Por Marcus Lauria
Fotos: Arquivo pessoal e Marcus Lauria
Em mais uma entrevista exclusiva do blog CarPoint News o que não faltam são novidades. Dessa vez tive que mudar o formato tradiconal das perguntas a pedido do entrevistado. Como aqui quem manda são os leitores e os entrevistados não pude negar e acatei com a nova forma de entrevista que será adotada aqui a partir de hoje (06/11/09), à gosto da pessoa que for entrevistada. Com um pouco de atraso devido a uma outra entrevista programa que não saiu do papel, venho aqui apresentar o escolhido desse mês de outubro. Trata-se de uma excelente pessoa, que se dá bem com todos e que além de atencioso com os amigos, gosta de automóveis antigos, como a maioria dos leitores do CarPoint News.
Trata-se do Presidente do Opala Clube, Wilson “Welco” Caminha de Amorim, 52 anos, casado, aposentado, tem dois filhos e dois netos, também é corretor de seguros e fez cursos de Engenharia Mecânica e Administração e Marketing até o terceiro ano. Além de curtir os Opalas e alguns outros modelos que tem em sua garagem. Abaixo vocês poderão ler a trajetória de um Clube de Automóvel antigo respeitado, que tem uma ótima fórmula de captar novos integrantes e o mais importante, fazer com que eles permaneçam no clube, em um clima de família. Para saber mais sobre o Opala Clube do Rio de Janeiro, basta acessar o site: http://www.opalacluberj.com.br/. Espero que gostem do relato do entrevistado desse mês e aproveitem para comentar no blog. Divirtam-se.
"Acho que gosto de automóveis desde que nasci. Ainda bem pequeno gostava de desenhar carros e lembro bem de “corrigir” os desenhos da minha avó materna, que insistia em desenhar os pneus sem os aros...sinceramente, não me lembro da minha vida sem os carros. Meu pai gostava de carros também e quando eu tinha dois anos ele comprou seu primeiro automóvel (ou quase isso): um Fiat Topolino azul claro. Foi o despertar de um interesse que continua crescendo. Depois do Fiat, vieram um Skoda 1947, um Austin A-40, um Henry J 1952 Corsair de Luxe inesquecível, com seus seis cilindros e suas curvas lindas, fuscas, Kombis, DKW, Rural, Opalas, Veraneios...e até ele morrer, em 1994, continuávamos conversando sobre carros sempre que nos encontrávamos. Que saudade doída..."
"No fim da década de 1970 adquiri, em sociedade com um grande amigo, a terça parte de um Jaguar 1951 que estava em lastimável estado de putrefação, que logo foi trocado por um quarteto de Mercedes-Benz (duas 170 1951, uma 220 S 1962 e uma 230 S 1966). Acabei ficando com a 230 S 1966, que foi substituída por várias outras até que, em 1982, “casei “ com uma 230 1967 de frente curta e faróis redondos, ex-consulado da China, em excelente condição. Infelizmente foi vendida por ocasião do nascimento do Bernardo (meu segundo filho, também louco por carros e meu companheiro nas agruras das restaurações), um tempo de vacas muito magras. Anos depois , voltei a ter condições de cultivar de novo a paixão e o escolhido foi meu Opala Cupê Especial 1972, restaurado com sacrifício e que tenho até hoje. Minha ligação com o Opala vem desde o Salão de 1968, quando eu tinha doze ou treze anos e fiquei fascinado no stand da GM no Anhembi. Os Dart também estavam lá, mas o Opala me arrebatou para sempre. Meu velho comprou um 68 ( no lançamento do carro), depois teve um 70, um 72, um 74... e eu, quando consegui alçar meus vôos sozinho, também tive vários, que hoje me arrependo de ter vendido. Atualmente, além do carro “civil”da casa e do carro da minha enteada ( um Vectra e um Fiesta respectivamente), tenho meu 72, a Caravan 79, metade de um 70 em condomínio com meu grande amigo Rogério Mizutani, um Passat GTS Pointer 88, um Gol GTS também 88 e um Fusca 63 em restauração."
