quinta-feira, 29 de março de 2012

A França: uma plataforma de desenvolvimento para os veículos com baixa emissão de carbonono


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Por Assessoria de Imprensa UBIFRANCE Brasil

No coração de um mercado estimado entre 30 e 40% de veículos novos até 2025, e em 20% em 2020, os veículos elétricos puros (movidos à bateria), híbridos recarregáveis, com autonomia estendida ou à pilha de combustível, estão recebendo uma grande contribuição das indústrias francesas e dos poderes públicos como resposta às preocupações ambientais, ao serviço da competitividade do setor e da independência energética.

O acordo assinado com o Ministro da Indústria, em setembro de 2011, lista os 10 compromissos que devem ser respeitados pelos profissionais das industriais ao oferecerem, aos consumidores, veículos com baixa emissão de carbono e produtos e serviços relacionados com alto nível de desempenho, qualidade, simplicidade de uso e segurança. As concessionárias de autoestradas, empresas de estacionamentos, de comércio e de distribuição também se engajam nesses esforços.

1- O parque de automóveis e utilitários leves elétricos franceses é o primeiro europeu (15 000 unidades) e o terceiro mundial, após os Estados Unidos e o Japão .

Em 2011, a PSA lançou o Peugeot 3008 híbrido, primeiro veículo híbrido a diesel de série do mundo. Entre março e junho de 2012, o Citroën DS5, que utiliza a mesma tecnologia, e o carro de luxo 508 RXH da Peugeot chegarão no mercado. Em 2012, a Toyota fabricará, em Valenciennes, uma versão híbrida do Yaris III. Para o uso urbano, as empresas Venturi (Eclectic), Goupil G3, Lumeneo (Smera e Neoma), MEGA, Micro Vett (Fiat), Tracetel (Whoop) e Courb (C Zen) desenvolvem triciclos e quadriciclos a motor, enquanto que a Gepebus (PVI), Tecnobus, Irisbus e Gruau estão trazendo ônibus e a Renault-Trucks caminhões.

As baterias são produzidas pelas empresas SAFT (íon-lítio) e Batscap-Bolloré (lítio-metal-polímero) na França. Em 2013, a Renault fabricará motores elétricos em Cléon, e, em 2014, baterias (Nissan NEC, num primeiro momento) em Flins. A parceria entre BMW e a PSA prevê, em 2014, uma fábrica de componentes híbridos em Mulhouse. As empresas de autopeças, como a Valeo, estão implicadas na eletrificação da cadeia de tração, na eletrônica de potência e na diminuição do peso do veículo.

2- Um ambiente público favorável. O bônus veicular do governo francês que, desde 2008 canalizou 2,3 bilhões de euros, favoreceu a aquisição de 3,9 milhões de novos veículos pouco poluentes. Sua tabela de 2012 mantem o apoio voluntário através de bônus entre 2 mil e 5 mil euros por veículo com baixa emissão de carbono. Um mecanismo de incentivo da ADEME (Agência Francesa de Gestão Ambiental e Energética) está disponível também para os quadriciclos e alguns veículos pesados.

Um financiamento importante (100 milhões de euros) é destinado à redução de emissão e aos veículos de baixa emissão de carbono nos quatro polos de inovação dedicados aos automóveis e à mobilidade (Mov'eo, Id4Car, Véhicule du Futur e Lyon Urban Truck & Bus). O apoio à P&D está também disponível através do crédito fiscal para pesquisa e da agência Oseo.

Iniciado em 2009, o plano francês para o desenvolvimento dos veículos elétricos e híbridos recarregáveis ilustra o comprometimento dos poderes públicos em favor do veículo com baixa emissão de carbono.

