Por Marcus Lauria (texto e fotos)
A moda dos carros que aparentam ser o que não são está em evidência, tudo começou com o Fiat Palio Weekend em 1999, com a versão Adventure, daí, foi um pulo para as outras montadoras seguirem a cartilha de sucesso, conseguindo, com isso, aumentar suas vendas no segmento dos “pseudos-off-roads” ou “off-road light”. Atualmente, além deste segmento, as montadoras tem investido nos “pseudos-esportivos”, aqueles modelos comuns da família de um marca que tem apenas um visual incrementado por adesivos e acessórios alusivos a uma versão mais apimentada do modelo, mas sem modificações mecânicas, como suspensão rebaixada, rodas grandes e motor mais potente. As aparências enganam, mas às vezes esse apelo chama a atenção do consumidor, que é atraído pela falsa imagem de esportivo e acaba comprando o carro, atraído pela imagem diferenciada dos modelos de série.
Entre as poucas montadoras que vem apostando nesse segmento de esportivos postiços, está a Renault, com o Sandero GT Line, que segue a linha da série Vibe e Vibe2, com visual mais atraente e diferente das versões comuns. A nova versão GT Line marca também à volta do motor 1.6 16V Hi-Flex na família Sandero, tentando com isso, buscar o público que sentia falta de um motor mais elástico. O CarPoint News teve a oportunidade de avaliar por uma semana a nova versão, que agradou bastante durante todo o teste. A cor vermelha do carro enviado para o teste chamou bastante a atenção de quem passava na rua, com o carro parado ou mesmo em movimento, apesar de já ser um modelo comum em nosso país, o Sandero GT Line tem aquele algo a mais. Visto por fora, o hatch da Renault se destaca pelos vários adesivos na cor preta espalhados pela carroceria, como na traseira e nas laterais, em forma de bandeira quadriculada e na parte dianteira, localizado no para-choque, mais exatamente em volta dos faróis de neblina, formando uma moldura preta, assim como a inscrição “GT Line” aparece ao lado do farol esquerdo, entre a tampa do capô e a grade e na tampa do porta-malas.
Ainda na parte externa, o modelo recebeu alguns acessórios, que deixaram sua imagem mais atraente, como os faróis com máscara negra, retrovisores e aerofólio na cor preto brilhante, rodas de liga-leve de 15 polegadas pintadas da mesma cor e borrachão das portas na cor preto fosco, lanternas traseiras fumê e a ponteira do escapamento cromada. As maçanetas são na cor da carroceria, que nessa versão pode ser pintada de vermelho, prata, branco e preto.
Internamente também foram aplicados alguns truques para deixar a aparência mais esportiva, que fizeram bem ao interior do modelo, como os cintos de segurança, costura do volante e manopla do câmbio, tecido em alto relevo e inscrição do modelo nos encostos de cabeça dianteiros na cor vermelha. Há quem não goste da receita, mas a Renault não exagerou na medida. As portas receberam um tecido diferenciado, assim como o acabamento dos puxadores, na cor preto brilhante, que também pode ser visto no console central. O painel de instrumentos recebeu novo grafismo, com os números do conta-giros e velocímetro ainda mais destacados, enquanto que os medidores digitais de temperatura e da gasolina tem o fundo escuro na versão GT Line. Porém, apesar da perfumaria, o modelo continua com os seus matérias de baixa qualidade, e com plásticos duros espalhados pelo interior, que futuramente podem acarretar em barulhos extras.
O Sandero GT Line trás um pacote de série bem interessante, como ar-condicionado, direção hidráulica, airbag duplo, desembaçador traseiro, banco do motorista com regulagem de altura, rádio CD-MP3 com comando satélite na direção, volante revestido em couro, alarme e trio elétrico. Mas a Renault esqueceu de itens como regulagem de altura e profundidade do volante, vidros elétricos traseiros e a abertura interna do porta-malas. Opcionalmente pode-se optar pelos freios com ABS, que fazia parte do modelo avaliado. Um sensor de estacionamento também seria de bom agrado.
Como dito no segundo parágrafo desta matéria, o Sandero GT Line trouxe de volta o saudoso motor 1.6 16V Hi-Flex, o pequeno propulsor rende suficientes 112 cv de potência e 15,5 kgfm de torque quando abastecido com álcool, combustível utilizado durante toda a avaliação. Segundo a montadora, o GT Line consegue fazer da imobilidade até os 100 km/h em 10,1 segundos e atingir uma velocidade máxima de 184 km/h. Durante o teste pode-se comprovar a elasticidade do motor, que sempre estava pronto para fazer ultrapassagens mais ousadas ou mesmo dar aquela esticada nas retas mais livres, aonde facilmente o hatch chegou aos 150 km/h, sem pestanejar. O câmbio e o volante são uns dos pontos negativos do Sandero, o volante por ter um tamanho exagerado, que atrapalha nas manobras de estacionamento, enquanto que o câmbio tem suas trocas de marchas deficientes, provocadas pela alavanca dura e de difícil manejo. Mesmo sem sofrer nenhuma alteração mecânica na suspensão, em relação às demais versões do Sandero, o GT Line se comportou muito bem nas retas, sem nenhuma flutuação e nas curvas, mantendo-se sempre na trajetória, ponto para a Renault, que ao contrário das suas principais concorrentes francesas (Peugeot e Citroën), conseguiu acertar a calibragem da suspensão para as nossas ruas esburacadas. O preço da versão “esportiva” é de R$ 42.590, chegando a R$ 1.000 a mais com ABS. A montadora pretende vender 300 unidades por mês da série limitada GT Line. As vendas tiveram início em outubro do ano passado e tem previsão de durar até o mês de maio deste ano. Talvez o motor 2.0 Flex de 143 cv do Nissan Sentra, o mesmo usado no Fluence, cairia bem no Sandero GT Line, que iria deixar o modelo verdadeiramente endiabrado e com muita disposição e diversão para o motorista, mesmo que o preço fosse incompatível com o valor do carro, valeria pela diversão.