"Quando comprei meu 72, procurei me enturmar com o pessoal do Opala Clube do Rio, que já estava comemorando seu primeiro aniversário. O Clube foi fundado por quatro loucos que, por iniciativa do Júlio Cohen, um jornalista também apaixonado pelo Chevrolet ( foi ele quem criou o site opala.com, o primeiro site dedicado a um automóvel no País), resolveram se encontrar todas as quintas feiras. Ody Barros, um eletricitário louco proprietário de um Diplomata, juntou-se ao Marco Aurélio Souto Maior, também não muito normalzinho, e ao poeta Roberto Moura – vulgo Rodosamo e – voilà: estava nascido o Opala Clube do Rio de Janeiro!!!!. Assim, os encontros passaram pelo Restaurante Rio's, Rua Tubira, Barra da Tijuca e, finalmente, chegamos ao Postinho BR Mir, aqui no Andaraí. O Clube cresceu, passou por várias transformações, mas mantem-se firme no propósito de preservar o antigomobilismo de maneira ampla, embora dedicado ao Chevrolet mais querido do mundo. E tem como sócios até hoje o Vice Presidente Marquinho Jóia, o Rogério Mizutani, que é Conselheiro, e o Hugo Marcondes, nosso Diretor Financeiro, que fazem parte desde a primeira formação do quadro social. São os decanos do nosso Clube e, como todos os outros sócios, fazem parte dessa família maravilhosa que se tornou o Opala Clube, um espaço onde meus grandes amigos se encontram. E para ser sócio da nossa confraria, é preciso participar dos nossos encontros e eventos e cumprir certas exigências previstas nos nossos estatutos pois só amigos são aceitos como sócios."
"O espírito antigomobilista me leva a sonhar com outros modelos: gostaria de poder ter um Dart 1970, uma Mercedes Charuto 1962, uma Fintail 230-S 1966, um Camaro 69, um DKW-Vemag Belcar 1964, um Mustang fast back 1965, um Porsche 356, um 911-S 1973, um Volvo P 1800 66, um Uirapuru... e muitos outros que não me canso de admirar em encontros como, por exemplo, o de Lindóia (outra paixão imperdível), o do Forte de Copacabana, organizado pelos meus amigos do Veteran Car Club do Brasil-RJ, o de Juiz de Fora e outros. O vírus da ferrugem é impossível de ser combatido: você convive com ele, mas não o elimina. E quem é do ramo mesmo não faz parte do modismo e nem se interessa por isso. Penso que quem quiser começar nesse mundo maravilhoso do carro antigo deve ir, aos poucos, frequentando encontros, conversando e lendo muito sobre o assunto para, quando a paixão vier à tona, dar o passo certo, na direção certa e na hora precisa. A partir daí, a felicidade vai aparecer na forma de um parafuso, de uma hélice de radiador, de uma bomba d'água, de um jogo de calotas, de um pára-brisa, de um volante...e nunca é demais lembrar que a paciência é a virtude mais exercitada nesse hobby."
Esse é o cara......Welco.....sabe tudo....alem de bom companheiro.
ResponderExcluirabraços.
Paulo Araujo
Boa matéria, parabéns! Saudades do Opala 79 que meu pai teve. Ótimo carro.
ResponderExcluirEntrevista nota 1000... e entrevistado também !!! Welco é muito gente fina, e profundo conhecedor de automóveis... Parabéns !!!
ResponderExcluirBelíssima entrevista! Parabéns!
ResponderExcluirConheço esse cara, que é meu querido cunhado, há mais de 16 anos. Mas antes que vocês parem de ler esse comentário achando que parente não vale, quero saltar na frente com a seguinte declaração: a paixão do Welco por carros antigos é tão bonita e tão verdadeira que mudou a minha forma de olhar para essas máquinas. Eu, que sou a maior ignorante mundial no tema, descobri que alguns carros (acredite quem puder)têm alma, e alma nobre. Especialmente depois que passam pelas mãos de um dono como ele. Beijos, cunhado! E parabéns pela matéria.
ResponderExcluirEsse é o nosso presidente!!!!
ResponderExcluirBelissima entrevista, chega a ser emocionante ver como a paixão pelo automóvel antigo é tão forte nesse cara!!!!!!
