quarta-feira, 6 de outubro de 2010

História de sucesso: a linha de montagem automotiva completa 97 anos em 7 de outubro




Por www.fordparatodos.com.br

Numa época de alta tecnologia em que vivemos, onde até as crianças tem excelente domínio de avançados programas e games é difícil imaginar como as coisas aconteciam um século atrás. Após a histórica revolução industrial inglesa o maior feito que alargou os horizontes da fabricação em série dos mais diversos produtos foi a linha de montagem automotiva. Uma idéia que não nasceu de um “estalo”, mas de muito estudo, observação e criatividade, cujo resultado se reflete até hoje no trabalho de uma montadora – um carro a cada 90 segundos. O modelo T da Ford, no início de sua produção consumia 12 horas e meia para que um único veículo deixasse a fábrica da empresa em Detroit. Segundo o próprio Henry, o sistema de produção era tedioso e lento. O processo permitia a construção manual de um carro por vez: o chassi permanecia em um local e não se movia até que o carro ficasse completamente pronto. As instalações da Ford tiveram origem, em 1903, na fábrica de Piquette Avenue e logo se expandiu para a unidade de Highland Park, ambas em Detroit. Os gerentes de estoque corriam literalmente pelo chão da fábrica em busca de peças. Os automóveis feitos à mão exigiam várias horas de trabalho especializado e caro, o que resultava em preços altos. Era necessário um método de produção de carros em massa, que também usasse o trabalho não-especializado e barato. Em 1910, Ford já perseguia a idéia que se conseguisse resolver esse problema e produzir um carro completamente independente do ponto de vista mecânico, cujo preço fosse acessível a milhões de pessoas que ainda não podiam comprar um carro, seria o passo decisivo para o seu desejo: Ford para todos.




O êxito de vendas do Ford T encontrava um grande gargalo justamente na produção. O público expressava claramente o desejo da massa de possuir um Modelo T. Com toda essa pressão, finalmente Henry Ford conseguiu desenvolver um conceito bastante revolucionário: em vez de levar o operário até a tarefa, era preciso levar a tarefa ao operário. Ele e Charles Sorensen, um dinamarquês que Ford contratou como assistente, em 1905, faziam testes para descobrir a solução. No início, os carros eram montados sobre bancadas ou "suportes" moveis, empurrados de um local ao outro, onde as peças era fixadas. Mais tarde, os operários da Ford tentaram mover as peças pela linha de produção sobre esteiras inclinadas. Essa inovação acelerou a produção, mas a maioria dos carros ainda era feita a mão. Uma grande mudança foi introduzida em abril de 1913. Um engenheiro de produção na área de montagem de magneto do volante do motor testou uma nova forma de unir as peças desse componente. A operação era dividida em 29 etapas distintas. Os operários eram orientados a colocar apenas uma peça na montagem antes de empurrar o volante do motor pela linha para o próximo funcionário. Antes, um empregado demorava 20 minutos para montar um magneto de volante de motor. Quando o trabalho foi dividido entre 29 homens, o tempo caiu para 13 minutos. Outras inovações reduziram esse tempo para 5 minutos. Aos poucos, essa estratégia foi aplicada à construção do motor e de outras peças. Em 7 de outubro de 1913, a idéia de levar a tarefa ao operário havia atingido seu auge. Nesse dia histórico, a empresa instalou uma linha de montagem final simples em Highland Park, na qual um chassi era puxado lentamente pelo chão da fábrica por uma corda e um trilho. As peças, os componentes e 140 montadores ficavam posicionados em intervalos diferentes ao longo da linha de 45 metros de comprimento. À medida que o chassi deslizava pelo chão, os operários fixavam as peças ao carro. Quando o primeiro carro terminou de ser montado, os operários da produção ficaram surpresos com o tempo poupado. Em vez de 12 horas e 30 minutos para construir um único carro, eles conseguiram a façanha de montá-lo em 5 horas e 50 minutos.



Essa linha confirmou a eficiência do método, disse Henry e assim nasceu a linha de montagem móvel de automóveis e, com ela, uma nova era de expansão industrial. Logo depois, a corda foi substituída por um sistema de transporte "sem-fim" acionado por energia elétrica nivelado ao chão e suficientemente largo para acomodar o chassi,, com espaço de sobra, nos dois lados, para que os operários se posicionassem e executassem suas tarefas. Os primeiros operários da linha fixavam os suportes dos pára-lamas à estrutura do chassi. O motor era introduzido no décimo estágio. Alguns homens executavam apenas uma tarefa, outros realizavam várias. O trabalhador que acrescentava o parafuso não colocava a porca, e o operário que adicionava a porca não a apertava. Linhas de montagem posteriores foram erguidas até a altura da cintura para reduzir a inclinação dos homens. "Poupe dez passos por dia de cada um dos doze mil empregados", dizia Ford, "e você estará economizando 80 quilômetros de movimentos inúteis e energia mal despendida". Para aumentar ainda mais a eficiência, Henry ordenou que, a partir de 1914, os carros do Modelo T fossem produzidos apenas na cor preta, pois essa tinta secava mais rápido que as outras. Por isso o comentário tão citado na história de Ford - "O cliente pode ter um carro na cor que desejar desde que seja a "preta". No entanto, anos depois, como a concorrência de outros fabricantes aumentou e aperfeiçoamentos nas tintas facilitaram o problema de secagem, o Modelo T tornou-se disponível novamente em outras cores além da preta. A revisão constante do processo de produção reduziu o tempo de fabricação de um único carro para 93 minutos em 1914. Os resultados foram imediatos e extraordinários. Em 1912, a Ford havia produzido 82.388 unidades do Modelo T a US$ 600. Em 1914, ela produziu 308.162 carros, mais que todos os outros fabricantes juntos. Em 1916, a produção do Modelo T havia subido para 585.388 e o preço caído para 360 dólares. Mais de 700.000 carros do Modelo T foram produzidos e vendidos naquele ano e a competente rede de revendedores da Ford conseguiu vender cada um deles. Após 97 anos, a história registra a persistência da personalidade do século XX na implantação da linha de montagem móvel, o maior presente de Ford para o desenvolvimento industrial que, definitivamente, colaborou muito para mudar o mundo.


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