Por VGCOM Assessoria
Todavia, o que o Estado e seus órgãos de trânsito tem feito em termos de ações plausíveis para diminuir essa epidemia?
Em São Paulo a própria CET trata o motociclista como marginal, como problema! Vemos campanhas de “Respeite o Pedestre” ou “Respeito o Ciclista” e não vemos nada como “Respeite o Motociclista”.
O aumento da animosidade entre veículos de 4 e 2 rodas é culpa da omissão e das ações desastrosas dos próprios órgãos de trânsito.
Se em países como Espanha e EUA por meio de estatísticas concluíram que 7 em cada 10 acidentes entre carros e motos a culpa é do motorista, no caso de Espanha e a Motorcycle Safety Foudation afirma que mais de 55% dos acidentes entre ambos a culpa é do motorista, Pergunto: será que no Brasil é diferente?
A política de trânsito busca fluidez para os carros, em detrimento a todos os outros meios de transporte, quer seja coletivo ou individual.
Sugiro três mudanças necessárias para se alterar essa epidemia:
1) não só alterar a categoria “A” da CNH, mas também alterar a categoria “B” para permitir a essa categoria pilotar scooter até 33cv de potência. Mesmo que o futuro motorista não venha utilizar o veículo de duas rodas, no processo educacional para obter a habilitação, terá conhecimento de que a estabilidade do veículo de duas rodas é dinâmica, enquanto do automóvel é estática, contribuindo para respeitar o veículo menor e mais vulnerável na divisão da via pública. Aqui o modelo de habilitação a ser adotado é o italiano;
2) Acabar com o CFC´s, já que a matemática não fecha: a educação de trânsito deve ser totalmente de responsabilidade do Estado e a Polícia Militar tem que assumir o ensino de trânsito. Os candidatos a motorista ou motociclista são adestrados pelos CFC´s que necessitam de alta rotatividade para pagar suas contas, já que é privado e necessita aumentar sua receita. É impossível ensinar rápido! Por esta razão o “ensinar trânsito” deve ser de competência da divisão de trânsito da Polícia Militar;
3) o DENATRAN tem que ter autonomia politico, financeiro, administrativo. Tem que se tornar uma autarquia e sair da batuta política para a batuta técnica e assim o Brasil ter uma política séria de segurança de trânsito.
André Garcia é motociclista, advogado especialista em Gestão e Direito de Trânsito, colunista na imprensa especializada de duas rodas, laureado com o Prêmio ABRACICLO de Jornalismo em 2008 com matéria de segurança viária, criador do Projeto Motociclismo com Segurança.
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