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Caminhões: 4% da frota;
51% dos acidentes em estradas!
Como
abordei na semana passada, hoje darei continuidade a um tema muito importante,
que é vinculado ao alto grau de uso de drogas psicoativas por motoristas de
caminhão, no Brasil. Nesta última 5ª feira, dia 20/10, um grupo restrito a não
mais de 100 pessoas (com jornalistas de vários veículos, incluindo o apoio d'O InfoGlobo),
houve um debate sobre a Lei do Caminhoneiro, especificamente no quesito sobre a
obrigatoriedade de exames toxicológicos. Infelizmente, a mídia não repercutiu
os dados ali apresentados como deveria e como a sociedade precisa.
Caminhões, no Brasil, representam 4% da frota
e respondem por pouco mais da metade dos acidentes. Na grande maioria dos casos,
os motoristas mostram-se drogados e, em estudos recentes do Ministério do
Trabalho, os infratores sempre estão cumprindo jornada superior a 20 horas
diretas. O encerramento do evento coube ao ex-presidente FHC, em um clima
"doméstico" e nada político. Até recentemente, ele liderava a
comissão da ONU – Organização das Nações Unidas para tratar da questão das
drogas, em nível internacional (www.globalcommissionondrugs.org/about-us/commissioners/).
FHC
comentou dos efeitos sociais e econômicos identificados, em todo o mundo. Veja nota
do Valor (http://www2.valor.com.br/politica/4750929/brasil-assiste-um-avanco-das-regras-diz-fernando-henrique).
O Deputado Hugo Leal, autor da Lei Seca e presidente da Frente Parlamentar em
Defesa do Trânsito, mostrou dados bastante preocupantes, resumidos no seu blog
(www.deputadohugoleal.com.br/bloghugoleal/?p=11095).
A par
do risco gerado por caminhoneiros nas estradas, portadores de carteiras de
habilitação nas categorias C, D e E (hoje, um terço consome cocaína durante as
viagens), há o problema crônico dos motoristas de motos e carros, ainda não
regulamentados por qualquer obrigatoriedade de exames toxicológicos. Se ainda
há o que se trabalhar em conscientização dos profissionais do volante, medidas
regulatórias e punitivas também terão efeito positivo, como já vem acontecendo.
Promovido
pelo Instituto de Tecnologias para o Trânsito Seguro, o evento soube mostrar o
quanto a obrigatoriedade do “exame do cabelo” poderá reduzir em mortes e nos
danos causados por caminhoneiros que se drogam para cumprir longas e desumanas
jornadas.
Mario Divo é o Diretor Institucional do ACBr – Automóvel Clube Brasileiro e também é o Clube Correspondente da FIA – Federação Internacional do Automóvel – E-mail: mario@automovelclubebrasileiro.com.br / Site: www.automovelclubebrasileiro.com.br
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