Por Macus Lauria (texto e fotos)
A Volkswagen está usando a mesma estratégia aplicada no CrossFox, lançado em novembro de 2009, no Gol Rallye. O modelo que foi reestilizado naquele ano ficou com um visual mais “clean”, tornando a suas formas mais agradável aos olhos, sem muito plástico. O CarPoint News esteve no lançamento do Gol Rallye, no dia 20 de outubro de 2010, em Campinas (SP), na ocasião, foi oferecido um test-drive com trechos em asfalto e terra, como em um rali de regularidade. Mesmo com essa possibilidade de avaliar o carro em diferentes pisos, o teste não foi suficiente para chegar a uma conclusão mais profunda sobre o carro na época. Agora que pude avaliar o carro por uma semana, os aspectos bons e ruins do carro puderam ser apurados com mais calma.
O mais novo modelo com apelo aventureiro da Volkswagen tem a dianteira idêntica a da Saveiro Cross, que segundo os executivos da marca, estreou um novo segmento no Brasil, o dos “Compactos hatchbacks aventureiro”, O Gol Rallye surgiu pela primeira vez em 2004, com o Gol de terceira geração, dando continuidade a série em 2007 com o Gol “G4” e voltando em 2010 com uma nova configuração. Segundo a própria montadora, o novo Gol Rallye concorre com o Novo Fiat Uno Way, o Renault Sandero StepWay e o Citroën C3 XTR. Por fora, o Gol Rallye de “quinta geração” chega com o mesmo visual dos outros modelos da marca com esse apelo off-road, o modelo teve sua altura do solo aumentada em 2,8 cm, graças aos novos pneus 205/55 R15, mudanças na suspensão, que traz amortecedores e molas exclusivos e barra estabilizadora com maior diâmetro, assim como o eixo traseiro, que foi substituído por um modelo com maior rigidez, para agüentar os buracos com mais valentia. Porém, no dia-a-dia a convivência com o hatch fica complicada, a suspensão é acertada, mas devido aos pneus de uso misto e de perfil alto, com aderência pior no asfalto que os pneus comuns, o conjunto suspensão/pneus sofre nessas condições, ainda mais com o piso ruim das cidades, com pancadas secas transmitidas o tempo todo para o interior, provocando um desconforto e muito barulho de plástico solto.
Ainda na parte externa foram adicionados vários adereços aventureiros, mas nada exagerado, que deixou o modelo com linhas bem harmoniosas. Na parte dianteira destaca-se a grade em preto com a designação “Rallye” escrita em uma faixa em prata Cyclone, que faz conjunto com o pára-choque, que tem faróis auxiliares de dupla função (neblina e longo alcance) integrados, com uma régua na cor preta com detalhe em Prata Cyclone. Visto de lado, nota-se logo a nova faixa na cor preta, criando um efeito de cunha, com o nome da série na extremidade da roda traseira. Também foram aplicadas molduras nas caixas de rodas, e as maçanetas e a coluna central em preto fosco. Sob as portas, a soleira também tem acabamento preto, com uma faixa inferior central prata. Destaque para as rodas de liga leve de 15 polegadas, idênticas as da Saveiro Cross. Um item inédito nessa categoria é a introdução dos retrovisores externos, com os indicadores de direção incorporados ao corpo do espelho (side blinkers). Na parte traseira os destaques ficam para o novo aerofólio, na cor preta e o para-choque trazendo na parte central inferior, um difusor em Prata Cyclone. Para apelar para a esportividade à montadora resolveu instalar uma ponteira do escapamento cromada, além das lanternas escurecidas, dando um certo ar tuning ao modelo.
O interior é bem simples e composta por muito plástico, uma das causas dos constantes barulhos durante todo o teste. O Gol Rallye sofreu algumas alterações comparado aos modelos de série, como o acabamento em tonalidades escuras, assim como o teto e as colunas laterais e do vidro, realçando o painel, console, bancos e tapeçaria das portas. O painel tem pintura especial texturizada na parte superior, com destaque para as aberturas de ventilação com molduras metálicas e iluminação com Leds. A série pode ser identificada no interior com o logotipo “Rallye” presente no pomo da alavanca do câmbio, assim como na parte superior dos assentos dianteiros. Para quem viaja atrás, pode contar com luzes de leitura individuais, posicionadas no teto, além do aperto, onde o ideal seriam colocar só duas pessoas nos bancos de trás, com, no máximo, uma criança. Durante a avaliação fez falta um volante mais macio, mas nada que impeça o motorista de ter uma boa relação com a direção do veículo. O modelo aventureiro, na versão manual vem com vários equipamentos de série exclusivos, como sensor de estacionamento, abertura elétrica da tampa traseira e espelhos retrovisores externos com sinalizadores de direção. Opcionalmente é oferecida uma transmissão automatizada I-Motion (ASG), computador de bordo (com alerta de velocidade, autonomia, consumo médio e instantâneo de combustível, distância percorrida, tempo de viagem e velocidade média), ar-condicionado, airbag duplo, freios ABS e volante multifuncional e com paddle shifts incorporados - idêntico ao usado no Passat CC produzido na Alemanha -, entre outros equipamentos. O modelo ainda trás algum conforto, como direção hidráulica, trio elétrico, preparação para sistema de som com seis alto-falantes e antena, volante ajustável na altura e profundidade, limpador e desembaçador do vidro traseiro.
