Por www.fordparatodos.com.br
Uma das mais importantes revistas automotivas dos Estados Unidos, a Motor Trend, acaba de anunciar sua famosa “Power List”, edição 2011, na qual destaca o presidente e CEO da Ford Motor Co. como a personalidade mais poderosa da indústria automobilística mundial na atualidade. E acrescenta: “é o presidente que qualquer empresa gostaria de ter”. A lista dos mais influentes executivos da indústria automobilística mundial é elaborada há 7 anos pela Motor Trend, que circulou, pela primeira vez, em setembro de 1949, em Los Angeles. Atualmente, tem uma tiragem de mais de 1 milhão de exemplares por mês e é considerada a mais importante revista americana do setor. A participação de Mulally à frente da Ford já se tornou um “case” de sucesso de um executivo que assumiu uma empresa sem nunca ter participado do setor automotivo. Num momento em que todos já aceitavam o provável colapso da companhia, a alta cúpula da Ford decidiu lutar e procurar no mercado um novo líder, com experiência em reestruturação industrial e especialista em gestão. Seria a última cartada. Além da total confiança no eleito, a empresa precisava de bilhões de dólares para financiar uma reviravolta que o novo presidente precisaria implantar, conforme seu plano “One Ford”. Quando sugerido, o nome de Alan Mulally, ex-presidente da Boeing, outra gigante norte-americana, foi aceito com louvor. Sem nunca ter passado por uma indústria automobilística, Mulally se tornou uma prova viva de que um único líder, com uma equipe coesa e dedicada, um comandante seguro, que trabalha com planos transparentes, com conhecimento de gestão de crises, com visão e determinação, pode fazer toda a diferença em uma organização de porte global. Graças ao seu trabalho, a Ford Motor Company continua sendo uma empresa independente na economia norte-americana, que navegou com êxito pela crise financeira pela qual passou os Estados Unidos, principalmente no setor da indústria automobilística. E de crise, Mulally entende. Formado em engenharia pela Universidade de Kansas, em 1969, com Bacharelato e Master em Ciências em engenharia Aeronáutica e Astronáutica, em 1982, Mulally fez Mestrado em Gestão pelo Massachusetts Institute Of Tecnology (MIT). Um dos principais destaques do seu currículo é o de dominar os assuntos relativos a crises de gestão. Na própria Boeing desenvolveu um plano de ação que cortou o número de famílias de aeronaves de 14 para 4. Além disso, reduziu a força de trabalho da empresa de 120.000 empregados para 50.000 e, também, diminuiu o tempo de montagem de um avião de carreira em 50%.
Para salvar a Ford, Mulally partiu para o ataque aos desperdícios e num dos primeiros pronunciamentos falou de uma heresia inominável até a bem pouco tempo – “A Ford não precisa estar no negócio global de automóveis de luxo, não precisa possuir um terço da Mazda Motor Corp. (a empresa acaba de reduzir sua participação para apenas 3,5%) e a marca Mercury não tinha mais sentido”. O tempo mostrou que, em cada caso, ele estava certo. O mais importante era dar um foco para a companhia. E o “forasteiro” foi apoiado pela diretoria, pois a evidência apontava para “mudar ou morrer”. Ele não concordava com as “oito Fords” que existiam quando assumiu a presidência da empresa. Sua idéia era se desfazer de empresas adquiridas no embalo de uma imagem que emprestava somente glamour para a Ford, como a Aston Martin, Jaguar, Land Rover, Volvo e Mazda. Sua primeira tarefa foi assegurar que a Ford tivesse bastante dinheiro na mão para resistir a uma possível tempestade de recessão, que ele já previa. Então, ele hipotecou todos os ativos da Ford, incluindo a marca “oval azul”, em Wall Street e arrecadou US$ 23,5 bilhões. “Na época, falei para uma plateia com mais de 500 banqueiros", lembra Mulally. Mas, o mais importante foi a solução: "Por que eles aceitaram a hipoteca e nos deram o dinheiro pedido?", pensou o executivo. “A resposta foi positiva porque a Ford apresentou um plano”, que previa a venda de subsidiárias, corte de custos, redução de empregados – 50% dos 82.000 nos Estados Unidos, acordos com os sindicatos, com os quais negociou a redução dos custos trabalhistas etc. Dessa forma transparente, com o dinheiro arrecadado, a Ford fez “caixa”, com o qual se salvou da crise de 2008/2009, explica o presidente. Os lucros anunciados para 2010, que se previam apenas para 2011, são o resultado do trabalho de uma grande equipe, começando com o apoio total do conselho de administração e da família Ford e de colaboradores da empresa em todo o mundo.
Na terceira colocação esta o único brasileiro da lista de 50 personalidades, o presidente do Grupo Renault-Nissan, Carlos Ghosn, que ocupou a 14ª posição em 2010. Além de Mulally, a Ford mostra a força de sua administração com outros dois executivos da empresa entre os dez primeiros da lista: o diretor financeiro do grupo, Lewis Booth (7º lugar) e o vice-presidente de Desenvolvimento de Produto, Derrick Kuzak (8º lugar). Ferdinand Piech, presidente do Conselho Fiscal do Grupo Volkswagen (primeiro lugar em 2010) ficou em 2º lugar, entre os mais importantes executivos do mundo da lista para 2011.
A lista dos 10 primeiros colocados da Motor Trend 2011 é a seguinte:
1º) Alan Mulally - presidente da Ford Motor Company (10º - posição na lista de 2010)
2º) Ferdinand Piëch - presidente do Conselho Fiscal do Grupo Volkswagen (1º)
3º) Carlos Ghosn - presidente do Grupo Renault-Nissan (14º)
4º) Martin Winterkorn - presidente do Conselho Administrativo do Grupo VW (4º)
5º) Chung Mong Koo - presidente da Hyundai Motor Company (3º)
6º) Mark Reuss - vice-presidente mundial da GM e presidente da GM North America (18º)
7º) Lewis Booth - diretor financeiro da Ford Motor Company (11º)
8º) Derrick Kuzak - vice-presidente de Desenvolvimento de Produto da Ford (6º)
9º) Sergio Marchionne - presidente da Fiat Auto e do Grupo Chrysler (10º)
10º) John Krafcik - presidente da Hyundai Estados Unidos (5º)
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