segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Nanotecnologia e o automóvel do futuro


Por Napoleão da Silva

Vivemos uma época de transformações na indústria automotiva, em que grandes empresas estão sendo redefinidas em todo o mundo e o mercado apresenta um grande ciclo de renovação. Em paralelo, a tecnologia não cessa em sua evolução e novas aplicações. E tudo isso acaba por impactar na maneira como os veículos do futuro serão desenvolvidos.


Uma área fascinante e que se situa neste constante desenvolvimento tecnológico é a de materiais e suas aplicações. Temos aí a nanotecnologia despontando no cenário, que exige processos e operações em nível molecular, aumentando a capacidade de manipulação dos materiais. Para se ter ideia de como este segmento cresce em todo o mundo, o mercado de nanotecnologia, que foi de US$ 9 bilhões em 2007, deve chegar a US$ 54 bilhões em 2015 e a US$ 140 bilhões em 2020, de acordo com o Nanowerk, portal especializado em nanociências e nanotecnologia.


Hoje, todas as grandes montadoras desenvolvem pesquisas na área, com aplicações que vão desde novos materiais – com estudos voltados para a melhoria dos componentes e que abrangem materiais como metais, tintas, plásticos e vidros -, a sistemas de energia, inteligentes e nanoeletrônica. Estima-se que mais de 95 novas aplicações de nanotecnologia devam ser introduzidas no setor automotivo nos próximos cinco anos. Isso porque sua aplicação pode trazer inúmeros benefícios, inclusive para as questões ambientais, ao facilitar a reciclagem de componentes e ajudar na redução do peso do veículo, o que diminui os níveis de emissão de gases poluentes.


Um exemplo interessante são os nanocompostos, que permitem a criação de películas protetoras autoregenerativas nos automóveis, à prova de riscos na pintura e poeira. Estas películas, além de serem mais finas, permitem maior duração da pintura nas superfícies do carro, reduz os reparos por riscos e são mais leves que as convencionais. As pesquisas com nanotecnologia também estão sendo aplicadas para controlar as propriedades ópticas dos vidros e superfícies transparentes, permitindo “sintonizar” as frequências da luz que se queira permitir passar, e proporcionar características autolimpantes. As possibilidades com a nanotecnologia são imensas e certamente fascinantes!

Além da nanotecnologia, os materiais considerados tradicionais também evoluem na aplicação. As preocupações com meio ambiente, sustentabilidade e custos de desenvolvimento, bem como segurança e redução de peso, afetam o uso desses materiais como o aço, alumínio e os polímeros.
Então, diante de todos estes desenvolvimentos em materiais, podemos vislumbrar um futuro com veículos mais leves, robustos, rápidos, seguros e inteligentes, e ao mesmo tempo virtualmente não-poluidores. Uma janela de como a nanotecnologia avança no setor automotivo será aberta dia 6 de outubro, em São Paulo, durante o Congresso SAE BRASIL 2009. Um painel exclusivo sobre o assunto vai reunir representantes de instituições ligadas às aplicações de materiais na indústria, que trarão os últimos desenvolvimentos ainda nos setores estratégicos do aço, alumínio e polímeros e nanotecnologia.


*Jomar Napoleão da Silva é vice-diretor do Comitê de Veículos de Passeio do Congresso SAE BRASIL 2009



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