Por Jomar Napoleão da Silva*
Com o aquecimento global, aumento de poluição, falta de espaço e esgotamento das reservas de matérias-primas, o setor automotivo precisa aumentar a eficiência de seus produtos, reduzir o uso de materiais e oferecer soluções mais amigáveis do ponto de vista energético e ecológico. O ideal caminha no sentido de se reduzir ou eliminar o uso de combustíveis fósseis não renováveis e que não permitem a compensação ambiental. A primeira solução que vemos são os veículos elétricos puros. No entanto, há ainda imensas oportunidades de se reduzir o consumo de petróleo apenas otimizando as plataformas atuais, pela redução da massa veicular e aumento da eficiência energética. Com o foco no uso de novas matérias-primas, novos projetos de veículos e otimização da aerodinâmica pode-se chegar a reduções importantes no consumo de combustível. Podemos citar algumas destas áreas, como projeto integrado do veículo, cujos componentes podem ser integrados e desenhados de tal maneira que ajudem a minimizar o uso de matéria-prima, reduzindo assim a massa total do veículo. Outro exemplo são os novos materiais, como estruturas tubulares de alumínio, já usadas em alguns casos, compósitos reforçados com fibra de carbono, substituição de cabeçotes de ferro fundido ou alumínio por resinas plásticas, entre outros, que trazem redução significativa no peso no veículo. A simplificação no controle do powertrain, por meio de novos algoritmos que aumentam a eficiência na transmissão da energia, também é outro exemplo. Temos ainda a digitalização na eletrônica veicular, principalmente na transmissão de sinais, o que leva um menor uso de cobre no cabeamento do veículo. Outra opção é a integração dos vários módulos eletrônicos existentes nos veículos em centrais eletrônicas integradas e a substituição de relés por chaveamento eletrônico. O uso gradual da nanotecnologia, que reduz substancialmente o peso dos componentes, também pode ser considerado. Há ainda a eletrificação do powertrain, que pode apresentar soluções híbridas, elétricas puras e células de hidrogênio. Várias destas soluções já estão em uso, enquanto outras em fase inicial e restrita a veículos de baixo volume, porém, como toda nova tecnologia, seu uso irá aumentando progressivamente. Estas soluções serão levadas a debate em um painel específico durante o Congresso SAE BRASIL 2010, organizado pelo comitê de Veículos Leves, no dia 5 de outubro, com a presença de autoridades especializadas em cada tema. Todos estão convidados.
*Jomar Napoleão da Silva é vice-diretor do Comitê de Veículos Leves do Congresso SAE BRASIL 2010
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