quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A importância da Perícia na Engenharia Automobilística


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Por Hélio Cardoso

Vivemos num mundo globalizado onde os lançamentos na área veicular são constantes e os automóveis importados passam por ajustes do projeto para adequação ao viário e as peculiaridades do Brasil.

Os veículos produzidos no país, também, por serem originários de projetos internacionais, apresentam falhas ao longo de sua utilização. Passamos atualmente por uma grande onda de “recall” em a maioria das montadoras tenta se livrar de falhas de projeto, montagem ou de materiais. Alguns desses defeitos podem provocar acidentes, pois estão relacionados à segurança do veículo.

Quer por reclamação ou acidente, a figura do Perito, Assistente Técnico ou Consultor é importantíssima para a verificação da causa.

Com base na vistoria do veículo, o Perito coleta dados, efetua diligências e pesquisas para elaborar um trabalho que realmente forneça ao Juiz a possibilidade de julgar pela verdade. Na realidade um Perito nada mais é que os olhos técnicos do Magistrado.

Embora isto seja claro e evidente, como pode um trabalho ser conclusivo se elaborado por profissional com pouco conhecimento ou atrasado tecnologicamente?

Pior ainda, muitas vezes nos vemos obrigados a interpretar laudos que parecem poesias ou que nada concluem, como por exemplo: “face à total ausência de dados, o signatário deste laudo não podem concluir o que por ventura tenha ocorrido” ou “apresentamos a seguir quatro hipóteses da ocorrência do acidente, das quais não concordamos com nenhuma delas” ou ainda “baseado em hipóteses quanto a velocidade dos veículos, concluímos que o veículo A adentrou a via preferencial vindo a colidir com o veículo B em ângulo de 90 graus, neste momento o veículo B absorveu parte da velocidade do veículo A, porém, concluímos que não temos dados suficientes para saber a causa do acidente”.

O trabalho realizado em perícias e avaliações ligadas à engenharia automobilística requer, além do conhecimento acadêmico, a especialização e a atualização constante do profissional habilitado. Isso quer dizer que não basta ser Engenheiro Mecânico e não estar atualizado, principalmente quando a tecnologia veicular passa por constantes revoluções e atualizações. Pior que isso, não é possível que biólogos, administradores de empresas e outros tantos possam fornecer dados imprecisos para conclusão de acidentes veiculares ou encontrar causas de falhas, norteando decisões dentro de um processo judicial onde se espera encontrar a verdadeira causa.

Mesmo que a atuação seja como consultor ou assistente técnico, obviamente este “profissional” irá subsidiar o cliente com dados incorretos ou incompletos que podem levá-lo a perda do seu tempo e dinheiro em uma possível ação que não tenha nexo ou ainda indicada contra a figura incorreta. Um exemplo clássico disso é a falha em motor veicular com origem no combustível utilizado. Parte dos assistentes propõe que sejam abertos processos contra as montadoras do veículo enquanto o alvo correto seria o posto que vendeu o combustível adulterado. Afinal, formular hipóteses em cima do inexplicável ou sem o conhecimento técnico específico transforma em ficção aquilo que deveria ser um balizador de decisão correta.

Sobre Hélio da Fonseca Cardoso - Engenheiro Mecânico; Membro da Comissão Técnica de Segurança Veicular da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva); Diretor Financeiro gestão 2010/2011 do IBAPE/SP - Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de São Paulo; Pós Graduado em Perícias e Avaliações de Engenharia e Gestão de Negócios; Especialista em Transporte; Professor de Inspeção, Perícias e Avaliações de Veículos Automotores dos cursos do IBAPE/SP; co-autor dos livros: "Inspeção Predial" da Ed LEUD e "Perícias de Engenharia", Ed PINI, autor de artigos técnicos publicados em revistas especializadas sobre Veículos Automotores e Recall; Autor de trabalhos técnicos apresentados em Seminários e Congressos Internacionais da SAE, AEA e IBAPE; Colaborador da "Norma Básica para Perícias de Engenharia” e do "Estudo de Vidas Úteis para Máquinas e Equipamentos" do IBAPE-SP; e Perito Judicial.

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