sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

K.LUME analisa os percentuais de vendas de carros por combustível. O híbrido cresceu muito; o flex despencou

 

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A K.LUME Consultoria está divulgando hoje um relatório que mostra o comportamento do mercado automobilístico brasileiro seccionado por tipos de combustível. O levantamento inclui percentuais de vendas de carros e comerciais leves desde 2018. A consultoria avaliou as vendas de todos os veículos novos emplacados no país com motores bicombustíveis (flex), gasolina, diesel, híbridos e totalmente elétricos.


Um dos resultados mais característicos aparece no sensível encolhimento dos modelos flex. Eles são naturalmente a esmagadora maioria dos automóveis e comerciais leves vendidos no Brasil, mas seu share já foi bem maior. Lançados no início de 2003, os veículos flex rapidamente ganharam mercado atingindo quase que a totalidade dos veículos produzidos no Brasil, salvo raríssimas exceções.


Dentre os automóveis de passeio, em 2018, os modelos flex possuíam 93,7% das vendas. O lançamento do Toyota Corolla híbrido no final de 2019 deflagra esse processo. Ele e alguns outros veículos importados pressionaram os veículos flex para níveis próximos dos 90%.


A chegada dos eletrificados chineses em 2023, contudo, movimentou ainda mais o mercado. “BYD e GWM passaram a comercializar veículos eletrificados com maior volume e este mercado cresceu significativamente. Em 2023, os bicombustíveis representavam 89,71% das vendas. 2024 atingiram 85,39% e no acumulado de janeiro a novembro de 2025, os flex caíram para 80,35%. Além disto, outras marcas chegaram e a indústria local, a Stellantis, passou a disponibilizar 4 modelos híbridos, alterando as médias históricas. Para se ter uma ideia das mudanças, em 2018 apenas 0,19% do mercado era eletrificado e este ano atingimos 13,46% de eletrificação”, aponta o consultor automobilístico Milad Kalume Neto.

“A migração é nítida, inclusive porque os demais tipos de propulsão mantiveram-se equilibrados nos últimos 5 anos, com uma ligeira transferência de vendas de modelos à diesel para gasolina em função de questões mercadológicas”, acrescenta. Veja a tabela abaixo.

O cenário muda radicalmente quando o recorte é feito em relação aos comerciais leves, onde há a presença maciça de picapes compactas e médias, onde as motorizações relevantes são, respectivamente, bicombustível e diesel. Quem explica é a consultora Maía Màrtins, da K.LUME. “Este é um segmento em que há o predomínio dos veículos usados para trabalho, muitas vezes com grandes distâncias percorridas diariamente. Esse fato por si só já dificulta a adoção de modelos elétricos, que estrearam em 2022 e tiveram uma redução na participação neste ano. Como ainda não há a presença de muitas opções híbridas, a concentração continua alta nos modelos flex e diesel”, esclarece.


Elucidando a explicação da consultora: os comerciais leves elétricos estrearam no Brasil em 2022 com 0,24% de share. Estão com 0,08% no acumulado de 2025. No mesmo período, os modelos à diesel caíram de 47,99% para 41,42%, enquanto os de motorização flex ampliaram sua presença, partindo de 50,59% (2022) para 54,67% (2025). “A queda do diesel e a ascensão dos modelos flex decorreu do fortalecimento da presença de picapes de porte intermediário, como Fiat Toro e Chevrolet Montana, somadas ao fenômeno do downsizing que esse segmento experimentou. De certa forma, esses modelos subtraíram essa pequena parcela das médias, que são todas movidas à diesel”, opina. Confira no quadro abaixo.


Um contraponto relevante observado por Milad diz respeito ao aumento das vendas de veículos eletrificados observados nos últimos 12 meses nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, regiões tradicionalmente usuárias de veículos à diesel. “Caso este cenário persista e exista disponibilidade de modelos eletrificados condizentes com o uso em atividades comerciais, é grande a possibilidade de termos um aumento das vendas de eletrificados em comerciais leves nos próximos anos nestas regiões”.

 

Eduardo Pincigher / eduardopincigher@hotmail.com 

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