Por www.fordparatodos.com.br
A lenda dos carrões americanos ainda permanece viva no Irã, através de clubes de carros de corrida e em museus que restauram famosos veículos de passeio, como o Ford Mustang, é uma curiosa matéria recentemente publicada no New York Times e no Detroit News. Parece impossível, pelo histórico político das relações do Irã com o resto do mundo, especialmente os Estados Unidos, mas aconteceu, no final do último verão, um evento esportivo no circuito Azadi Race Track, em Teerã, que reuniu modelos americanos dos anos 70 para vários rachas, desafios e arrancadas. O Café Racers, na capital iraniana, é o cenário principal das conversas sobre automóveis e automobilismo. Quem assiste pensa estar numa cidade qualquer da Califórnia, não fossem alguns detalhes como a grafia árabe nas placas dos carros ou sobre as latinhas de Coca em cima das mesas. Um dos melhores autoentusiastas de Teerã, Salenkhou Ramin, 44 anos, um advogado formado nos Estados Unidos, é o líder do grupo de fanáticos por carros americanos. Na porta do Café Racer, Salehklou exibe seu Camaro drag race, ao lado de outros orgulhosos proprietários de Ford Mustang – um conversível 1965, bem restaurado, um GT 67, um Mustang Mach One, ano 72, além de outros como Dodge Charger, Corvette 73 e uma Blazer 1970 – Buick Park Avenue. A explicação lógica para a popularidade dos carros americanos no Irã é que, durante os anos 70, dezenas de milhares de estudantes iranianos cursaram faculdades nos Estados Unidos e dirigiam diversos modelos da época. Dez anos depois, durante a guerra entre Irã e Iraque, o racionamento de combustível obrigou que todos guardassem seus carrões e utilizassem veículos mais econômicos por mais de 8 anos. O fato colaborou para a preservação desses automóveis que, ainda hoje, enfrentam dificuldades para a reposição de peças. Atualmente, um grupo de voluntários, liderados por Salehkhou, trabalha para preservar e restaurar carros clássicos como o Ford Mustang, uma raridade no Irã. Além disso, esse advogado iraniano também gerencia o Auto Museu Nacional composto por uma coleção de cerca de 100 carros, alguns considerados exóticos, que pertenceram ao Xá Mohammed Reza Pahlavi, governador deposto na revolução de 1979. O grupo de trabalho mantém e restaura carros com recursos próprios e se esforça para que o governo estabeleça uma legislação que proteja esses veículos clássicos. Americanos e iranianos, apaixonados por carros, trabalham juntos em diversos projetos de restauro ou de obtenção de peças. Isso mostra que o automóvel também é um agente da paz, sem preconceitos de religião, cor ou raça e que agrega, em todo o mundo, pessoas que respeitam e protegem veículos ligados às suas juventudes e aos anos dourados que todos nós já vivemos.
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