sexta-feira, 4 de março de 2011

Avaliação – Chevrolet S10 Rodeio 2.4 Flexpower 4X2 cabine dupla 2011


Por Marcus Lauria
Fotos: Raphael Machado e Marcus Lauria

Lembro como se fosse hoje, foi em 1995 quando a Chevrolet lançou a sua picape média no mercado nacional, a S10. Era a sensação nas ruas, virou febre entre os apaixonados por carros, todos queriam ter uma. Em 1997 a S10 ganhou a opção de cabine dupla e estendida, aumentando ainda mais a sua oferta de versões. Em 1998 chega a série Champ com motor V6, e cor verde - Referência à Copa da França, no ano seguinte surge a versão 4x4, chega ao fim a cabine estendida e pequenas mudanças estéticas são realizadas para dar mais fôlego ao modelo. Em 2000 sofre outra reestilização mais profunda, com faróis quadrados e novo capô, no mesmo ano é inserido o novo motor TurboDiesel 2.8 MWM Sprint e mais uma edição especial, a Barretos com motor 2.2. Em 2001 o Motor 2.2 passa a ser de 2.4 litros e é apresentada a primeira versão da S10 Rodeio, como série especial. No ano de 2002 o motor V6 passa de 180 para 192 cv e é lançada a versão S10 Sertões com motor 2.8 Turbodiesel. Em 2004 a Chevrolet resolve mudar algumas versões e recolocar outras e são oferecidas as versões Colina, Tornado e Executive no mercado. No ano de 2005 a recebe uma grade dianteira em formato de cruz e uma entrada de ar falsa no capô. Em 2005 surge mais uma vez a série Rodeio, limitada a apenas 1200 unidades. No mês de janeiro de 2007 é apresentado o novo motor bicombustível 2.4 com potência de 147 cv álcool ou 141 cv gasolina, sofre mais uma reestilização em maio de 2008 e finalmente em setembro de 2010 a versão Rodeio vira versão de série. A S10 deve ser totalmente renovada no próximo ano, seguindo a linha de investimentos da empresa no Brasil, que pretende renovar toda sua linha até 2014.



Após observar o breve resumo da “vida” da S10 em nosso país, é possível perceber que nesses 16 anos de trajetória o modelo sofreu apenas mudanças estéticas e as mais significativas ficaram por conta dos motores. A S10 é líder em vendas no Brasil. De janeiro a dezembro de 2009, foram emplacadas 39.242 unidades, resultado que conferiu ao modelo uma participação de 35,6% no segmento, contra 30.996 unidades do segundo colocado. Em 2010, a frota de picapes médias no Brasil superou um milhão de unidades comercializadas. A S10, sozinha, responde por quase 40% desta frota em circulação. Em 2010 foram comercializadas 43.086 unidades, o que lhe rendeu 34.2% de participação e o 16º ano consecutivo na liderança do segmento. O resultado superou em 3.844 unidades o recorde anterior, registrado em 2009. A nova versão, batizada de Rodeio, veio para comemorar esses novos recordes de vendas e para fazer referência ao grande público da S10, que mora ou trabalha no campo, segundo informa a marca da gravata dourada. A nova versão chega recheada de equipamentos e com um tema muito popular para homenagear uma das festas do interior do Brasil, os rodeios.




