sábado, 10 de março de 2012

PickUp Antiga para o dia a dia: Ford F-100 Look 1967 USA





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Por Wladimir Dias

Em uma conversa com amigos e clientes surgiu um tema polêmico, onde alguns diziam que carro antigo era para ser usado aos fins de semana para dar uma voltinha no quarteirão e outros diziam que era possível seu uso diário; foi aí que o Engº Wladimir, responsável pela 12VoltBoost, teve a idéia de customizar um veículo antigo para uso diário e confrontar os que teimavam que carro antigo era simplesmente “decoração de garagem”.

Da paixão por sua primeira pick-up, uma Ford F-150 V8 1994 Preta, veio a inspiração, o antigo precisava ser uma pick-up da Ford com carroceria preta; à partir daí foram definidas 03 metas para o projeto:

(1) veículo para uso no dia-a-dia, que suporte o trânsito da cidade de São Paulo.

(2) ter ergonomia e conforto de um carro de passeio e não de um utilitário da década de 60/70.

(3) apresentar um visual diferente, para chamar a atenção.

(1) Para ser um carro do dia-a-dia precisaria ter um motor confiável e econômico, optou-se pelo motor 4cilindros 2,3L ao invés do 8 cilindros em “V”. Então foi adquirida uma F-100 1979 original de fábrica com o motor 2.3 OHC; mas seu câmbio e relação de diferencial originais visavam a “força” para carregar peso na caçamba; foi providenciada a troca por um conjunto do Maverick 4cc GT que era voltado mais para velocidade ao invés da força.

Para funcionar como novo, todo o conjunto mecânico foi retificado e teve suas peças substituídas por novas, adicionado o sistema de ignição eletrônica ao invés do platinado, carburador de corpo-duplo, já o radiador foi reconstruído com colméia de maior eficiência e com o dobro de espessura, embreagem nova, substuição dos rolamentos de rodas, freios, etc.

Mas só isso não bastava, pois outra parte do veículo que pode causar uma pane, deixando-o no meio da rua e frustando o proprietário, é o sistema elétrico; mas esta era a parte mais fácil, já que é a especialidade de empresa de Wladimir, a 12VoltBoost; todo o sistema elétrico foi substituído por um novo, com caixa de fusíveis em alumínio e chicote de fios novos, que estão escondidos no cofre do motor.

(2) Quem já dirigiu um utilitário da década de 60/70 sabe que ergonomia e conforto, comparados com as dos carros atuais está muito longe do ideal, por isso o banco inteiriço de molas foi substituído por bancos individuais reclináveis com espuma moderna, que além do trilho convencional possuem uma regulagem de altura e inclinação. Como o câmbio foi trocado pelo do Maverick devido ao seu menor curso de alavanca, teve sua haste inclinada, assim o motorista não precisa mais tirar as costas do encosto do banco para engatar as marchas à frente.

Outra característica negativa desses utilitários era a caixa de direção mecânica, que precisava de quase 9 pesadas voltas no volante de batente-a-batente, que foi substituída por uma moderna com assistência hidráulica e melhor relação, com pouco mais que 3 voltas de batente-a-batente. Mais ítens de conforto também foram adicionados: vidros-elétricos, travas elétricas, sistema de som mp3 e alarme por controle remoto.

Para melhorar a rolagem da carroceria foi necessário baixar o centro de gravidade(CG) do veículo, e para isso a geometria da suspensão foi retrabalhada, baixando em mais de 10cm o veículo; mas utilizando as molas e os amortecedores originais que foram trocados por novos, pois a F-100 já era macia, e o conforto era uma das premissas do projeto. Tudo isso aliado com a troca dos pneus que originalmente eram de uso misto (terra/asfalto) por pneus largos de performance, transformaram totalmente o comportamento dinâmico da pick-up, principalmente nas curvas.

(3) Para o visual, a idéia foi chamar a atenção no estilo “clean” e não apelar por vários itens cromados, como de costume nos carros antigos; para isso foi empregada a grade dianteira da F-100 1967 Americana, pintada com um tom grafite, recebeu faróis com lente fumê e setas com iluminação com tecnologia LED, outra especialidade da 12VoltBoost.

Na parte traseira, a caçamba teve sua tampa traseira modificada, o pára-choque original foi trocado pelo modelo roll-pan e instalada uma capota marítima totalmente lisa.

O revestimento dos bancos e laterais de portas foram feitos sob medida, em couro caramelo com desenho inspirado nos bancos do Mustang  da década de 60, que aliados ao volante em alumínio e puxadores dos interruptores do painel da GasolineShop completam a receita de um acabamento simples e bonito.

Mas todo carro antigo precisa chamar a atenção também pelo ronco do motor, e apesar do motor ser um 4 cilindros, o som metálico vindo do abafador não deixa nada a desejar.

Toda a reforma levou exatamente 01 ano, o que para muitos é um tempo record. Mas após a conclusão dos serviços executados na F-100, ela foi encaminhada a um centro de inspeção veicular do Detran, homologado pelo Inmetro, onde foi submetida e aprovada em diversos testes, dentre eles: dinamômetro de suspensão, dinamômetro de freio e emissão de poluentes (resolução Conama). 

Após alguns meses de uso, o Engº Wladimir vendeu a GM Blazer V6 que utilizava diariamente e só utiliza a F-100 como seu carro, tanto para viagens como para o dia-a-dia; inclusive já rodou mais de 6.000 Km após o término da restauração.

Curiosidade:

Motor Ford 2.3 OHC (Lima, Lima In-Line, LL23, também conhecido como Georgia) foi projetado inicialmente na Europa para equipar os Ford Taunus, Cortina, Capri, Sierra, Granada, Scorpio e outros.  Em 1974 foi lançada a versão 2.3L (2302cc) do motor que inicialmente foi fabricado na planta de motores Ford Lima (Lima, Ohio, EUA) e posteriormente na planta de motores Ford Taubaté (Taubaté, SP, Brasil).

Além dos veículos da Ford do Brasil, este motor também equipou nos EUA os Ford Mustang e Thunderbird com a adição de um turbocompressor, como por exemplo, a edição limitada Mustang 1979 Indy Pace Car, uma das estratégias da Ford em decorrência da crise do petróleo.

Este motor equipou veículos até o ano 1989 na versão 2.3L, mas modificado para 2.5L e com um novo cabeçote equipou as Ford Ranger até o fim da década de 90, quando foi substituído pela nova geração de motores “Duratec” com bloco de alumínio.

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