quinta-feira, 20 de julho de 2023

Será que os carros seminovos se recuperaram da queda de preços?

 

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 A iniciativa do Governo Federal que visava reaquecer as vendas de carros novos no Brasil, por intermédio de desoneração fiscal, durou exatamente um mês, entre 7 de junho e 7 de julho. Veículos de até R$ 120.000 tiveram quedas nos preços sugeridos com a redução transitória de PIS e Cofins, embora várias montadoras tenham aproveitado o ensejo e trabalhado com bônus especiais para ampliar o desconto. Na prática, de acordo com os cálculos do governo, cerca de 125 mil unidades extras foram incorporadas às ruas com a medida.

Diante da dúvida dos impactos que essa redução nos preços dos carros novos teria nos valores de mercado dos seminovos, a Mobiauto apressou-se em buscar em sua base de dados uma resposta para o consumidor. De acordo com o levantamento da plataforma, houve uma queda média instantânea de 5,13% (maio para junho) nos preços dos carros populares seminovos.

Mas a redução acabou. Esses usados teriam recuperado essas margens, já que os preços dos novos retornaram, em tese, aos patamares anteriores?

Nessa nova pesquisa, realizada com populares seminovos anos/modelos 2022 e 2023, a resposta é não. Os preços não foram restaurados. Quem explica é o economista que conduziu o levantamento, que é consultor automotivo e CEO da Mobiauto, Sant Clair de Castro Jr.: “Apuramos os preços desses seminovos na primeira quinzena de junho e repetimos a pesquisa no mesmo período de julho. Registramos nova queda de 0,75% na média, o que indica, na prática, estabilidade. Ou seja: o carro zero km voltou a subir, mas nem todos os seminovos conseguiram acompanhar”, explica.

O CEO da Mobiauto lembra que os movimentos de queda nas cotações, geralmente impulsionados por concorrência, são mais rápidos do que as altas nos preços, que ocorrem quando há elevação nos preços dos modelos zero km. “Preço de carro se define pela média dos modelos à venda. Sempre há alguns clientes que têm maior urgência na venda e acabam ‘queimando’ o carro com valores mais baixos, mesmo que o vetor de preços indique alta. Isso torna o aumento nas cotações de seminovos sempre um processo mais moroso”, garante.

E há, também, diferenças em relação aos patamares de preços. Isso a pesquisa realizada pela área de Dados e Estatísticas da Mobiauto deixa bem claro. Sant Clair explica. “Nosso levantamento levou em conta 35 carros, considerando os dois anos/modelos. Se pegarmos os dez que mais valorizaram, o preço médio desses modelos é R$ 106.620”, diz. Veja na tabela abaixo.



O executivo conclui o raciocínio. “Note que são os carros com motor 1.0 mais caros, com destaque para os SUV´s ou modelos que são campeões de vendas, caso do Onix e do HB20. Esses modelos ganharam preços imediatamente, em um mês”, afirma Castro Jr. Ao contrário deles, os dez que mais perderam cotações são modelos, na média, mais baratos. Confira na próxima tabela.

Aqui ocorre um fenômeno interessante. Na média dos dez, o preço médio é R$ 83.665, e isso porque há duas exceções, que são o Tracker e o Fastback, como modelos mais custosos.

“No caso do SUV da GM, a explicação é simples: a perda de cotação decorre dos incrementos em equipamentos e acessórios realizados no ano/modelo 2023, que tornaram o 2022 menos atrativo. Já no caso do Fastback, que é um carro novo, o decréscimo no preço do usado tem a ver com uma estratégia da Fiat em manter o zero km com preços mais agressivos, o que acabou jogando o seminovo pra baixo. De resto, todos os demais são modelos mais baratos, com valores abaixo dos R$ 80 mil”, sintetiza o consultor, explicando que isso aconteceu por estratégia das montadoras em segurar os preços dos carros novos em níveis mais competitivos, mesmo após o retorno do “preço cheio”, ou seja, quando foi encerrada a queda de impostos.

Fonte: eduardopincigher@hotmail.com


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