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Um
levantamento inédito feito por pesquisadores do Mestrado Profissional
em Ciências do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida (UVA)
mostrou que a cidade do Rio de Janeiro concentra 63% dos eletropostos do
estado.
O
estudo identificou 399 estações de carregamento projetadas para
veículos elétricos e híbridos plug-in instalados no estado do Rio de
Janeiro utilizando a base de dados do aplicativo internacional PlugShare, ferramenta comunitária que
permite aos motoristas de veículos elétricos localizarem estações de recarga.
A
capital tem 250 estações de carregamento, número 167% maior que a soma
dos outros 91 municípios do estado. Além disso, 51 cidades fluminenses
não possuem nenhum eletroposto, o que limita os usuários de carros
elétricos dessas áreas a
dependerem quase exclusivamente da recarga residencial.
“A cidade do Rio de Janeiro é a principal beneficiária dos investimentos em infraestrutura de recarga de carros elétricos, que podem desempenhar um papel crucial na mitigação das emissões de gases de efeito estufa de origem veicular. Isso reflete a maior demanda urbana e poder aquisitivo da capital, mas também expõe uma desigualdade significativa em relação às demais regiões do estado e a necessidade urgente de expansão dessa infraestrutura para suportar a crescente demanda por veículos elétricos”, avalia o coordenador do Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da UVA e líder da pesquisa, Ricardo Soares.
Entre os 10 municípios com mais eletropostos, predominam cidades da Região Metropolitana (Niterói, Petrópolis e Rio de Janeiro), regiões próximas a outros estados do Sudeste (Angra dos Reis, Campos dos Goytacazes, Itatiaia, Paraty e Teresópolis) ou com apelo turístico de alto poder aquisitivo na Região dos Lagos (Armação dos Búzios e Cabo Frio).
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A concentração de
quase 70% dos eletropostos públicos e privados na Região Metropolitana
evidencia um gargalo crítico na infraestrutura para veículos elétricos,
avalia Augusto Ahn Ka, pesquisador da UVA e um dos autores do
estudo.
“Com
a crescente presença de montadoras chinesas no Brasil, que têm
aumentado a oferta e o acesso a veículos elétricos, a demanda por
eletropostos se torna ainda mais urgente. A expansão dessa rede é
essencial para suportar o
crescimento da frota de veículos elétricos, incentivar a adoção dessa
tecnologia sustentável e reduzir a dependência de veículos que utilizam
combustíveis fósseis”, completa.
Para Pablo
Vimercati Simas, pesquisador da UVA e também coautor da pesquisa, a
falta de estações de recarga em outras regiões do estado pode induzir os
proprietários de carros elétricos a possuírem um segundo veículo movido
a combustíveis
fósseis para longas viagens, relegando os carros elétricos ao papel de
veículos para trajetos curtos.
“Esse cenário
reforça a necessidade de políticas públicas e investimentos privados
para expandir a rede de eletropostos além dos grandes centros urbanos,
garantindo que a infraestrutura acompanhe o ritmo de crescimento dos
veículos
elétricos. Sem essa expansão, a adoção ampla e eficaz de veículos
elétricos no Brasil pode enfrentar obstáculos significativos, como o
desencorajamento de futuros compradores que temeriam a ‘ansiedade de
recarga’ — a preocupação de ficar
sem acesso a uma fonte de eletricidade e sofrer uma ‘pane elétrica’,
similar à ‘pane seca’ dos veículos a combustão”, diz Simas.
Fonte: Danthi Comunicação Integrada
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