Por Lucas Menotti
Foto: Divulgação
O ano de 2010 foi muito importante para a Peugeot, principalmente para a filial brasileira. Além de séries especiais como a “Quicksilver” para o 207 (na qual apresentamos em primeira mão meses atrás) e a “Millesim 200” para o 307, o ano foi marcado por três grandes novidades. A primeira fica por conta da Pick-up pequena Hoggar, derivada do 207, que foi desenvolvida no Brasil, a segunda grande novidade foi a chegada da multivan Partner, e por fim, porém, talvez o lançamento mais importante da Peugeot em 2010, o Crossover 3008. Não é um erro de digitação, o nome é esse mesmo. Vamos explicar: O “3” é referente aos modelos médios da marca, o duplo zero identifica ser uma versão especial e o “8” representa a geração do modelo. O 3008 foi a união do hatch médio 308 com a MPV 5008. O resultado do cruzamento entre os dois leões chega a ser algo espantoso. Por fora temos um Peugeot diferente de todos os outros que já estiveram no showroom de qualquer concessionária da marca no país e pessoalmente, o 3008 é ainda mais interessante, valendo destacar o amplo teto de vidro de 1,60m², presente na versão Griffe. Com isso, a área envidraçada passa a ser de 5,34m².
O interior é outra surpresa agradável. Na versão Griffe, avaliada por nós no evento de lançamento que aconteceu no dia oito de novembro, encontramos um carro muito bem acabado, com bons materiais e com painel e console semelhantes ao Peugeot 5008 e que, diga-se de passagem, parece ter sido inspirado no Audi R8, como por exemplo as saídas do Ar condicionado e no Lamborghini Gallardo, de onde vieram os comandos que ficam acima do cd-player. O espaço interno é bastante amplo e acomoda com facilidade cinco adultos e para quem vai no banco traseiro, há ainda saída de ar-condicionado além de persianas nas janelas. Para as mulheres que se interessaram pelo carro, aqui vai mais um forte argumento: O modelo é repleto de porta-objetos, se por um acaso se distrair no meio da contagem, é capaz de ter começar do zero. O porta-malas com capacidade 512 litros, também traz soluções inteligentes e pode ter a capacidade de carga aumentada para 1604 litros ao rebatermos os bancos, inclusive o banco dianteiro do carona. O banco traseiro é bi-partido (2/3 – 1/3). O isolamento acústico é muito bom e mesmo em alta velocidade e com o motor trabalhando numa faixa de giro elevada, o habitáculo quase não era invadido pelos barulhos externos, o que deve servir de aviso ao sortudo que estiver ao volante: Atenção, o carro pode estar mais rápido do que você imagina!
Falando nisso, o 3008 mostra ser um carro bem equilibrado e ter um comportamento bem previsível, muito disto graças aos diversos sistemas eletrônicos e o terceiro amortecedor na traseira, que serve como barra estabilizadora. O motor 1.6 16v Turbo, que rende 156cv, feito em parceria com a BMW, já é adepto do downsizing e conta também com comando de válvulas variáveis e injeção direta de combustível. O interessante é que quando pensamos em carros turbo, na hora vem à mente o Turbo Lag (aquele intervalo até a turbina entrar em ação), mas no 3008 isso não ocorre, graças a pequena turbina que funciona com 1bar de pressão e um sistema que aproveita melhor os gases do escape, o torque de 24,47kgfm já está totalmente disponível em 1400rpm. No Brasil, só estará disponível com câmbio automática sequencial de 6 marchas, uma evolução do utilizado no 407, mostrou funcionar em perfeita sintonia com o “pequeno” motor e funciona de forma suave e eficiente. A Peugeot afirma que o modelo é capaz de fazer 0 a 100km/h em 9,5 e alcança velocidade máxima eletronicamente controlada de 202km/h, porém, durante nossa avaliação, o velocímetro chegou bem perto dos 210km/h enquanto o head-up display, acusava 207km/h e se a pista fosse maior, com certeza chegaria aos 210km/h sem grandes problemas.
O 3008 é fabricado em Sochaux, na França e chega ao pais nas versões Allure, com preço de R$79.900, já com pintura metálica inclusa e a topo de linha Griffe, vem custando R$86.900. A diferença entre as versões é basicamente a quantidade de itens de série. A mais, a Griffe traz itens como o teto panorâmico em vidro, revestimento em couro, vidros traseiros com sistema anti esmagamento, acendimento automático dos farois, sensor de chuva e retrovisor interno eletrocromático. Ambas as versões possuem o Head-up display, ar-condicionado bi-zone, freios elétricos, oito air bags, aviso de atar cintos, sensor de obstáculo na traseira, travamento automático das portas, rodas de 17 polegadas, som com entrada USB, entre outras coisas. A principio, a Peugeot trará apenas 200 unidades por mês, do crossover 3008 e conforme for o desempenho das vendas, este número poderá subir. Com o início das vendas marcadas para o dia 20 de novembro (ontem) em todo o Brasil, o modelo estará disponível em apenas três opções de cores: Cinza Alumínio, Cinza Shark e Preto Perla Nera e terá garantia total de 3 anos.
Sempre gostei dos carros da Peugeot, em especial pela sua dirigibilidade, oferecendo uma condução mais esportiva e divertida. Ao ver o 3008 e seu alto centro gravitacional, achei que pela primeira vez eu iria me decepcionar. Fico muito feliz em saber que eu estava errado. O 1.6 16v turbo executa muito bem a função que foi dada a ele, o câmbio, mesmo sendo automático entrega trocas rápidas e suaves e os auxílios eletrônicos trabalhando com o eficiente sistema de suspensão garante segurança e conforto sem comprometer muito a diversão. Claro, não espere que o 3008 se comporte como o 207 ou 307, mas o crossover da conta do recado. E se você é um motorista comum que quer apenas um carro confortável e que te leve de um lugar ao outro, que sirva para ir ao supermercado ou pegar as crianças na escola, não se preocupe, o Peugeot é ainda melhor nisso.