*FICHA TÉCNICA
Motor
Cilindradas (cm3) 1598 cm3 -- --
Diâmetro x curso (pistão) 79,5 mm x 80,5 mm -- --
Número de Cilindros 4 cilindros em linha -- --
Número de válvulas 16 -- --
Potência máxima (ISO/ABNT) 107 cv (gasolina) @ 5.750 rpm / 112 cv (álcool) @ 5.750 rpm -- --
Taxa de compressão 10:1 -- --
Tipo de combustível Gasolina e/ou Álcool -- --
Tipo de injeção Injeção Eletrônica Multiponto Sequencial -- --
Tipo de motor K4M - Hi-Flex -- --
Torque mkgf 15,1 mKgf (gasolina) @ 3.750 rpm / 15,5 mKgf (álcool) @ 3.750 rpm -- --
Peso (kg)
Peso em ordem de marcha (kg) 1.087 Kg -- --
Rodas e Pneus
Tipo da roda Liga Leve (Cor preta) -- --
Tipo do pneu 185/65 R15 -- --
Suspensão
Suspensão dianteira Tipo McPherson, com triângulo inferior, amortecedores hidráulicos telescópicos com molas helicoidais -- --
Suspensão traseira Rodas semi-independentes, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos verticais com barra estabilizadora. -- --
Transmissão
Número de marchas 5 velocidades e marcha ré -- --
Relação a marcha 1ª 3,72:1 - 2ª 2,05:1 - 3ª 1,39:1 - 4ª 1,03:1 - 5ª 0,82:1 - Ré 3,55:1 -- --
Relação diferencial 4,21:1 -- --
Tipo de caixa de câmbio Mecânico -- --
Tração
Tração Dianteira -- --
Volume
Volume do porta-malas (L) 320
Aerodinâmica
Coeficiente aerodinâmico (Cx) 0,38 -- --
Arquitetura
Modelo -- -- --
Número de lugares 5 -- --
Número de portas 5 -- --
Tipo de carroceria monobloco -- --
Capacidades
Capacidade do Tanque de Combustível (L) 50 L -- --
Carga
Carga útil 515 Kg -- --
Desempenho
Aceleração 0 - 100Km/h (s) 10,2 s (g) / 10,1 s (a) -- --
Velocidade Máxima (Km/h) 181 Km/h (gasolina) / 184 Km/h (álcool) -- --
Dimensões
Altura 1.528 mm -- --
Comprimento 4.021 mm -- --
Entre eixos 2.591 mm -- --
Largura / Largura com retrovisores 1.746 mm / 2.000 mm -- --
Direção
Direção Hidráulica, diâmetro giro 10,5m -- --
Número de voltas do volante -- -- --
Frenagem
Diâmetro dos discos dianteiros (mm) 259 -- --
Diâmetro dos tambores traseiros (mm) 203 -- --
Freios dianteiros -- -- --
Freios traseiros -- -- --
Tipo do circuito de freio Duplo circuito em 'X' -- --
Garantia
Garantia Garantia de 3 anos para todas as versões, sendo limitada a 100.000 Km.
*Dados de fábrica
Poderiam colocar um volante com visual mais esportivo, assim como uma suspensão um pouco mais baixo, no mais, gostei do carro, compraria um
ResponderExcluirEspero que a Renault coloque como opçao o motor 1.6 16v nas outras versões que que não peque no acabamento, pois o Sandero transmite muito barulho para dentro do carro.
ResponderExcluirEstou pensando em comprar um porem estou esperando a versão nova.
Tenho um na versão 1.016v e gosto bastante do carro,inclusive do cambio e da direção
ResponderExcluirA mala pode ser destravada internamente não sendo necessário sair do carro para destrava-la.
Só não gosto do barulho do combústivel no tanque que se escuta dentro do carro
É um carro honesto, mas realmente uma versão com o 2.0 do Sentra ficaria beeeeem interessante! E com caixa manual de 6 marchas, então...putz! Show!
ResponderExcluirO 1.6 16V é muito bom também, bem mais adequado à estrada do que o 8V; entretanto, isso é apenas minha opinião. Não quer dizer que o 8V seja ruim, longe disso!