segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Falta de asfalto aumenta riscos no trânsito


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Por APRPP
Assessoria de Imprensa: Link Portal da Comunicação

Não é de hoje que os pedestres são as maiores vítimas de acidentes no trânsito. Segundo estimativa da CET – Companhia de Engenharia de Tráfego, quase 50% das mortes nas vias da cidade de São Paulo são de pessoas que se locomovem a pé. Em 2010, ocorreram 7.007 atropelamentos com 630 vítimas fatais, sendo que muitas delas eram jovens e crianças.

Na frente do colégio Albert Sabin, que fica dentro do Residencial Parque dos Príncipes, bairro localizado na zona Oeste da Capital paulista, há duas pistas para circulação de carros, porém uma delas está sem asfalto. A falta de pavimentação em uma das vias da Avenida Darcy Reis induz os motoristas a utilizarem apenas um dos lados a qual fica com duas mãos de direção e com parada de veículos. No momento de grande fluxo de carros, principalmente durante a entrada e saída dos estudantes do colégio, o tráfego em sentido duplo em uma única via complica muito a situação e exige mais atenção dos vigilantes, dos condutores e dos pedestres o que aumenta os riscos de acidentes.

Por outro lado, “nos dias mais secos, os carros que utilizam a pista sem asfalto levantam nuvens de poeira que incomodam e irritam os motoristas e pedestres, diminuindo sua atenção e apressando suas manobras, o que se torna fator de risco adicional“, afirma Winfried Ludewig, diretor de Comunicações da APRPP – Associação dos Proprietários do Residencial Parque dos Príncipes e morador há 17 anos do bairro. “Eu moro próximo do Albert Sabin e é comum ver crianças totalmente envoltas no pó nada saudável levantado pelos veículos”, acrescenta.

Para amenizar os riscos gerados pela poeira e não comprometer a saúde dos alunos, a administração do colégio adotou adota um procedimento de defesa. De acordo com Fernando Augusto de Mello, Diretor Administrativo-Financeiro do Albert Sabin, “para atenuar o pó levantado nos dias mais críticos, nós utilizamos um caminhão-pipa”, diz. “É uma solução eventual, parcial e precária, o correto mesmo é que a Prefeitura pavimente o trecho e implante mão única de direção nas duas pistas” comenta Ludewig.

A escola Albert Sabin que atende 1.600 alunos no período da manhã e 900 à tarde toma diversas medidas de precaução e segurança. “Contamos com dois seguranças e quatro colaboradores para orientar os pais e auxiliar os alunos ao atravessar a faixa de pedestre. Também temos uma área específica com 10 vagas para o embarque e desembarque das vans escolares sem que haja a necessidade dos estudantes de cruzar a rua e possuímos ainda um estacionamento”, menciona. “Com esses cuidados conseguimos agilizar a entrada e saída em apenas 15 minutos e, o mais importante, evitando acidentes”, completa Fernando de Mello.

Na cidade de São Paulo, o Albert Sabin é uma exceção quanto à sinalização e apoio no embarque e desembarque na frente dos estabelecimentos de ensino. Segundo Horácio Figueira, especialista no trânsito e vice-presidente da Abraspe (Associação Brasileira de Pedestres), tanto nas escolas públicas como nas estaduais, a realidade é outra. São constatados problemas como: calçadas esburacadas, falta de faixa de pedestre, lombada e inscrição no asfalto avisando para diminuir a velocidade. “Para a situação mudar é necessário, além de uma sinalização de trânsito adequada, a conscientização de todos, desde a fiscalização até o respeito dos motoristas para com o pedestre”, informa.

De acordo com especialista, um dos maiores problemas encontrados quando os pais vão deixar seus filhos na escola são as infrações cometidas. “Muitos dos motoristas fazem filas duplas e estacionam em locais irregulares. Também é muito comum, na pressa, os pais embarcarem seus filhos no carro sem o cinto de segurança e, em seguida, engatar a primeira marcha e sair bruscamente”, expõe. Outro desrespeito ocorre no transporte escolar: “o condutor fala ao celular quando está dirigindo, não coloca cinto, esquece de dar seta na conversão, além da falta de cuidados específicos com as crianças”.

Para Janete Munhoz Carvalho, mãe de Miguel de 7 anos e Mariana de 11 anos, a orientação nas escolas é importante para estimular o respeito às regras de trânsito e ao pedestre. “Meus filhos estudam desde os 3 anos no Albert Sabin e sei que a educação recebida desde pequenos será essencial para que eles saibam conviver em sociedade”, diz. “Quando deixo as crianças na escola, praticamente desembarco dentro do colégio, além de contar com o auxilio dos profissionais”, acrescenta.

Lá os estudantes são conscientizados sobre a importância do trânsito seguro por meio de diversas atividades. Neste ano, a escola fez a campanha “O trânsito mais educado”, na qual realizou palestras, criou um mascote e adesivos para colocar no carro dos pais. A ação também promoveu uma simulação de como atravessar as ruas corretamente e como proceder em casos de primeiros socorros, entre outras dicas. “Todo início de ano letivo, enviamos um comunicado informando, aos responsáveis pelos alunos, os cuidados que devem ter ao deixarem seus filhos próximos das vias”, informa Mello, do Albert Sabin.

Segurança no trânsito

Na tentativa de diminuir os acidentes no trânsito na cidade, a CET elaborou o “Programa de Proteção ao Pedestre”. Desde sua implantação, foi constatada a redução de 61% nos atropelamentos. Para Horácio Figueira, a iniciativa chegou atrasada. “Fiz uma pesquisa em 2007 e constatei que metade dos motoristas deixa de sinalizar ao fazer a conversão”, ressalta. “A situação está tão crítica que qualquer medida feita para diminuir o número de mortes de pedestres no trânsito dará resultado”, alega. “Espero que o programa seja espalhado para toda a cidade e que haja a cobrança da sociedade por uma fiscalização eficiente”, completa.

O consultor conhece por experiência própria a triste realidade do desrespeito ao pedestre. Há um ano, sua filha foi atropelada no cruzamento das avenidas Dom Pedro I e Ricardo Jafet, devido à conversão do motorista sem sinalizar a seta. Também o irmão de Horácio foi vítima fatal de atropelamento quando era garoto. “Eles são mais dois nas estatísticas. Eu defendo o pedestre há 30 anos, essa é a minha missão desde pequeno. Infelizmente, no Brasil, temos que esperar que morram milhares de pessoas, vítimas do trânsito, para que seja tomada uma atitude”, indaga. “Os investimentos na sinalização como a inclusão de semáforos, faixas de pedestres visíveis e agentes em todos os cruzamentos evitariam mais acidentes”, acrescenta.

Para evitar o atropelamento, seja na porta da escola ou em qualquer ponto da cidade, Figueira sugere alguns cuidados: “crianças devem fazer a travessia sempre acompanhadas; não confie apenas na seta dos veículos ao atravessar um cruzamento; olhe para os dois lados, mesmo com farol fechado e aguarde sempre na calçada”.

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