terça-feira, 21 de maio de 2013
A contribuição da eletroeletrônica no Inovar Auto
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Por Textofinal de Comunicação Integrada
A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) promoveu, dia 16 de maio, no Teatro Unip, em São Paulo (SP), o XV Seminário de Eletroeletrônica, sob o macrotema “Eletroeletrônica Automotiva no Inovar Auto”, ao reunir 115 profissionais da área de engenharia das montadoras, centros de tecnologia, professores, estudantes e entidades de P&D com foco em inovação tecnológica.
Para Nilton Monteiro, diretor executivo da AEA, que fez a abertura do evento, enfatizou que “apesar de todo o desenvolvimento em eletroeletrônica, o segmento, principalmente agora com o Inovar Auto, é de grande potencial de contribuição na introdução de acessórios eletrônicos, principalmente quando o assunto é eficiência energética e de grande importância para que se atinja as metas do programa”.
A palestra de abertura do evento foi ministrada por Henrique de Oliveira Miguel, coordenador geral de Microeletrônica da Secretaria de Politica de Informática, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Na oportunidade, Miguel informou que, apesar da crise mundial, os países não deixaram de investir em P&D e o Brasil tem dispêndio governamental no mesmo patamar dos países desenvolvidos.
“O amplo conjunto de países utilizou a Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) para criar oportunidade de desenvolvimento com estratégias globais, superação de gargalos em infraestrutura, desenvolvimento econômico do setor empresarial, desenvolvimento social, modernização e eficiência da gestão publica e dinamismo da TIC”, disse Miguel.
“Avaliação da Conformidade na Área de Eficiência Energética” foi o tema principal da apresentação do diretor de Qualidade do Inmetro, Alfredo Carlos Lobo. O conceito contendo uma série de regras que avalia processos sistemáticos monitorados e avaliados pelo Inmetro está em andamento no País com mais de 197 programas.
O diretor também informou sobre o Programa de Etiquetagem Brasileiro que nasceu com o objetivo de avaliar a eficiência energética para estimular o seu aumento. “Hoje uma geladeira é 70% mais eficiente que há 10 anos e o mesmo está ocorrendo com o setor de transportes”, explica. Para 2014, o Inmetro prevê a implantação do PBE Pneus, cujo objetivo é avaliar a qualidade dos pneus, emissão de ruídos e resistência de deslocamento. O programa também será ampliado para Veículos Pesados.
O gerente do departamento de Indústria Pesada – Área Industrial do BNDES, Bernardo Castro, falou sobre “Oportunidades de Fomento e Linhas de Apoio”. Por meio de pesquisa apresentada informou que o consumidor hoje está mais exigente na aquisição de um automóvel, ao exigir mais tecnologia, mais dispositivos de segurança, como freios ABS, controle de estabilidade (EBD), bolsas infláveis (airbags), sendo que todos eles são eletrônicos.
Com relação à inserção do Programa Inovar Auto, Castro apresentou um panorama com perspectivas a curto, médio e longo prazo. “A curto, vemos a balança comercial piorando, ou seja, alta importação de autopeças, baixo investimento e piora em outros indicadores”, explica. Já a médio prazo, as expectativas melhoram um pouco, pois vemos a maturação dos investimentos de montadoras, aumento de conteúdo e mais P&D e Engenharia no Brasil. Por fim, a longo prazo, temos o Brasil capitaneando desenvolvimento no setor automotivo.
A sócia-diretora da Inventa, Manuela Soares, apresentou conceitos gerais do Inovar Auto, uma visão da inovação, como ela chegou no programa e quais são as oportunidades que gera para o setor em geral. Sua palestra “Inovar Auto – Sensibilização e Conceitos” também mostrou a importância de boas práticas de gestão para que as empresas atendam ao programa Inovar Auto em Pesquisa & Desenvolvimento e Engenharia. Mostrou também o grupo formado dentro da AEA, onde se discutem ações e procedimentos necessários ao melhor entendimento do Inovar auto.
“O primeiro desafio é separar P&D e Engenharia e não esquecer criar critérios de rateio contabilmente, usar coletores de custos/despesas por projeto, ter sistema de apontamento de horas por projetos sincronizados com a folha de pagamento, disse Manuela.
Mais tecnologia – A primeira palestra da segunda parte do seminário abordou o tema “Desenvolvimento de Semicondutores para a indústria eletroeletrônica no Brasil”, de autoria de Armando Gomes, diretor da Divisão Automotiva e Industrial da Freescale.
Gomes, depois de expor um histórico do transistor ao processador, explicitou que os semicondutores tendem a se tornar commodities, “diante dos altos investimentos demandados em unidades produtivas. Ou seja, a tendência é que tenhamos no máximo três ou quatro fábricas no mundo, mas o setor sempre será capaz de atender às necessidades da arquitetura de microcontroladores de projetos automobilísticos”.
Em “Sistemas Start e Stop”, Rafael Borelli, da Bosch, descreveu a tecnologia Básica, Advanced e o Coasting. Mas, sobretudo, pontuou como o start/stop pode contribuir no sentido de as montadoras de veículos automotores alcançarem seus objetivos de eficiência energética de seus produtos.
Outra interessante apresentação do seminário foi a de Evaldir Negrelli, da Renault e também membro da Comissão Técnica de Eletroeletrônica da AEA, sobre “Radar Automotivo 79 GHz – Segurança e Regulamentações”, por meio da qual fez uma ampla explanação da importância dos sistemas de radares quanto à segurança veicular.
Negrelli parte do exemplo da Alemanha para ilustrar a importância do sistema de radares. “O nosso benchmark é a Alemanha. Depois do cinto de segurança, ABS, airbag e controle de estabilidade, o sistema de radares é um dos grandes responsáveis pela queda vertiginosa de fatalidades, ao mesmo tempo em que a Alemanha mantém curva ascendente de frota circulante nos últimos anos”, argumenta.
“No Brasil”, elucida Negrelli, “a AEA será responsável por apresentar uma proposição de regulamentação do radar automotivo na faixa de rádio frequência de 79 GHz. Esse estudo será apresentando no segundo semestre deste ano”.
A última palestra do dia foi a de Henrique Meira, da Etas, uma empresa do Grupo Bosch, sobre o “Sistema Labcar”, hardware-in-the-loop testing capaz de simular virtualmente todos os parâmetros controlados eletronicamente de um automóvel.
“Por esse sistema de virtualização, minimiza-se o uso de protótipos para testes e maximiza-se tempo e investimento”, concluiu Meira.
O XV Seminário de Eletroeletrônica foi encerrado por Edson Orikassa, diretor de Comissões Técnicas da AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, que ressaltou, diante de todas as apresentações de especialistas, a importância da eletroeletrônica no contexto do programa Inovar Auto.
www.aea.org.br
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