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O mercado de veículos elétricos (VEs) no Brasil está em expansão. De acordo com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), no primeiro semestre de 2025, foram comercializadas aproximadamente 87 mil unidades de veículos leves eletrificados (híbridos e elétricos puros), um crescimento de 9,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com isso, a demanda por carregadores residenciais, como os wallboxes, também aumenta. No entanto, a instalação e o uso incorretos desses equipamentos podem trazer riscos como curtos-circuitos, superaquecimento e choques elétricos.
Panorama dos eletropostos no Brasil
A infraestrutura de recarga para veículos elétricos no país avança rapidamente. Dados da ABVE mostram que em fevereiro de 2025, o Brasil contava com 14.827 eletrocentros públicos e semipúblicos, distribuídos em 1.363 municípios - cerca de 24,5% do total de cidades brasileiras. Desses carregadores, 84% são do tipo lento (AC) e 16% são rápidos (DC). O crescimento foi significativo: em apenas três meses (de novembro/2024 a fevereiro/2025), o número total de eletropostos aumentou 22%, com os carregadores rápidos apresentando um salto de 60%. Regionalmente, o Norte lidera o crescimento com 23,7%, seguido pelo Centro-Oeste (13,1%) e Nordeste (10,9%). Apesar dessa expansão, muitos proprietários ainda dependem da recarga doméstica, o que exige cuidados especiais.
Cuidados na instalação do carregador residencial
Carlos Gabriel Bianchin, pesquisador do Lactec e coordenador da Unidade Embrapii Inteligência Embarcada, explica que o primeiro passo é seguir as normas técnicas das concessionárias de energia. "Diversos profissionais e empresas que comercializam os eletropostos também oferecem consultoria e soluções prontas para entregar o equipamento já instalado", afirma.
A instalação deve considerar a capacidade da rede elétrica da residência e incluir disjuntores específicos para evitar sobrecargas. O próprio veículo monitora a recarga, ajudando a prevenir falhas graves.
Como evitar sobrecargas e curtos-circuitos
Bianchin destaca que a infraestrutura elétrica deve ser adequada à potência exigida pelo carregador. "A instalação elétrica deve prever a capacidade de prover a potência correta e também a instalação de itens de proteção, como disjuntores especificados corretamente", explica. É fundamental seguir as recomendações da montadora do veículo, que geralmente fornece orientações específicas sobre a recarga segura.
Normas técnicas e certificações
No Brasil, as normas para carregadores de veículos elétricos seguem padrões internacionais, como a série da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR IEC 61851, que regulamenta os sistemas de carregamento condutivo. "Aqui no Paraná, a Copel elaborou a norma técnica NTC 902210", exemplifica Bianchin. Vale ressaltar que, atualmente, não há regulamentação obrigatória do Inmetro para esses equipamentos, o que reforça a necessidade de optar por produtos de fabricantes confiáveis e que atendam às normas da ABNT.
Carregadores dedicados versus adaptadores caseiros
Adaptadores improvisados podem representar perigos, como arcos elétricos e falhas na conexão. "Alguns [adaptadores caseiros] não possuem travas mecânicas, que impedem a retirada sem interrupção do fornecimento de energia. Isto submete o usuário a um possível arco elétrico", alerta o pesquisador do Lactec. Já os carregadores dedicados, como os wallboxes, são projetados para maior segurança, com sistemas de travamento e compatibilidade com as normas técnicas.
Diferentes tipos de veículos e baterias
De acordo com Bianchin, as normas da ABNT e internacionais já cobrem as principais recomendações. No entanto, algumas montadoras homologam modelos específicos de eletropostos. "Cada veículo e sua bateria têm uma especificação correta de carga/descarga, e o processo de recarga assegura isso em conjunto com o sistema interno de gerenciamento da bateria (BMS)", explica.
Recomendações finais
Para uma recarga segura em casa, é essencial: contratar um eletricista qualificado, verificar se a rede elétrica suporta a potência necessária, preferir equipamentos certificados, evitar adaptadores caseiros e seguir as orientações da montadora. Com esses cuidados, os proprietários de veículos elétricos podem aproveitar os benefícios da mobilidade sustentável sem riscos.
Enquanto a infraestrutura pública de recarga continua se expandindo pelo país - com projetos como os 10.000 novos eletropostos que a DiDi Chuxing pretende instalar -, a recarga doméstica bem executada segue como uma opção prática e segura para os motoristas brasileiros.
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