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Por Yuri Ravitz
Um dos ditados mais famosos de nossa cultura é o "antes
tarde do que nunca". A Renault queria um carro para abocanhar uma fatia
maior do mercado de populares com a dupla Sandero e Logan, e obteve sucesso
graças aos atributos como espaço interno, conforto ao rodar, simplicidade
(porque nem todo mundo quer um carro cheio de firulas) e design discreto.
Entretanto, faltava um pouco mais de refinamento no interior, no conjunto
mecânico e no comportamento geral dos modelos.
As coisas começaram a mudar quando veio a segunda geração de
ambos, que trouxe uma severa e bem-vinda repaginada no visual geral, mas o
mesmo não podia ser dito da motorização. Ao menos até agora, pois a francesa
lançou a nova gama de motores Smart Control Efficiency (SCe) que vieram pra
facilitar a vida de ambos ao melhorar o desempenho e o consumo.
O modelo do teste de hoje, que no caso traz a unidade 1.6
SCe Flex de 16 válvulas, teve a potência melhorada de 106cv(E) / 98cv(G) para
118cv(E) / 115cv(G) e o torque de 15,5kgfm(E) / 14,5kgfm(G) para 16kgfm quando
comparamos com o antigo Hi-Power de 8 válvulas. O resultado dessa melhora se
mostra, por exemplo, no 0 a 100km/h que caiu de 13,8 segundos para 10,4 e
também no consumo: se antes a média urbana ficava em 11km/l e a rodoviária em
14,5km/l, agora a urbana pode chegar a 12km/l enquanto que a rodoviária pode
saltar para os 16km/l. Parte dessa melhora se deve ao novo sistema Start-Stop
que desliga o motor em paradas de sinal, por exemplo. O item é exclusividade
dos modelos equipados com motores SCe.
No mais, as características do Logan já são conhecidas do
grande público. Permanecem o bom espaço interno, porta-malas generoso com 510
litros de capacidade, suspensão com rodar macio e adequado até para as ruas
acidentadas, design sóbrio e um justo pacote de itens de série nesta versão
Dynamique, a topo de linha. Por R$58.200 você leva ar condicionado, rádio com
USB/Bluetooth/Auxiliar, vidros, travas e retrovisores elétricos (com luzes de
seta), rodas de liga leve de 15 polegadas, faróis de neblina, piloto automático
Cruise Control, limitador eletrônico de velocidade, banco do motorista e coluna
de direção com regulagem de altura, além dos obrigatórios airbags duplos e
freios com ABS.
Os pontos fracos também são os mesmos de antes. Falta
refinamento ao interior, que traz plástico em excesso e possui aparência
espartana demais no geral; ao menos os encaixes e arremates são justos, sem
falhas perceptíveis. Cinto de três pontos e encosto de cabeça para o passageiro
do meio do banco traseiro também estão ausentes, entrando na lista dos pontos
que a marca precisa rever ao atualizar o modelo.
Voltando a falar do motor, o Logan ganhou novo fôlego com o
propulsor recém-lançado, e agrada no rodar urbano oferecendo força quando é
necessário; cerca de 90% do torque se mostra disponível já a partir dos 2000
giros. O câmbio manual de 5 marchas funciona bem, mas merecia relações
ligeiramente mais longas nas primeiras velocidades (1ª e 2ª) para ajudar a
evitar trancos nas saídas, especialmente para os motoristas menos habituados ou
experientes. O grande destaque é o silêncio a bordo, pois mesmo em giros mais
altos, o 1.6 SCe trabalha com tranquilidade e disposição, sem invadir a cabine
e sem passar a impressão de se estar exigindo demais do carro.
O Logan nunca foi um sucesso de vendas, mas é um carro justo
com potencial para cair no gosto do consumidor brasileiro, e agora tem ainda
mais chances de melhorar suas vendas com a nova família SCe. Trazendo espaço de
sedan médio e boa lista de itens de série, o modelo enfrenta a dura concorrência
dos bem-sucedidos Chevrolet Prisma e Hyundai HB20S, mas talvez o conjunto
mecânico renovado confira mais disposição não só ao carro propriamente dito,
como também na popularidade do franco-romeno.
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