A S10 Rodeio é uma versão intermediária da picape média da Chevrolet e chega com algumas novidades estéticas. O modelo recebeu faixas laterais, com o nome da versão, que lhe caiu muito bem. A versão recebeu um estribo lateral e ganhou rodas de alumínio, aro 16, pintadas em grafite, deixando a aparência mais “tuning”. Trás de série o rack no teto – semelhante ao utilizado na versão Executive - adesivos no capô, em volta do air scoop, e na tampa traseira, com o nome da versão. Para completar as lanternas traseiras receberam um acabamento fumê e os faróis possuem máscara negra. Por dentro a S10 Rodeio manteve a iluminação interna em Ice Blue, a mesma encontrada no Malibu e no Agile e ainda conta oferece diversos porta-objetos para acomodar os pertences de todos os ocupantes em seu interior. Fora esses itens de série, o consumidor pode adquiri vários acessórios originais para incrementar ainda mais a picape, como santantônio e o cover do rack – uma cobertura plástica que deixa o visual ainda mais agressivo – e pelo protetor de caçamba. Também são oferecidos sensor de estacionamento, o GPS, a geladeira interna e o cabide para jaquetas ou paletó, além de quatro diferentes opções de rádio com CD player e MP3. Oferecida apenas na configuração de cabine dupla e com motores flex e diesel (essa com opções de tração 4x2 e 4x4). Todas as versões – tanto a diesel, quanto a bicombustível - trarão de série: ar-condicionado, direção hidráulica, vidros, travas das portas e espelhos retrovisores elétricos, coluna de direção regulável em altura, vidro traseiro corrediço, piloto automático – para a versão diesel – e ABS, além do controle deslizante das rodas traseiras, o Trac Lock.


O CarPoint News teve a oportunidade de avaliar por uma semana a S10 Rodeio, que virou modelo de série na gama de opções na tabela de preços da marca, com cabine dupla e motor 2.4 flexpower, com tração 4x2, a versão testada era completa, com todos os opcionais e acessórios possíveis. O modelo recebeu alguns apliques externos e algumas perfumarias que vieram para dar mais fôlego a pick-up mais vendida do Brasil. O destaque da dianteira fica por conta da régua cromada na parte superior da grade, que é pintada na cor do veículo e que segue o estilo dos modelos da marca pelo mundo, com uma faixa central, com a “gravatinha” dourada ao centro. Para aderir aos adeptos do Tuning, a Chevrolet resolveu aplicar uma tomada de ar sob o capô, que não tem nenhuma função, a não ser a estética. Os pára-choques, tanto o dianteiro, quanto o traseiro, receberam apliques na cor preta. O rack, o santoantônio e os estribos ficaram quadrados, antes eram arredondados. Ainda na parte externa, aonde a pick-up mais mudou é possível observar o novo aplique preto na coluna do pára-brisa, que se juntou à coluna central, que já existia na mesma versão de 2005.




Por dentro, a sensação de “lugar comum” é obeservada logo ao entrar na S10 Rodeio, parece que não saímos de 1995, época em que a S10 ainda era novidade. Com pequenas mudanças, como novo painel de instrumentos, alguma melhora na qualidade dos materiais internos, como plásticos do painel e das laterais da porta, dando aspecto de um carro popular. Ainda por dentro a versão avaliada tem quase todas as mordomias que se precisa, vidros, travas e retrovisores elétricos, direção hidráulica e ar-condicionado, que gela bastante. Uma novidade é a trava elétrica das portas, que tem assistência pneumática, para suavizar o movimento das fechaduras, recurso já utilizado na S10 Executive de 2009. Seu preço parte de R$ 66.025 para a versão 2.4 Flexpower 4x2, passando para R$ 89.366 para a versão 2.8 Turbodiesel 4x2, chegando a custar R$ 95.541 para a mais completa 2.8 Turbodiesel 4x4.


