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Para
quem dirige hoje, topar com insetos pelo caminho não gera trabalho
maior que uma simples lavagem do para-brisa. Mas para os carros
autônomos isso pode ser um problema sério se atrapalhar o funcionamento
das câmeras, radares e sensores usados na navegação, o que levou a Ford
a desenvolver estratégias especiais de proteção e limpeza desses
componentes.
“Os
sensores dos carros autônomos trabalham constantemente para oferecer a
melhor imagem possível do mundo e um inseto pode afetar seriamente essa
capacidade”, diz Venky Krishnan, supervisor do Núcleo
de Sistemas de Veículos Autônomos da Ford nos EUA. “Por isso, dedicamos
uma quantidade inacreditável de tempo para pensar sobre essas criaturas
no desenvolvimento dos veículos autônomos.”
Estudos
Nos
últimos anos, a Ford realizou diversas pesquisas para garantir que os
veículos autônomos sejam capazes de “ver” o mundo ao redor em diferentes
cenários. Os testes incluíram desde pulverizar sujeira
e poeira nos sensores e jatos de água para simular chuva até a criação
de excremento sintético de aves para estudar seu efeito nas lentes. Foi
construído inclusive um “lançador de insetos” para fotografar o seu
impacto nos sensores em alta velocidade e desenvolver
estratégias de limpeza.
Para levantar os
tipos mais comuns de insetos que fazem contato com os veículos e com que
frequência isso acontece, o estudo contou com a consultoria do zoólogo
Mark Hostetler, autor de um livro sobre o tema.
“Toda essa
pesquisa gerou um questionamento no nosso time: não seria muito mais
fácil simplesmente evitar que os insetos atinjam os sensores?”, conta
Venky Krishnan. “Foi então que decidimos tirar o máximo proveito
da ‘tiara’, a estrutura instalada no teto dos nossos carros autônomos
para suportar a coleção de câmeras, sensor LiDAR e radar que ajudam o
carro a ‘ver’ onde está indo.”
Patentes
Como resultado, a
Ford já registrou cerca de 50 patentes de sistemas estruturais e de
limpeza de carros autônomos, mostrando que há muita inovação nessa área
além do mundo dos softwares. Assim, a tiara tornou-se
também a primeira linha de defesa dos sensores, com ranhuras que criam
uma cortina de ar para desviar os insetos das lentes.
“Esse método
mostrou-se muito eficiente, desviando a maioria dos insetos dos
sensores. E estávamos salvando vidas (de insetos)!”, diz Krishnan. “Mas
ainda não era uma solução perfeita. Em algumas situações os insetos
ainda atravessavam a cortina de ar e era preciso um meio de limpar os
sensores.”
A solução foi
desenvolver um sistema de limpeza de última geração, com bicos que
borrifam fluido para lavar cada lente. Usando algoritmos avançados, o
veículo autônomo consegue identificar quando um sensor está sujo
e limpa cada lente individualmente sem desperdiçar fluido. Depois da
lavagem, um sopro ar seca a lente rapidamente.
Esse sistema
equipa a terceira geração de veículos autônomos de teste da Ford, que
hoje roda nas ruas de Detroit, Pittsburgh, Miami e Washington D.C., nos
Estados Unidos, em diferentes ambientes.
Fonte: Imprensa Ford
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