O “Programa Transporte Terrestre Plurianual” (“Predit N°4”, que conta com um envelope de 400 milhões de euros) dedica, em média, 50% de seus financiamentos aos veículos elétricos e híbridos. Duas plataformas tecnológicas estão operacionais: Steeve Grenoble & Amiens (estocagem da energia, pilotadas pela Comissão Francesa de Energia Atômica e de Energias Alternativas-CEA e o Instituto Nacional Francês para o Ambiente Industrial e Riscos-INERIS) e Movéo'DEGE Saclay (pilotado pelo Instituto Francês do Petróleo- IFP). Os dois primeiros fundos demonstradores de pesquisa “veículos rodoviários com pouca emissão de gases de efeito estufa” da Ademe foram aprovados (108 milhões de euros). Eles apoiam também os experimentos como: Kléber (híbrido recarregável em Strasbourg), SAVE (Seine Aval VE), CROME (CROss-border Mobility for Evs) com a Alemanha, VERT (na Reunião). Enquanto isso, a BMW que, até o final 2011 fez testes com uma frota francesa de Mini E, lançará, em 2012, uma frota operacional com ActiveE.

Para que uma implantação de veículos elétricos seja segura, em particular nos estacionamentos subterrâneos, testes com a segurança das baterias dos veículos elétricos foram realizados conjuntamente com as autoridades públicas.

O Grupo de Trabalho Infraestruturas de Recarga para veículos elétricos (GT IRVE), sob a tutela do Ministério da Indústria, é responsável pela consulta e coordenação dos professionais (Schneider Electric, Legrand, Parkéon, DBT, Saintronic, Sagem.com, EDF Sodretel, Hager, etc.) no que se referem todas as questões governamentais, entre elas: as disposições introduzidas no Ato de Grenelle II (consórcio de municípios, autorizações para construções, estacionamentos para escritórios ou edifícios residenciais), as preconizações do Livro Verde sobre as infraestruturas de recarga acessíveis ao público, a definição comum do “veículo elétrico seguro”, a normalização, e o apoio do Banco de Investimento do Governo Francês-CDC ou da Agência Francesa de Gestão Ambiental e Energética-ADEME aos experimentos e implantação das infraestruturas de recarga (ecocidades e aglomerações urbanas pilotos que assinaram um acordo em 2010).

O “Programa de Investimentos do Futuro” possibilitou a amplificação do apoio à estocagem eletroquímica através do seu segmento “energia de baixa emissão de carbono”.  Por sua vez, o segmento “veículo do futuro” se concentrou nos avanços tecnológicos da cadeia de tração elétrica e híbrida, nas estações de recarga e abriu um guichê com o objetivo de contribuir ao financiamento de infraestruturas de recarga nas vias públicas. Os Acordos já publicados sobre Investimentos Multilaterais (AMIs) concederam investimentos de mais de 500 milhões de euros. Além disso, o governo francês anunciou o credenciamento e o financiamento de 54 milhões de euros para o Instituto de Excelência em matéria de baixa emissão de carbono Vedecom, especificamente nos setores de transporte terrestre e eco-mobilidade, que visa criar um local em Satory (região parisiense) onde os diferentes atores do transporte possam trabalhar juntos para implementar novos sistemas e novos veículos.

Enfim, o “Consórcio de Pedidos”, pilotado pela “La Poste” e coordenado pelo organismo estatal de aquisição UGAP, anunciou em outubro de 2011 o resultado da licitação sobre a aquisição de 20 000 veículos durante quatro anos. A UGAP também assinou acordos de parceria com vários representantes de autoridades locais e planeja lançar novas licitações em 2012.

De acordo com David Appia, Presidente da Agência Francesa para Investimentos Internacionais (AFII), “a França constitui uma plataforma de excelência mundial para as empresas estrangeiras que desejam desenvolver veículos com baixa emissão de carbono aproveitando de um ambiente muito favorável à inovação e do alto nível de formação dos engenheiros. Os polos de inovação e as incitações públicas dedicadas ao setor automotivo reforçam a atratividade da França nessas tecnologias do futuro”.

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