Utilitários não são os reis da estabilidade. E a S-10 faz parte desse clube. A picape balança e solta a traseira em curvas mais ousadas e também em pisos mais castigados, os buracos são sentidos no estômago, chacoalhando para todos os lados. As rodas, grandes e com pneus de perfil alto, copia as imperfeições do asfalto e gera um problema de comunicação com o volante. Nas retas, os modelos balançam bastante e tornam as viagens longas cansativas. A S-10 é bruta por fora e por dentro. Os comandos do painel são “duros” e o câmbio tem engates difíceis, que exigem esforço no manuseio. O consumo é supreendente para utilitários médios. Segundo a GM, com álcool a S-10 faria 7,2 km/, com gasolina, o número sobe para 10,4 km/l. A reconfiguração do motor para flex foi um ganho, mas os demais recursos do carro se ressentem da idade. Os sistemas eletrônicos são limitados e muito antigos e os chassis não têm um comportamento tão equilibrado quando o de modelos mais modernos. A picape S-10 Rodeio fica bem agradável por conta do motor 2.4 litros bicombustível. Com álcool, ele rende 147 cv, suficientes para acordar o utilitário da Chevrolet. Quando exigido nas acelerações, as respostas são interessantes, devido ao motor ter 8 válvulas e um bom torque de 21,9 kgfm, suficiente para carregar tanto peso (são 1815 kg). O acelerador eletrônico ajuda a dosar as acelerações, mas os utilitários têm lá suas limitações que tem que ser observados durante o uso diário da picape. E elas são facilmente encontrados nas curvas mais fechadas. A tendência a rolar é grande e, em situações mais ousadas, a traseira tende a mostra vontade própria que é aumentada devido ao seu tamanho (5,26 metros). A suspensão macia demais deixa as viagens um tanto sacolejantes, dando a sensação de estar dentro de um pula-pula, daqueles que as crianças adoram brincar nos parques. A S-10 flutua até em retas, hora de ficar bem atento ao volante e não deixar ela escapar. Daí a limitação de velocidade em 150 km/h, por medida de segurança. O câmbio meio “queixo-duro” dificulta a interação e atrapalha nos momentos das trocas das marchas. Internamente. O isolamento acústico não é dos melhores mas é bom para utilitários. Na hora de manobrar, os espelhos retrovisores externos elétricos se mostraram bem eficientes, são grandes e de fácil visualização. Na S-10, quem vai na frente tem um bom espaço. Os passageiros de trás, no entanto, sofrem com o banco com encosto reto, de “costas duras”, como os de ônibus. Por dentro, há um bom número de porta-objetos - nas laterais das portas, no console central. O acesso aos veículos é facilitado devido às quatro portas e ao estribo lateral de série. Falta um compartimento, porém, para guardar volume longe das vistas de curiosos. Uma observação notada durante todo o teste foi na hora de manobrar, ao estercar totalmente o volante, para qualquer um dos lados, percebeu-se que as rodas batiam na parte interna do para-lama, isso pode acarretar em um desgaste maior dos pneus dianteiros. Segundo o fabricante, o consumo médio é de 6,9 km/l com álcool e de 9,8 km/l com gasolina.



*FICHA TÉCNICA:

Motor: 4 cilindros / 8V/ 2 405
Diâmetro x curso: 87,5 / 100 mm
Taxa de compressão: 11,5:1
Potência: 147 cv a 5 200 rpm
Torque: 21,9 mkgf a 2 800 rpm
Câmbio: manual / 5 / tração traseira
Dimensões: Comprimento/entreeixos (cm): 526 / 312; Altura/largura (cm): 172 / 178
Peso: 1 680 kg
Peso/potência: 11,4 kg/cv
Peso/torque: 76,7 kg/mkgf
Porta-malas/caçamba: 860 l
Tanque: 80 l
Suspensão dianteira: independente por braços articulados
Suspensão traseira: feixe de molas
Freios: disco na dianteira / tambor na traseira
Direção: hidráulica / 3 voltas
Pneus: 235/70 R16
Equipamentos: ABS/EBD; Controle de tração; Airbags frontais; Ar-condicionado/direção assistida; Rodas de liga leve/pintura metálica; Vidros/travas elétricos; bancos de couro
Consumo urbano: 4,6 km/l
Consumo rodoviário: 6,8 km/l
0 a 100 km/h: 14 s
0 a 1000 m: 35,5 s
Retomada 40 a 80 em 3ª (ou D): 7,9 s
Retomada 60 a 100 em 4ª (ou D): 12,1 s
Retomada 80 a 120 em 5ª (ou D): 20,2 s
Velocidade máxima: 150 km/h
Frenagem: 69 / 32 / 17 m (120/80/60 km/h a 0)
Ruído interno 1ª rpm máx: 39,8 / 65,9 dBA
Ruído interno 80 / 120 km/h: 56,5 / 65,5 dBA

* Dados de fábrica

3 comentários:

  1. Dinossauro ultrapassado, só isso a comentar...

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  2. A avaliação foi da Flex e a ficha técnica é da diesel????

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  3. Tem razão, já foi substituido, obrigado pela ajuda.

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