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Recentemente, a equipe de Estatísticas da Mobiauto fez um levantamento para apurar a variação de preços dos carros seminovos ano/modelo 2021, 2022 e 2023 durante o ano passado. Por serem praticamente novos, esses modelos tradicionalmente registram a maior curva depreciação do segmento de usados. E não deu outra: na média, eles perderam 9,48% em suas cotações.
Mas como isso se relaciona ao tema dessa nova pesquisa? Simples: vamos ver agora o lado oposto do mercado de usados: os velhinhos. Nesse novo levantamento, os pesquisadores apuraram os carros com preços abaixo de R$ 30 mil e identificaram, dentre eles, os de melhor e pior variação de valores. Na média, eles perderam somente 2,16% de suas cotações, muito abaixo, portanto, dos quase 10% dos seminovos. Mas essa nem é a melhor notícia.
“Historicamente, a curva de desvalorização de um carro é mais aguda nos primeiros três anos de uso. Dali em diante, ele perde um percentual menor a cada ano. Quando chega a 12 ou 13 anos de uso, as cotações deixam de obedecer somente ao ano/modelo e à quilometragem e passa a ser considerado como item preponderante o estado de conservação do veículo, a ponto de um carro 2010, por exemplo, poder ter preço mais alto que um 2011”, explica o economista Sant Clair de Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto.
Não é novidade que a boa compra nesse segmento precisa ser precedida de um mecânico de confiança que realize um diagnóstico prévio do estado do carro. “Muitas vezes, principalmente em importados de alto luxo, a compra pode ser uma fria. Você adquire o carro e descobre depois que deve trocar um módulo eletrônico que chega a custar mais de 20% do valor do carro. Tome cuidado. Mas que há excelentes compras nesse segmento, sem dúvida que há, conforme o nosso levantamento está mostrando, principalmente entre os modelos fabricados no Brasil”, informa o executivo.
Autotech que é um dos três maiores marketplaces de carros novos e usados do país, a Mobiauto apurou as cotações de um total de 48 modelos e 192 veículos, considerando os anos/modelos (de 2003 a 2016). E há muitas variações decorrentes do estado de conservação dos veículos anunciados, sim, embora o universo de centenas de milhares de anúncios auxilie na formação de uma base estatística bastante confiável. Nem todos os carros ingressaram com cotações – só aqueles que tiverem volumes expressivos de anúncios nos dois períodos avaliados – janeiro de 2023 e janeiro de 2024. Os pesquisados foram os seguintes:
· CAOA Chery QQ
· Chevrolet Celta, Agile, Classic, Prisma, Meriva, Corsa Hatch, Corsa Sedan, Astra Hatch, Astra Sedan, Montana, Vectra
· Citroën C3, C4, C4 Pallas
· Fiat Uno, Uno Mille, Palio Weekend, Fiorino, Palio, Punto, Siena, Idea
· Ford Ka, EcoSport, Fiesta Hatch, New Fiesta Sedan
· Honda Fit
· JAC J2 e J3
· Kia Picanto
· Nissan Tiida Sedan, Sentra
· Peugeot 207, 207 Sedan, 207 SW Escapade, 307 Sedan
· Renault Clio, Symbol, Sandero, Sandero Stepway, Logan
· Volkswagen Gol, Fox, CrossFox, SpaceFox, Voyage, Polo Sedan
Em meio a toda essa salada automotiva, os destaques compuseram um cenário bem curioso. E que vai animar o comprador de carros mais em conta: do total de 192 veículos pesquisados pela Mobiauto, 56 deles apontaram valorização no período de um ano para cá. E isso é ótimo.
Sant Clair faz uma observação importante. “Repare a presença maciça de modelos de segmentos extintos no mercado de veículos zero km. Como a pesquisa elucida, você até pode não ter mais minivans ou peruas novas, mas a presença de Meriva, Idea e 207 SW deixa claro que os modelos usados estão em alta”, explica. O executivo da Mobiauto esclarece que a performance da Chevrolet Meriva, inclusive, torna a minivan a grande campeã desse levantamento. “Ela aparece três vezes entre os cinco modelos de até R$ 30 mil que mais valorizaram. Indiscutível o quanto esse carro ainda tem fôlego no mercado de usados mais velhos”, diz.
Outro dado curioso consiste na presença do Nissan Tiida como campeão da pesquisa, bem como a inclusão de um modelo chinês da JAC Motors entre os dez melhores. Sant Clair explica. “Esses carros foram descontinuados pouco anos após o lançamento. Isso fez com que as cotações despencassem rapidamente. Agora, o consumidor acaba percebendo as virtudes mais genuínas de cada um deles. Enquanto o Tiida é um sedã médio bastante espaçoso, o JAC J2 é um carro com apenas dez anos de uso e bem equipado. Por menos de R$ 30 mil, eles acabam se tornando atrativos, a procura aumenta e os preços sobem”, explica.
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