Por Jon H. Harsch*
Washington e Sertãozinho* – Com a primeira remessa de 28 mil litros de etanol extraído da palha de trigo, feita há alguns dias, os motoristas dinamarqueses inauguram uma nova era, reduzindo as emissões de gás de efeito estufa ao rodarem abastecidos com resíduo agrícola. O avanço no setor dos biocombustíveis faz parte do acordo da empresa de petróleo norueguesa Statoil para comprar 5 milhões de litros de bioetanol celulósico da biorrefinaria piloto da dinamarquesa Inbicon, que será adicionado à gasolina. No Brasil o novo processo de fabricação de etanol também não tarda a chegar. O custo-benefício necessário para que o etanol de palha fosse comercialmente viável é resultado das novas enzimas desenvolvidas pela Novozymes, que enviou nesta semana o vice-presidente global, Thomas Nagy, para participar do XII Fórum Internacional sobre o Futuro do Álcool, em Sertãozinho - SP. Em sua apresentação, Nagy mostrou várias possibilidades para o bioetanol celulósico no Brasil e no mundo. “Dentro de poucos anos as companhias brasileiras líderes de mercado poderão assegurar um fornecimento de biocombustível celulósico em escala industrial”, disse o vice-presidente. Nos planos da companhia dinamarquesa e parceiros brasileiros, como o Centro de Tecnologia Canavieira de Piracicaba e a fabricante de equipamentos, Dedini, está a construção de plantas-piloto, o lançamento de enzimas específicas para esse tipo de indústria em escala comercial e até mesmo o início da construção de usinas de etanol celulósico propriamente ditas, a partir de 2012. Na Dinamarca, Poul Ruben Andersen, Diretor de Marketing de Biocombustível da Novozymes, declarou que, depois acordo Inbicon/Statoil, agora é preciso que a indústria e a esfera política estejam firmemente engajadas para seguir adiante. “Estamos bastante entusiasmados pelo fato de que os motoristas dinamarqueses já podem abastecer os seus carros com biocombustível derivado de um resíduo agrícola. Isto mostra que a tecnologia já está pronta e que dá resultados. Só precisamos colocar a produção comercial de grande escala para funcionar”, disse Andersen. Antes do acordo, a Statoil comprava biocombustível de primeira geração extraído de produtos que também são usados como alimento, tais como o milho, o trigo e a beterraba. O novo acordo prevê o fornecimento de biocombustível de segunda geração feito com resíduos agrícolas e florestais. Niels Henriksen, diretor executivo da Inbicon, diz que o desafio está em colocar os biocombustíveis no mercado a um custo competitivo. “A principal meta é provar que o processo da Inbicon é viável sob condições industriais.” Ele acredita que a parceria Inbicon/Novozymes é essencial para o desenvolvimento de novas enzimas que tragam o melhor custo-benefício para o etanol celulósico.
*Jon H. Harsch, da Agri-Pulse Communications, com Enfoque Comunicação
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