quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Latin NCAP: Até 60.000 mortes por ano podem ser evitadas


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 O relatório final do Projeto de Bem Público Regional (BPR)*, “Melhorias nas normas de segurança de veículos na América Latina e no Caribe por meio da adoção de regulamentos das Nações Unidas (ONU) e sistemas de informação ao consumidor”, liderado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, analisa os efeitos potenciais sobre a saúde pública e o impacto econômico na região como resultado da incorporação de tecnologias de segurança veicular. O relatório inclui informações dos países signatários do BRP: Argentina, Brasil, México, Colômbia, Equador e Uruguai.

O relatório analisa os regulamentos existentes nesses países, gera uma proposta de regulamento para uma aplicação eficiente e para o processo de aprovação. A segunda parte do estudo, conduzida pela Universidade de Chicago, analisa os possíveis impactos à saúde, com base na estimativa do número de vidas que seriam salvas e do ônus da deficiência evitado como resultado da adoção de normas de segurança. A terceira parte do estudo, elaborado sob a supervisão da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), analisa os impactos econômicos em termos de renda e emprego, trocas comerciais e implicações fiscais nos países da ALC, como resultado da possível adoção dos Regulamentos da ONU selecionados.

Potenciais impactos na saúde
As tecnologias de segurança veicular avaliadas neste estudo são: sistema de frenagem antibloqueio (ABS em inglês), controle eletrônico de estabilidade (ESC em inglês), airbags frontais, airbags laterais, cintos de segurança, barras de impacto lateral nas portas, proteções laterais, encosto para cabeças e design dianteiro do veículo para proteção de pedestres. As tecnologias analisadas no relatório detalhado devem cumprir os requisitos técnicos propostos pelo WP.29 das Nações Unidas.
 

No caso de uma adoção total das tecnologias analisadas, estima-se uma redução geral potencial para os seis países de 33.000 (28%) menos mortes anuais e um máximo de 53.400 mortes.

É importante também ter em mente que os programas NCAP podem levar os fabricantes a desenvolver projetos que ofereçam segurança que exceda os requisitos mínimos dos regulamentos da ONU. Por exemplo, essa análise mostra que a região da ALC teria reduções muito maiores no impacto lateral (7.400 mortes) se mecanismos como o NCAP fossem usados para incentivar os fabricantes a fazer os melhores projetos de veículos disponíveis na região.

Para o efeito do ESC (incluindo os efeitos do ABS), seria obtida uma redução de 10.000 a 37.000 mortes por ano, com uma estimativa geral de 22.800 (19%) menos mortes na região. No que diz respeito ao aumento da disponibilidade de airbags frontais, que são eficazes para complementar os cintos de segurança em impactos frontais, permitiria uma redução de 2.700 a 5.100 mortes anuais, com uma estimativa geral de 4.100 (3,5%) menos de fatalidades na região da ALC, considerando a ampla presença desses elementos hoje. Os airbags laterais que incluem proteção para a cabeça são a tecnologia mais importante para mitigar mortes e lesões em casos de impactos laterais, pois a região pode observar entre 2.500 e 4.000 mortes a menos por ano, com uma estimativa geral de 3.300 (3%) menos mortes, devido à crescente disponibilidade de airbags laterais.

O design frontal do veículo para proteção de pedestres é especialmente importante, já que eles representam uma grande proporção de mortes em muitos países. A região da América Latina e do Caribe sofreria uma redução entre 4.400 e 7.300 mortes, com uma estimativa principal de 7.100 (6,0%) menos mortes por ano, aumentando a disponibilidade de veículos projetados para proteção de pedestres.

Deve-se considerar que dezenas de milhares de feridos também seriam evitados ou mitigados, mas não foram quantificados neste estudo.

Potenciais impactos econômicos
No cenário mais provável, estima-se que a implementação das tecnologias recomendadas nos Regulamentos da ONU, desenvolvidos pelo WP.29, geraria um crescimento econômico regional da ordem de 0,79% do Produto Interno Bruto (PIB), com efeitos diferentes para cada país, de acordo com as características estruturais e de comércio exterior de cada um deles.

O crescimento esperado na Argentina seria de aproximadamente 1,04% do PIB. No melhor cenário, o país poderia gerar um crescimento máximo de 1,9%, enquanto em um cenário mais conservador, poderia crescer 0,7%. O Brasil deve crescer 1,02%, com um cenário melhor de 1,9% e o pior de 0,7%. A Colômbia pode crescer 0,63% no cenário de linha de base, 1,6% no melhor e 0,5% no pior. O Equador teria um crescimento esperado de 0,61%, no pior de 0,4% e, no melhor dos casos, de 1,3%. O México poderia crescer 0,5%, um cenário melhor de 1,2% e um cenário pior de 0,4%. Finalmente, o Uruguai teria um crescimento esperado de 0,59%, um cenário melhor de 1,7% e, no pior caso, de 0,4%.

Embora seja possível que haja setores mais e outros menos beneficiados como resultado da implementação do Regulamento da ONU, é apreciado que o emprego registraria um crescimento que varia entre o mínimo de 0,25%, para o Uruguai, e o máximo de 1,05%, para o México. Esse resultado sugere que o bem-estar das casas dos trabalhadores não deve ser afetado no médio prazo.

Modificar as preferências do consumidor para obter carros mais seguros e limpos ajuda a acelerar o processo de mudança. Programas de avaliação de veículos, como o Latin NCAP, desempenham um papel fundamental nesse processo de alteração das preferências do consumidor, tornando as informações acessíveis e transparentes a todos os consumidores.

Sobre regulamentos

Da análise feita aos seis países, constatou-se que nenhum deles é signatário (parte contratante) dos Acordos da ONU de 1958, 1997 ou 1998. Alguns países optaram por uma aplicação parcial e modificada em combinação com os padrões nacionais dos Regulamentos da ONU anexados ao Acordo de 1958, sem a certificação e os controles adequados. Não há verificação da conformidade da produção, o que não permite verificar se os veículos no mercado realmente cumprem a regulamentação exigida. Alguns regulamentos nacionais exigem tecnologias específicas, como airbags, ABS ou cintos de três pontos, mas seu desempenho, ou características técnicas, não é detalhado.

Fonte:  www.latinncap.com

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