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Para o especialista em comércio exterior Jackson Campos, taxação é contraditória e vai contra a bandeira ambientalista levantada pelo governo
Aprovado
recentemente, o imposto seletivo, conhecido como imposto do pecado
refletiu diretamente nos carros elétricos como uma forma de
protecionismo ao mercado interno, mesmo que não exista produção desse
modelo de veículo em território nacional.
Ainda mais em um momento onde os brasileiros passaram a se interessar
mais por estes modelos, e no acumulado de janeiro a maio deste ano, os
carros elétricos representam 3% do total de vendas de veículos no país,
superando pela primeira vez a marca de
1% de vendas.
É
o consumidor brasileiro que acaba pagando pelas estratégias do governo
em aumentar a arrecadação dos impostos. Essa decisão recente afasta
ainda mais o investidor estrangeiro, que tem tido dificuldades de se
manter no país, e prejudica o acesso
para a população a estes modelos.
Para
o especialista em comércio exterior Jackson Campos é uma medida em
desacordo com as pautas ambientalistas pautadas pelo governo. “Por se
falar tanto em medidas verdes, é uma grande contradição é o aumento do
imposto para carro elétrico, ao
mesmo tempo em que há incentivo para carro a combustível fóssil, com
base no Projeto MOVER, sancionado recentemente no Congresso”, afirma o
especialista.
Embora a taxação recente não afete os modelos que já estão à venda no país, as fabricantes, por outro lado, já acenam para o aumento dos preços, dizendo ser difícil não repassar para o consumidor, pelo menos em uma parte, o aumento nos preços. Vale destacar que algumas montadoras haviam previsto movimentos deste tipo, antecipando a importação de diversos modelos para evitar eventuais mudanças nas regras de importação.
O imposto, que passa a ser de 18% nos carros elétricos e chega a 35% nos caminhões elétricos, também vai contra as questões ambientais que tanto se debatem dentro da indústria hoje, se tornando um fator desanimador para aqueles que estão buscando uma maneira mais moderna e limpa de se locomover em grandes cidades.
É
válido lembrar que, por exemplo, na cidade de São Paulo, os carros
elétricos não sofrem com as penalidades do rodízio de veículos, que tem
como seu maior objetivo diminuir a emissão do gás carbônico, maior
causador do efeito estufa, na
atmosfera. Com pautas ambientais sendo amplamente usadas como bandeira
pelo governo, é contraditório dificultar a entrada de veículos limpos no
país.
“A
indústria nacional ainda não está pronta para atender esta crescente
demanda internamente e a forte chegada das montadoras com estes modelos,
em especial as chinesas, trouxe receio para aqueles que fabricam por
aqui e agora se veem ameaçados com
a modernidade e os preços competitivos que chegam aos montes vindos do
outro lado do oceano” diz Campos.
Não podemos esquecer também que, quando falamos deste mercado, apenas cinco modelos de carros híbridos são fabricados no Brasil e nenhum carro elétrico tem a fabricação nacional. Apenas a BYD deve dar início a produção desses veículos em 2025, em sua fábrica na Bahia, mas pode ser que existam novas mudanças através do Congresso Nacional.
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