terça-feira, 6 de setembro de 2016
Avaliação - Volkswagen Gol Trendline 1.0 2017
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Por Yuri Ravitz
Fotos: Marcus Lauria
Ele já foi o queridinho dos brasileiros, e figurou no topo da lista dos veículos mais vendidos no mercado nacional por bastante tempo. Entretanto, a idade chega para todos e o Gol vinha amargando os ônus desse fato; a concorrência se modernizou, e com isso o compacto da Volkswagen começou a perder seu posto. A Volkswagen resolveu dar novo fôlego ao seu carro-chefe, e pra isso incorporou mudanças em todos os aspectos.
Começando pelo exterior: o Gol 2017 trouxe para-choques redesenhados, com aspecto mais robusto e que conferem ar de carro superior, dependendo do ângulo que se olha. O conjunto ótico sofreu mudanças internas e agora os faróis não possuem mais o duplo refletor em nenhuma versão; as laternas com luz de posição em formato de L reforçam a identidade visual adotada pela marca. Mudanças sutis que deixaram o design mais atraente, mas que não escondem a idade do projeto.
A versão aqui testada é a Trendline, de entrada com preço inicial de R$35.150 que pode passar dos 40 mil se equipada com opcionais como ar condicionado, pintura metálica, entre outros. A maior mudança se encontra na cabine: o painel perdeu as formas arredondadas e apresenta visual mais maduro, com difusores de ar retos e linhas angulosas. A disposição geral dos botões não mudou, mas o cluster de instrumentos perdeu os ponteiros de marcação de temperatura e combustível; agora são digitais e dividem espaço na tela central com o odômetro.
Os materiais são decentes, mas a falta de continuidade entre as linhas do painel e das portas é típica de modelos de menor custo. O banco do motorista possui regulagem de altura que também acaba influenciando na inclinação do encosto; o sistema do Fox seria melhor aproveitado. Bola fora é a falta de qualquer ajuste de posição da coluna de direção; uma simples regulagem de altura já somaria pontos à ergonomia do motorista.
Um dos destaques da cabine é a central multimídia que integra o Composite Touch, opcional que sai por R$1.802 e traz também 4 alto-falantes (dois na dianteira, dois na traseira) e 2 tweeters. O som é de ótima qualidade e a tela é sensível ao toque, contando ainda com espelhamento com smartphones. Se gosta de ouvir música ao volante, vale a pena investir um pouco mais e levar o Composite Touch pra casa.
Novidade interessante é o motor 1.0 de três cilindros, o mesmo dos irmãos Up! e Fox. O propulsor é flex e gera 82cv (com etanol; 75cv com gasolina) e 10,4kgfm de torque (com etanol; 9,7kgfm com gasolina), suficientes para levar o Gol de 0 a 100km/h em cerca de 12,5 segundos. O peso de apenas 998kg auxilia na desenvoltura do compacto, que se mostra mais do que suficiente em trânsito urbano graças ao torque disponível aos 3000rpm. As retomadas, entretanto, não estão entre os pontos fortes do três cilindros e "presenteiam" o condutor com um solavanco incômodo.
A direção hidráulica não deve em leveza a um sistema elétrico, e a sensação ao volante é a de um veículo mais leve do que é. O câmbio tem engates precisos e boa relação de velocidades, e a suspensão é mais firme que a do já citado Fox; as imperfeições da pista são absorvidas com eficiência, mas o design geral e a dinâmica em curvas ficariam melhores se a altura do conjunto fosse ligeiramente menor. A presença do ABS obrigatório por lei melhora a sensação de segurança a bordo e o desempenho das frenagens.
O fato é: dinamicamente, o Gol é uma ótima escolha. Sempre foi um dos melhores compactos de se dirigir, e na atual geração não perdeu seus predicados ao volante. Contudo, a Volkswagen precisa realizar alterações mais profundas e incorporar mais tecnologia, se quiser ver o Gol novamente como o "queridinho dos brasileiros".
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