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Há exatos 50 anos surgia o Comitê Brasileiro Automotivo
(CB-005) na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com a missão de
ser um agente de gestão do conhecimento técnico para fomentar a qualidade e
alavancar o desempenho da indústria, diante de uma nova realidade de consumo e
sua necessária proteção. Naquele período, essencialmente desenvolvimentista, a
indústria atingia o grau de amadurecimento necessário para acessar mercados
externos, enquanto o País se organizava para alcançar um novo patamar
econômico.
Em 10 de outubro de 1968, o Comitê publicava a sua primeira
norma técnica, relativa a mangueiras flexíveis para freios hidráulicos, seguida
de outras publicações focadas em segurança veicular, como fluído de freios
hidráulicos e ancoragem de cintos de segurança. A partir de 1973, a preocupação
ambiental começou a nortear a elaboração de diversas normas, como medição de
teor de fuligem, ignição e queima em motores a gasolina. Em seguida cresceu o
número de normas para componentes automotivos, reflexo da preocupação com a
qualidade dos produtos no mercado.
Em meio século de história, o Comitê acompanhou os saltos
tecnológicos dos veículos e ofereceu contribuições nas diversas frentes de
aplicação das publicações automotivas, com o foco de propiciar mais economia e
segurança para a sociedade. Exemplo disso são as diversas normas sobre crash
tests, bem como controle de emissões. O papel do CB-005 é buscar o consenso em
temas técnicos, que servem a regulamentos, como parâmetro para comercialização
e defesa do consumidor.
Em toda a trajetória, o Comitê atua para ter instrumentos
que dêem eficiência e velocidade à elaboração de publicações para acompanhar as
prioridades do setor, que avança para os patamares de eletrificação e
autonomia, o que gera uma enorme necessidade de normas. Sem deixar de atender
com eficiência as atuais demandas, o CB-005 já abre espaço para atender o novo
volume à frente com a crescente eletrificação dos veículos. O trabalho de
normalização nessa área já dá resultados, a começar pela instalação do primeiro
laboratório independente, no Brasil, para avaliação de veículos elétricos e
híbridos em 2016.
Atualmente o Comitê conta com a participação de 230
organizações, entre montadoras, sistemistas, autopeças e entidades setoriais,
bem como a atuação de cerca de 320 técnicos na elaboração das publicações. São
cerca de 40 Comissões de Estudo (CEs) ativas e um acervo de 430 normas
técnicas, 20 publicadas somente no ano passado, além de 55 projetos de normas
em andamento.
São vários os significados do jubileu para o CB-005.
Representa a seriedade da indústria automotiva, bem como seu compromisso com a
segurança, o meio ambiente e a qualidade. Comprova que a normalização se mantém
independentemente do ambiente político e econômico. Mostra que há empresas e
pessoas que se dedicam há gerações para o bem estar da sociedade. É uma
mensagem de ânimo na defesa do bem coletivo, e uma oportunidade de homenagear
todos que se dedicaram a esse importante trabalho técnico, em especial a Ali El
Hage, superintendente do CB-005.
À frente do Comitê nos últimos 20 anos, Hage teve a visão de
estabelecer uma forte ligação com o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA).
Diante de muitos desafios em duras épocas para a economia e o setor, ele
considerou lógico instalar o CB-005 (órgão normalizador do setor) na sede do
IQA (entidade neutra criada com o apoio do setor para estimular a qualidade). O
que nutre essa grande parceria é justamente o compartilhamento dos valores de
neutralidade e desenvolvimento da qualidade no setor. Esta relação estratégica
foi certamente a decisão mais acertada para a solidez do CB-005.
José Luiz Albertin é chefe de Secretaria do Comitê Brasileiro
Automotivo, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/CB-005)
Fonte: Companhia
de Imprensa
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