quinta-feira, 11 de julho de 2024

Carro fora de linha... está valorizando no mercado nacional

 

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A Mobiauto acaba de divulgar um levantamento que desmonta uma “verdade absoluta” do mercado de carros seminovos e usados do país. Autotech que é um dos três maiores marketplaces de carros novos e usados do país, a empresa pesquisou o comportamento de preços de carros de segmentos praticamente extintos. E é possível apostar: na primeira vez que você adquiriu seu primeiro carro usado, e isso pode ter ocorrido há 20 anos, ou há 10 anos, ou há 5 anos – não importa –, alguém deve ter dito para que você evitasse “comprar carros fora de linha”. Não é verdade?


Essa é uma daquelas lendas que prevaleceram ao longo de décadas no Brasil. A Mobiauto já havia feito um levantamento em 2023 que apontava o contrário e trazia boas notícias aos donos de carros descontinuados, mostrando que as perdas nas cotações eram bem aceitáveis. Mas o que dizer de carros que pertencem a segmentos que desapareceram? Parece muito pior do que um carro fora de produção. Isso se traduz em um “segmento rejeitado pelos novos compradores”, não? A interrupção de oferta de modelos de uma certa categoria – como a das station wagons, por exemplo – mostra, claramente, o desinteresse do consumidor brasileiro pelo tipo de carroceria em questão, certo?


Certamente isso não é mais verdade.


Peruas (station wagons), minivans (ou monovolumes) e hatchbacks médios são segmentos que sumiram das prateleiras dos concessionários de veículos zero km. Exceção feita a uma ou outra perua superesportiva da Audi, ou de uma minivan sul-coreana, ou ainda de hot-hatches de origem britânica (respectivamente), a verdade é que não se produz mais nenhum modelo dos segmentos mencionados acima com volumes significativos de vendas.


O departamento de Dados e Estatísticas da Mobiauto calculou o as cotações de preços de vários exemplares dessas três categorias. Inicialmente os valores médios entre janeiro e maio de 2023 e, posteriormente, comparou-os ao mesmo período deste ano, extraindo sua variação.


Se você quer uma boa notícia desde já, lá vai: na média, esses carros perderam somente 5,21% no último ano. Em outro levantamento recente, a Mobiauto apurou que, na média de todo o mercado de seminovos, a depreciação de um ano para cá foi de 9,48%. Na prática, isso quer dizer que os “fora de linha” perderam muito menos que os seminovos. Nada mau.


Foram pesquisados 27 veículos desses três segmentos, com anos/modelos que variaram entre 2013 e 2023, compondo um levantamento total de 91 carros apurados. Como critério, os analistas da Mobiauto só consideraram veículos com número expressivo de anúncios, tanto no primeiro período como no ano seguinte.


O economista Sant Clair de Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto, que coordenou o trabalho, acredita que o estudo da empresa esteja derrubando uma daquelas regras que indicavam que carros fora de linha tivessem desvalorizações acentuadas.


“Entendo que esse fenômeno era herança dos anos 80, quando o mercado era composto por somente quatro montadoras e, sim, um carro fora de linha perdia mais preço que os demais. Hoje, porém, com dezenas de marcas e algumas centenas de modelos diferentes, os veículos descontinuados possuem clientela fiel, tanto que seguram preços com naturalidade. Dá para observar esse fenômeno com os clientes de minivans, que compõem a grande maioria dos modelos mais bem ranqueados na pesquisa”, explica.


Por qual motivo, então, esses carros teriam desaparecido como zero km, mas mantiveram a chama acesa nos usados? “Foi o fenômeno dos SUVs. As minivans deixaram de ser fabricadas porque a ampla maioria dos consumidores preferiu partir para SUV´s. O segredo dessa história é que o mercado de usados é muito maior e mais democrático, permitindo que elas continuassem em alta através de uma clientela menor, mas fiel”, diz Castro Jr.


Mais especificamente sobre os resultados da pesquisa, eles realmente surpreenderam. De um total de 91 modelos avaliados, 12 obtiveram o êxito de anotar valorização de um ano para cá, tendo o Citroën C4 Picasso 2018 como campeão, com 8,39% de alta nos preços. “Por que uma valorização tão acentuada neste modelo? Simples: ele tem somente seis anos de uso, um custo final acessível, ao redor de R$ 100 mil, versus um padrão excepcional de acabamento para o valor em si. E a alta nos preços decorre das poucas unidades à venda e da alta procura”, opina Castro Jr. “


Confira os dez veículos mais valorizados do levantamento.

 

“Note que o Top 10 traz sete veículos diferentes. Isso significa que o fenômeno ‘fora de linha’ realmente não incomoda mais. Não se trata de um mérito de uma ou outra marca ou um ou outro veículo. E sim uma conquista geral de praticamente todo o mercado, tanto que você encontra de tudo: carro nacional ou importado e veículos dos três segmentos pesquisados”, acentua o executivo. Veja agora os dez piores.


 

“Note que o Top 10 traz sete veículos diferentes. Isso significa que o fenômeno ‘fora de linha’ realmente não incomoda mais. Não se trata de um mérito de uma ou outra marca ou um ou outro veículo. E sim uma conquista geral de praticamente todo o mercado, tanto que você encontra de tudo: carro nacional ou importado e veículos dos três segmentos pesquisados”, acentua o executivo. Veja agora os dez piores.

 

 

 

Para o executivo que coordenou o levantamento, as variáveis são as mesmas: há carros produzidos no Brasil ou vindos de fora e persiste a presença de peruas, minivans e hatches. Onde estaria a diferença? “Repare no ano/modelo dessa tabela acima. São carros bem mais novos. Se os campeões de valorização tinham, em média, nove anos de uso, esses modelos que se saíram mal na pesquisa possuem pouco mais de cinco anos. É o tal movimento de um carro desvalorizar mais logo depois que é comprado”, comenta.

 

eduardopincigher@hotmail.com

 

 

 

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