Da Colômbia ao Brasil, em uma rota de mais de 25 mil
quilômetros, passando por quase todos os países da América do Sul em uma Royal
Enfield Classic 500. Esse é o roteiro escolhido pela engenheira alemã Simone
Maria Richardt, em uma viagem que já tem nove meses pelo continente e chegou
nesta semana a São Paulo. Aos 36 anos já conheceu mais de 100 países, a maioria
deles em duas rodas.
Ela decidiu deixar seu emprego em uma fabricante de peças
automotivas para aproveitar melhor a viagem, sem pressão de tempo. A escolha
pela Classic 500 vem de seis anos atrás, quando se apaixonou pelo modelo na
Índia. "Eu estava na cidade de Goa e queria alugar uma motocicleta. Olhei
para ela, decidi testá-la e me apaixonei. Ela é fácil de pilotar e confortável,
foi sempre uma máquina confiável durante minhas viagens", conta Simone. A
alemã tem uma ligação especial com a Índia, pois trabalhou em Nova Délhi e, no
ano passado, viajou por 10 dias e mais de 3.000 quilômetros no Himalaia, também
com o modelo Classic 500.
O roteiro sul-americano teve início em Medellín, na
Colômbia, onde Simone adquiriu o modelo escolhido. Depois disso, passou por
Equador, Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai antes de chegar ao
Brasil. "A América Latina é uma das partes mais incríveis do planeta. Tem
muito a oferecer, com maravilhas naturais e fatos históricos e culturais únicos
e muito interessantes. Há muita tradição de culturas nativas dos povos que
habitaram os continentes antes da chegada dos europeus", destaca Simone.
A viajante deixou pela primeira vez sua pequena cidade
natal, Hechingen, de quase 20 mil habitantes, no sul da Alemanha, aos 16 anos.
"Sempre fui uma pessoa aventureira e amo aprender novas coisas para
ampliar meus horizontes. Você encontra beleza em todos os lugares, quando
aprende a não ter medo de olhar", explica.
Os anos de experiência em duas rodas ensinaram como
aproveitar melhor o tempo e entender os limites do corpo. Na viagem pela
América do Sul, fez trajetos mais longos nos primeiros dias, de até 600
quilômetros, mas depois encurtou para 300 quilômetros. "Pilotar por muito tempo
pode parecer uma eternidade. Em trajetos mais curtos é possível parar com mais
calma nos destinos, conhecendo melhor as cidades que se gosta mais",
comenta. Outro segredo para suportar as longas viagens? "Yoga me ajuda a
manter o corpo equilibrado, pois dá a sensação de relaxamento e, ao mesmo
tempo, constrói a força muscular necessária para pilotar durante horas".
Diversos trechos de off road fizeram parte do roteiro de
Simone, testando o desempenho da Royal Enfield Classic 500 nas mais diversas
condições. "Estava pilotando em uma estrada que tinha um trecho de
passagem de águas. Não tive outra escolha, senão atravessar e a água, que subiu
até o tanque, fez o motor desligar. Me senti como num barco à deriva, mas a
motocicleta se saiu bem. Também fiquei presa na lama durante uma tempestade no
Salar de Uyuni, na Bolívia. Ali o desafio foi sair da chuva e tentar encontrar
um lugar seguro para me esconder. Tudo isso sem nenhuma outra pessoa a
quilômetros de distância para ajudar", comenta.
Simone ressalta que viajar com uma motocicleta impõe uma
série de cenários desafiadores e inesperados, mas que isso impulsiona o
viajante a crescer como pessoa. "Aprendi a respeitar cada cultura,
compartilhar alimentos, histórias, músicas, experiências de vida e sorrisos.
Isso traz felicidade, pois se aprende muito com os outros", analisa
Simone.
Entre as paisagens do continente sul-americano, a que mais
impressionou foi a Cordilheira dos Andes, com seus picos nevados, geleiras e
vulcões ativos. Nas pastagens secas do Cone Sul, que apresentam um clima seco e
frio, o modo de vida da população local ensinou importantes conceitos. "Fiquei
fascinada com o fato de que muitos povos indígenas conseguem viver lá em
circunstâncias muito humildes. Vivem apoiados pela criação de lhamas e
porquinhos-da-índia e pelo cultivo de plantações, como quinoa, batatas e
amendoim", relembra.
No Brasil, o que chamou a atenção da viajante foi a
diversidade, com belas praias, montanhas e florestas. Além disso, o que a
cativou foi o misto de culturas, vistos na música, cultura e culinária, e a
maneira com que os brasileiros convivem. "A população brasileira é um misto
de outras culturas – muitas delas europeias. É ótimo ver o respeito com que
todas elas vivem no mesmo espaço. A amabilidade, felicidade e hospitalidade dos
brasileiros são notáveis".
É por motivos como estes que a viagem, prevista para durar
apenas dois meses, já tem nove meses de duração. Ela garante, certamente, que
voltará à América do Sul, "seja para morar, trabalhar ou para mais uma
viagem". "Sempre fui aceita, ajudada e respeitada. As pessoas são
incríveis, fizeram me sentir em casa, com familiares. Aprendi muito com
todos". Na próxima vinda ao continente, a Amazônia será um dos destinos
escolhidos.
"Poderia escrever um livro sobre essa viagem, mas, em
resumo, para amantes da natureza, de uma cultura rica, culinária e música, é um
roteiro certeiro. Conhecer tudo isso em uma motocicleta, ainda mais uma Classic
500, torna tudo mais inesquecível", finaliza a viajante. Além do
crescimento pessoal e aprendizados, Simone levará de volta ao Velho Continente
o hábito e paixão por tomar mate. A motocicleta fica em Montevidéu, última
parada da viagem, e aguarda a volta da viajante para novas experiências.
Fonte: CDI
Comunicação Corporativa
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