quinta-feira, 14 de maio de 2020

Produção de motocicletas cai 98% em abril


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  A indústria brasileira de motocicletas registrou em abril 1.479 unidades produzidas, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo. Este volume representa queda de 98,4% na comparação com o registrado no mesmo mês de 2019 (91.226 unidades) e de 98,6% quando comparado a março do presente ano (102.865 unidades).

No acumulado do primeiro quadrimestre foram fabricadas 299.078 motocicletas, redução de 18,7% na comparação com o mesmo período do ano passado (367.986 unidades).

“A produção do segmento ficou praticamente estagnada em abril, já que 70% das fábricas de motocicletas paralisaram suas atividades produtivas como medida de prevenção e segurança de seus colaboradores diante da pandemia da covid-19”, explica Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.

No início de maio metade do total de fábricas de motocicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus – PIM já haviam voltado a funcionar com adoção de medidas preventivas para a segurança dos colaboradores, tais como medição de temperatura na entrada, alteração do layout produtivo de forma a ampliar o espaço físico entre os trabalhadores, mudanças no sistema de ônibus fretado para assegurar o distanciamento entre os passageiros, fornecimento de máscara de proteção e álcool em gel 70% e outras. Além disso, todas contam com ambulatório médico pronto para prestar qualquer tipo de atendimento aos colaboradores.

Fermanian alerta que devido ao cenário atual as projeções para 2020 do segmento de motocicletas serão revistas. “Não resta dúvida que os resultados do segmento serão impactados pela pandemia da covid-19. Por isso, iniciaremos agora um processo de revisão dos números.”

O presidente da Abraciclo também chama atenção para a situação das fabricantes do segmento, bem como de seus parceiros do varejo, que sentiram fortemente a súbita paralisação das atividades de um modo geral e necessitam do apoio de medidas governamentais que aliviem as dificuldades de caixa das empresas.

“Estamos apresentando pleitos referentes às necessidades operacionais e econômicas mais urgentes das fabricantes de motocicletas e também das parceiras que atuam no varejo para os governos federal, estadual e municipal. O andamento está em diversos estágios, sendo que em alguns casos entramos na fase de agendamento de reuniões por videoconferência.”

Fermanian acrescenta que “o segmento de motocicletas precisa que a interface no varejo volte a funcionar plenamente, considerando-se, obviamente, os cuidados de prevenção necessários como uso de máscaras, distanciamento físico e higienização das mãos com álcool em gel, além da adoção de entregas e serviços específicos com hora marcada”.

VENDAS NO ATACADO
Em abril, as fábricas repassaram para as concessionárias 5.173 motocicletas, representando uma redução de 94,3% no comparativo com abril do ano passado (90.293 unidades) e de 94,4% ante março (92.900 unidades).

No acumulado de 2020 as vendas no atacado atingiram 282.575 unidades, correspondendo a uma queda de 21,7% na comparação com o primeiro quadrimestre do ano passado (361.017 unidades).

DESEMPENHO POR CATEGORIA
Em abril, a categoria mais comercializada no atacado foi a Street, com 2.412 unidades, representando uma queda de 94,4% em relação ao mesmo mês de 2019 (42.770 unidades) e de 94,9% na comparação com março do presente ano (46.902 unidades).

O segundo lugar ficou com a Trail, que teve 1.243 motocicletas comercializadas, volume 92,5% menor ao registrado em abril do ano passado (16.681 unidades) e 93,1% inferior às 18.099 unidades repassadas às concessionárias no mês anterior.

Com 449 unidades comercializadas, a Scooter apareceu na terceira posição do ranking. O desempenho ficou 95,3% abaixo das 9.636 unidades comercializadas em abril do ano passado e 94,5% menor ante as 8.104 registradas em março do presente ano.

 Vale destacar que no primeiro quadrimestre de 2020 as categorias Street e Scooter registraram aumento em participação de mercado, o que demonstra sua franca aceitação no universo da mobilidade urbana.

Com 145.459 motocicletas comercializadas a Street é a categoria líder no Brasil, com 51,5% do mercado. No ano passado, nesse mesmo período, a fatia era de 50,7%. Já a Scooter alcançou 8,6% do mercado, enquanto que há um ano o índice era de 8,3%.

EMPLACAMENTOS
       Acompanhando o cenário registrado na produção e nas vendas ao atacado como consequência da pandemia da covid-19, os emplacamentos também registraram queda acentuada em abril. Segundo levantamento do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) analisado pela Abraciclo foram licenciadas 28.246 motocicletas, significando um recuo de 69,7% na comparação com o mesmo mês de 2019 (93.370 unidades) e de 62,5% em relação a março do presente ano (75.372 unidades).

        A média diária de vendas foi de 1.345 unidades, em 21 dias úteis. Esse foi o pior resultado para o mês de abril desde 2003 (3.339 unidades). Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve uma queda de 69,7% (4.446 unidades/dia, em 21 dias úteis). Na comparação com março a retração foi de 60,7% (3.426 unidades/dia, em 22 dias úteis).

        Os períodos de funcionamento disforme das concessionárias e dos Detrans nos estados pelo País afora, ao longo de abril, causaram variações atípicas nos números de licenciamento. Um exemplo claro desta situação foi o volume de emplacamentos registrado no Estado de São Paulo, tradicionalmente o maior mercado do Brasil: no mês passado foram emplacadas somente 291 motocicletas, ou cerca de três vezes menos do que Sergipe, com 1.036 emplacamentos. O mercado paulista ficou atrás também do Acre, com 483, e Alagoas, com 388 emplacamentos.

       Desta forma o ranking de licenciamentos por estado foi liderado em abril por Minas Gerais (4.361 unidades), seguido, pela ordem, por Bahia (3.803 unidades), Pará (2.379 unidades), Santa Catarina (2.246 unidades) e Mato Grosso (1.899 unidades).

Em Santa Catarina, onde as concessionárias estavam liberadas para operação de vendas, o volume de emplacamentos cresceu 9% em abril, em plena crise do coronavírus, ante março, quando a pandemia ainda estava começando a ser anunciada.

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