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O Ford Mustang Shelby GT350R é o
primeiro veículo produzido por uma grande marca a ter rodas de fibra de carbono
como equipamento de série. Esse material de ultra-alta performance é um dos
avanços do supercarro desenvolvido para ser o Mustang mais potente já
homologado para as ruas. Para proteção contra o calor dos freios, essas rodas
recebem o mesmo revestimento de plasma cerâmico usado nos ônibus espaciais.
As rodas de fibra de carbono fazem
parte dos equipamentos que estão na lista dos sonhos dos fãs de carros de alto
desempenho. Além de serem muito mais leves, elas melhoram significativamente o
desempenho do chassi e a dinâmica de direção. A Ford e o fornecedor australiano
Carbon Revolution assumiram o desafio de desenvolver pela primeira vez a
produção em massa desse item, que até agora só tinha sido oferecido como
opcional por um fabricante de supercarros de baixo volume (a Koenigsegg) ou no
mercado de reposição.
Os testes com protótipos mostraram
que as rodas de fibra de carbono melhoram tanto os tempos de resposta da
suspensão como a dinâmica do chassi e a qualidade de rodagem. A redução de
peso, em geral, beneficia a aerodinâmica de um carro. Mas a redução do peso não
suspenso – componentes que não se apoiam sobre as molas da suspensão, como
freios, cubos, rolamentos, rodas e pneus – pode ter um impacto ainda maior no
seu desempenho. Isso ajuda o carro a arrancar, parar e virar mais rápido,
reduzindo a inércia de rotação da roda, e melhora drasticamente o tempo de
resposta aos comandos do motorista. Menor peso não suspenso significa também
menor desgaste dos componentes da suspensão, no seu trabalho de manter os pneus
em contato com o solo em terrenos ondulados ou irregulares.
A Carbon Revolution é a principal
fabricante de rodas de fibra de carbono e precisou desenvolver grandes
inovações para atender o programa do Shelby GT350R, que vai definir o padrão
para a produção em massa desse equipamento. A Ford adota padrões extremamente
rígidos de teste para as rodas de seus veículos, que incluem provas de impacto,
exposição a raios ultravioleta e substâncias químicas, além de durabilidade em
calor extremo.
Um dos testes mais severos
consiste no impacto contra o meio-fio em velocidade, que pode causar graves
danos no pneu e na roda. Com as novas rodas, a suspensão reagiu tão rápido que
o motorista não teve certeza se o teste havia sido realizado corretamente e o
repetiu duas vezes para comprovar. A resposta rápida da suspensão reduziu
significativamente a severidade do impacto – mostrando a vantagem da redução do
peso não suspenso.
Nos testes na pista, as medições
de temperatura dos freios ultra-poderosos do Shelby GT350R mostraram que o
rotor aquecia a mais de 900 graus Celsius. Por isso, o projeto da roda seguiu a
especificação térmica de carros de competição.
Há décadas, as empresas
aeroespaciais tratam as lâminas das turbinas com revestimentos cerâmicos para
aumentar a resistência ao calor extremo. O revestimento térmico desenvolvido
pela Carbon Revolution usa a mesma tecnologia, com múltiplas formulações de
materiais e etapas para formar uma barreira térmica eficiente.
O material cerâmico é liquefeito
com uma pistola de arco de plasma e aplicado nos pontos críticos da roda, por
dentro e atrás dos raios. O resultado é um revestimento incrivelmente fino e
quase tão duro quanto diamante, que protege a resina do calor e permite o seu
uso contínuo até pelos motoristas mais agressivos.
As provas incluíram a exposição a
ambientes extremamente agressivos de radiação ultravioleta, sais corrosivos e
produtos químicos, tornando-se claro que, para atingir a durabilidade exigida
pela Ford, a resina teria de ser protegida por um revestimento especial.
As peças de fibra de carbono são
reconhecidamente difíceis quando se trata de obter uma superfície pintada
perfeitamente lisa – o tipo de acabamento que a Ford exige para os seus
veículos. Para isso, também foram desenvolvidos processos novos que resultaram
em um acabamento durável e de alto brilho.
Feita com o estado da arte da
tecnologia, a fabricação das rodas de fibra de carbono começa com a criação da
estrutura interna de carbono preformado. Ela é colocada dentro de um molde, junto
com um chip de controle, e infundida com resina curada em alta temperatura.
Esse processo resulta numa peça única e robusta, eliminando a necessidade de
união ou cola de raios e componentes do tambor.
No processo de cura, são feitas 61
checagens e o registro de mais de 246 mil pontos da peça. Para garantir a
qualidade, um processo de tomografia computadorizada 3D realiza mais de 18.000
imagens em raio-X. Se passar na inspeção, a roda vai para a usinagem do encaixe
da válvula e dos furos de montagem, antes de ser pintada, revestida, montada e
passar pela checagem dimensional para envio à produção do Mustang Shelby
GT350R.
Fonte: Burson-Marsteller
– Atendimento Ford
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