O Gol Rallye está equipado com o enxuto motor 1.6 VHT Total Flex (EA-111), nada mais justo, já que a montadora julga o modelo com um compacto com apelo esportivo, o propulsor trabalha em conjunto com a excelente transmissão manual MQ200, com cinco marchas, com engates precisos e macios, característica comum entre os modelos da marca. Na versão manual a performance é mais exaltada, com etanol no tanque o Gol Rallye acelera de 0 até 100 km/h em 10,3 segundos, enquanto que com gasolina esse número aumenta para 10,6 segundos (dados do fabricante), as ultrapassagens são feitas sem medo, o motor enche rápido e dá segurança ao motorista o tempo todo. Sua velocidade máxima é de 180 km/h com utilização de gasolina (E 22) e 182 km/h com etanol (E100). O Gol Rallye é oferecido em cinco cores, três delas sólidas (branco Cristal, vermelho Flash e preto Ninja) e duas metálicas, cinza Spectrus e prata Sirius, além da cor especial de lançamento, amarelo Solaris. Os preços partem de R$ 41.260 para a versão com câmbio manual e R$ 43.960 para a versão I-Motion (completa chega a R$ R$ 52.530). A versão avaliada pelo CarPoint News, a mais completa da gama com câmbio manual, custa R$ R$ 49.830. Mas pagar quase R$ 50 mil em um Gol é um exagero.
*FICHA TÉCNICA:
Motor 4 cilindros em linha, 8 válvulas, dianteiro, transversal, flex
Cilindrada 1 598 cm³
Potência 104 cv (E) / 101cv (G) a 5 250 rpm
Potência específica 65,0 cv/l (E) / 63,2 (G)
Torque 15,6 Kgf.m (E) / 15,4 (G) a 2 500 rpm
Taxa de compressão 12,1:1
Transmissão Manual, 5 marchas (opc. Automatizada I-Motion)
Tração Dianteira
Direção Hidráulica
Suspensão dianteira Independenteipo McPherson com barra estabilizadora
Suspensão traseira Interdependente com braços longitudinais
Freios dianteiros Discos ventilados
Freios traseiros Tambores
Rodas Liga leve, 15 polegadas
Pneus 205/55 R15
Comprimento 3,93 m
Altura 1,49 m
Largura 1,65 m
Entreeixos 2,46 m
Porta-malas 285 Litros
Tanque 55 Litros
Peso 1003 Kg
Peso/potência 9,6 Kg/cv (E) / 9,9 Kg/cv (G)
Confira a ficha completa em pdf: http://download.uol.com.br/carros/ficha_vw_gol_rallye.pdf
*Dados de fábrica
Esse carrinho aí de rally não tem é nada, deve desmanchar só de rodar no asfalto lunar brasileiro. E não tem nem ar condicionado de série, e isso num carro cuja versão de entrada custa R$ 41.260,00. Pior compra ever.
ResponderExcluiresse volante encaixa bem nele, mas o passat com o esse volante só mostra que a Volks tá visando 100% de aproveitamento...
ResponderExcluirBoa avaliação.
ResponderExcluirInfelizmente é um carro caro, pelo oque oferece!
Gostei da avaliação, só achei o perfil do pneu muito baixo para um carro "aventureiro". Acho que pelo preço dele (mais completo) e mais um pouco eu pegaria um palio week. adv. locker.
ResponderExcluirBom carro, mas peca no preço muito elevado.
ResponderExcluirPelo menos o apelo aventureiro não é exagerado como nos Fiat.
parabéns Marcão pela matéria
ResponderExcluircomo foi dito, pagar quase R$ 50 mil em um Gol é um exagero. Ainda mais em um que consegue ter mais barulho interno de plástico que as versões "normais"
Perfeita a sua colocação final Marcus, EU só o compraria completo mas pagar 49 mil num gol, não vale a pena!
ResponderExcluirMuito bem escrita a matéria, show de bola!!
ResponderExcluirAcredito que em um gol numa faixa de R$ 40.000 a 50.000, é um absurdo a quantidade de plástico empregada, poderiam ter caprichado muito mais no interior, com detalhes em couro. Ainda bem que o motorzinho 1.6 compensa e tenta salvar a pátria.
É um carro muito bonito ,mas acho que por esse valor se encontra algo melhor.....
ResponderExcluirAchei Lindo. O valor é um pouco elevado mesmo, mas na minha opinoão compensa. Isso é de gosto para gosto.
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