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As falhas em módulos eletrônicos já representam mais da metade dos problemas atendidos por oficinas independentes no país, segundo dados compilados por entidades estaduais do Sindirepa, que apontam que mais de 50 por cento das ocorrências envolvem panes elétricas ou eletrônicas. Estudos do CESVI Brasil indicam ainda que, nos últimos anos, houve crescimento superior a 25 por cento nas falhas relacionadas a sensores, unidades de comando e comunicação interna dos veículos, reflexo da expansão de sistemas eletrônicos e da maior complexidade técnica.
Nesse contexto atua Marco Antônio Correia Faleiro, técnico especializado em diagnóstico eletrônico e reparo avançado de módulos automotivos, que observa no dia a dia uma mudança clara na natureza dos defeitos. Ele afirma que grande parte dos problemas poderia ser evitada com manutenção adequada e cuidado no sistema elétrico. “Muitos módulos chegam com danos causados por infiltração, sobrecarga ou perda de programação. São situações recorrentes, mas que exigem diagnóstico preciso e análise técnica detalhada”, diz.
As causas mais comuns das panes eletrônicas
As ocorrências mais frequentes envolvem módulos de injeção eletrônica, ABS e airbag. A infiltração de umidade é um dos motivos mais citados por técnicos experientes, provocando oxidação, mau contato e curtos em placas e conectores. O problema costuma ser agravado por lavagens inadequadas, acúmulo de água em áreas próximas ao cofre do motor ou falhas de vedação causadas por desgaste natural. Marco relata que casos desse tipo aparecem diariamente. “A água é um dos fatores que mais comprometem componentes eletrônicos. Quando chega ao módulo, mesmo em pequenas quantidades, pode danificar pistas e afetar sensores”, afirma.
Outro fator recorrente são as falhas de comunicação na rede CAN, estrutura responsável por interligar módulos de diferentes sistemas do veículo. Irregularidades em cabos, mau contato, interferência eletromagnética ou conectores oxidados podem interromper essa comunicação e gerar mensagens de erro no painel, travamentos ou funcionamento irregular de sistemas essenciais. Falhas de software também se destacam, especialmente em módulos de injeção, imobilizadores e unidades de carroceria, que podem sofrer corrupção de dados, perda de programação ou necessidade de atualização.
O aumento na instalação de acessórios fora do padrão, como sistemas de som reforçado, iluminação LED de alta potência e rastreadores, também contribui para quadros de sobrecarga elétrica. “Há muitos casos em que o problema não está no módulo, mas no que foi acrescentado ao carro de forma inadequada”, explica o técnico.
Riscos em sistemas de segurança e manutenção recomendada
As falhas nos módulos ABS e airbag seguem tendência semelhante. No caso dos freios, defeitos em sensores de roda ou na bomba podem comprometer a atuação do sistema em situações de emergência. Nos airbags, módulos danificados por colisões antigas, reparos mal executados ou soldas inadequadas representam risco direto ao funcionamento. Problemas relacionados à temperatura, vibração e superaquecimento também são observados, especialmente em módulos expostos ao calor contínuo do cofre do motor. Mau aterramento, chicotes com isolamento comprometido e conectores com microtrincas completam a lista de fatores críticos identificados no campo.
Para proprietários e gestores de frota, compreender essas causas ajuda a reduzir custos e elevar a confiabilidade dos veículos. Profissionais recomendam cuidados básicos, como manter a integridade do sistema elétrico, evitar instalações improvisadas, realizar atualizações de software quando disponíveis e monitorar pontos de vedação. A demanda por diagnóstico eletrônico avançado deve continuar crescendo, já que falhas intermitentes e problemas de comunicação exigem equipamentos adequados e domínio de leitura técnica com osciloscópio e transdutores.
A tendência para os próximos anos é de continuidade desse aumento, acompanhando a ampliação da tecnologia embarcada e a necessidade de precisão em sistemas de segurança e desempenho. Para Marco, o setor exige profissional capacitado e atenção constante a detalhes que antes passavam despercebidos. “A eletrônica trouxe eficiência, mas qualquer variação de tensão, erro de software ou falha de montagem pode gerar defeitos graves. O diagnóstico correto é o que separa um reparo simples de uma perda maior para o proprietário”, afirma.
Carolina Lara

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