar que tem planos de construir os carros da Jaguar e Land Rover, marcas compradas da Ford Motor Company, em 2008, por US$ 2,5 bilhões, no país vizinho. O objetivo é alcançar, na China, menores custos de produção o que permitiria à empresa expandir as vendas dessas marcas de luxo nos mercados emergentes. A Zhegiang Geely Holding, a maior montadora privada chinesa que, no ano passado, comprou a Volvo Cars, da Ford, por 1.8 bilhão de dólares dá andamento à produção dos carros de origem sueca. Dentro desse complexo de empresas e associações, importante se registrar, também a Chery, única estatal 100% chinesa e com desenvolvimento próprio de veículos. Ninguém poderia sonhar há alguns anos que a China teria capacidade para superar os países, até então, maiores produtores de automóveis no mundo. Hoje, a China é o maior fabricante mundial de automóveis, com cerca de 150 fábricas e vendas de mais de 13 milhões de veículos, no ano passado. E o regime forte do governo chinês não quer ver, em hipótese alguma, a imagem do país arranhada com produtos de baixa qualidade. O mais interessante é que a máxima de “se não consegue vencer o inimigo, o melhor é se associar a ele”, entrou em vigor em escala jamais imaginada. Por isso, atualmente, estão na China todos os gigantes da indústria automobilística mundial, em parceria com fábricas chinesas que sabem perfeitamente que, para conquistar fatias de mercado no exterior, os itens de séries mais importantes são: comprometimento com a qualidade, segurança, tecnologia embarcada, motores confiáveis, conforto, garantia e preço. Conclusão: a China é, hoje, a galinha dos ovos de ouro para qualquer fabricante da indústria automotiva mundial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente, opine.