Só esqueceu de mencionar que além do Hugo do do nosso Japonês eu também sou da 1º leva de sócios que o clube teve.....
Mas tudo bem, só deixar eu dar uma volta no coupê 72 e o senhor tá perdoado!!!!!
rsrsrsrsrs
Marco Aurélio Jóia
vice presidente Opala Clube - RJ
ótima entrevista , estao de parabens tanto o Welco como o Marcos Lauria pelo seu blog e a satisfação de mostrar este mundo dos antigomobilistas que esta dentro de todos nós ,o Opala clube é um dos mais tradicionais em materia de presença , voce pode ir, faça chuva, faça sol, feriado, dia santo, natal ano novo , se cair na quinta feira tem opala clube .
ResponderExcluirparabens .
Luiz Henrique - Regutec
Quero fazer um adendo ao texto acima: O Joinha também é decano do Clube, também faz parte desde a primeira composição social e eu, inadmissivelmente, indesculpavelmente, irresponsavelmente, absurdamente não mencionei... Desculpas meu amigo Marquinho, mil desculpas!!!! Eu empresto o 72 para você correr o rally do Veteran, OK?
ResponderExcluirObrigado pelas palavras de todos vocês, que são meus amigos e companheiros de ferrugem. E a minha cunhada querida, que sempre me surpreende, obrigado de coração
Paixão, paixão, paixão!! é o que a gente vê e sente lendo essa entrevista. Eita!!!
ResponderExcluirEmocionante ler essa sua história assim, meu irmãozão!! Não vou escrever muito não, só queria dar os parabéns!! Procê e pro Marcus Lauria.
Bjos
Bianca (sua melhor irmã)
Valeu, Valeu seu Wilson!!!!! eu que sei como tu gostas de carangas roncadoras...parabéns por tudo!
ResponderExcluirbjão do seu filho mais velho, que prefere um land rover defender...qualquer ano hehehehe
Acho que conheço esse cara.
ResponderExcluirE esses carros dele, então...
Só não lembro de onde...
Será que é daquelas quintas-feiras (todas)?
Ou de todos os encontros aqui no Rio?
Ou dos outros fora do Rio?
Ou aquela companhia constante em Águas de Lindóia?
Será que é o meu PRESIDENTE?
Marcos Lauria e Welco: parabéns pela forma e conteúdo.
Talvez seja melhor desse jeito, sem perguntas e respostas, flui melhor.
Grande abraço,
Pedro Watson
Muito bem escolhido este entrevistado.
ResponderExcluirótima pessoa, amigo e apaixonado por tudo o que faz.
Parabéns Welco, merecida e justa esta entrevista.
Um abraço.
Helinho
E eu tenho a sorte de ser amigo do Welco!
ResponderExcluirSujeito bom taí...
Pena que eu não apareça com mais frequência no encontro do Opala. Mas toda vez que vou, sou extremamente bem recebido - assim como sou muitíssimo bem recebido pelo Welco onde quer que nos encontremos.
E eu pensava que o negócio dele era apenas o Opala... qual nada, a parte final da entrevista poderia até ter sido escrita por mim, tamanha a semelhança de pensamentos e idéias antigomobilísticas...
Mas aquele carro que ele quer, o DKW-Vemag Belcar 64 (por quê 64?)não sei não, será porquê 3=6?
Um grande abraço ao Welco e ao Lauria, que nos fornece este espaço!
Querido primo! Parabéns pela entrevista, embora não entenda nada disso, sempre admiro quem tem uma paixão assim. Um abraço com carinho!!!!!! Elba e familia
ResponderExcluirPuxa Primo! Eu sabia que o amor era tanto, mas não tão contagiante. Escreva mais. A gente merece. BJUS
ResponderExcluirFico muito feliz em saber que o OCRJ vive e forte ate os dias de hoje.
ResponderExcluirParabens,Welco,Hugo,etc...
Ody
Três coisas sobre você: apaixonado, muito legal, e agora famoso.É um prazer ser seu primo!
ResponderExcluirSaudade, Mandinho.
Caro Welco: em poucas linhas, voce abriu seu coração, e é impossivel não simpatizar com voce e com a sua historia. É um privilégio conhecê-lo. Parabens. Ervin
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