terça-feira, 4 de junho de 2024

Cidade do Rio de Janeiro concentra 63% dos eletropostos do estado

 

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Um levantamento inédito feito por pesquisadores do Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida (UVA) mostrou que a cidade do Rio de Janeiro concentra 63% dos eletropostos do estado.

O estudo identificou 399 estações de carregamento projetadas para veículos elétricos e híbridos plug-in instalados no estado do Rio de Janeiro utilizando a base de dados do aplicativo internacional PlugShare, ferramenta comunitária que permite aos motoristas de veículos elétricos localizarem estações de recarga.

A capital tem 250 estações de carregamento, número 167% maior que a soma dos outros 91 municípios do estado. Além disso, 51 cidades fluminenses não possuem nenhum eletroposto, o que limita os usuários de carros elétricos dessas áreas a dependerem quase exclusivamente da recarga residencial.

“A cidade do Rio de Janeiro é a principal beneficiária dos investimentos em infraestrutura de recarga de carros elétricos, que podem desempenhar um papel crucial na mitigação das emissões de gases de efeito estufa de origem veicular. Isso reflete a maior demanda urbana e poder aquisitivo da capital, mas também expõe uma desigualdade significativa em relação às demais regiões do estado e a necessidade urgente de expansão dessa infraestrutura para suportar a crescente demanda por veículos elétricos”, avalia o coordenador do Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da UVA e líder da pesquisa, Ricardo Soares.

 Entre os 10 municípios com mais eletropostos, predominam cidades da Região Metropolitana (Niterói, Petrópolis e Rio de Janeiro), regiões próximas a outros estados do Sudeste (Angra dos Reis, Campos dos Goytacazes, Itatiaia, Paraty e Teresópolis) ou com apelo turístico de alto poder aquisitivo na Região dos Lagos (Armação dos Búzios e Cabo Frio).
 

Fonte: Base de dados do aplicativo PlugShare.


A concentração de quase 70% dos eletropostos públicos e privados na Região Metropolitana evidencia um gargalo crítico na infraestrutura para veículos elétricos, avalia Augusto Ahn Ka, pesquisador da UVA e um dos autores do estudo.

“Com a crescente presença de montadoras chinesas no Brasil, que têm aumentado a oferta e o acesso a veículos elétricos, a demanda por eletropostos se torna ainda mais urgente. A expansão dessa rede é essencial para suportar o crescimento da frota de veículos elétricos, incentivar a adoção dessa tecnologia sustentável e reduzir a dependência de veículos que utilizam combustíveis fósseis”, completa.

Para Pablo Vimercati Simas, pesquisador da UVA e também coautor da pesquisa, a falta de estações de recarga em outras regiões do estado pode induzir os proprietários de carros elétricos a possuírem um segundo veículo movido a combustíveis fósseis para longas viagens, relegando os carros elétricos ao papel de veículos para trajetos curtos.

“Esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas e investimentos privados para expandir a rede de eletropostos além dos grandes centros urbanos, garantindo que a infraestrutura acompanhe o ritmo de crescimento dos veículos elétricos. Sem essa expansão, a adoção ampla e eficaz de veículos elétricos no Brasil pode enfrentar obstáculos significativos, como o desencorajamento de futuros compradores que temeriam a ‘ansiedade de recarga’ — a preocupação de ficar sem acesso a uma fonte de eletricidade e sofrer uma ‘pane elétrica’, similar à ‘pane seca’ dos veículos a combustão”, diz Simas.

Em uma segunda etapa, o grupo de pesquisa pretende ampliar a análise para outros estados, o que permitirá uma compreensão mais ampla e detalhada da distribuição de eletropostos em nível nacional. O mapeamento contínuo pode ajudar a identificar áreas que necessitam de investimentos e apoiar políticas públicas que promovam a expansão da infraestrutura de recarga. Apesar de o PlugShare depender da participação dos usuários para manter a precisão e a atualização dos dados, é crescente o número de publicações científicas que utilizam essa base de dados para indicar a densidade de eletropostos em diferentes regiões.
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Fonte: Danthi Comunicação Integrada

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