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Quando se fala sobre a relação
entre pneus e blindagem automotiva, a primeira coisa que vem à cabeça é que os
pneus são um ponto vulnerável na segurança do veículo.
A realidade, porém, é que há muitos
mais pontos que devem ser considerados nesse processo, entre eles a alteração
no comportamento dinâmico do veículo, bem como a aceleração da taxa de desgaste
dos pneus por conta da carga adicional. Não podem ser esquecidos também itens como
a alteração do índice de carga e da pressão de trabalho, que podem ser
necessárias.
Não são raros os questionamentos
sobre o desgaste mais acelerado dos pneus em veículos blindados. Muitos
usuários se queixam de que os pneus chegam prematuramente ao final de sua vida
útil. O fato é que os veículos mais pesados demandam mais de seus pneus. É
necessária maior aderência para acelerar, para frear e para manter a trajetória
em curvas, o que acaba por aumentar o desgaste e aquecer mais os pneus. A
pergunta natural que vem na sequência é: quanto maior é esse esforço adicional?
A Física pode nos ajudar a
responder essa questão. “Vamos considerar um veículo de 1.500 kg viajando a 110
km/h. Se ele frear fortemente até uma parada total, os pneus dianteiros podem
experimentar uma força aproximada de 613 kgf cada um. Em uma situação idêntica,
esse mesmo veículo, com 300 kg adicionais de blindagem, passa a aplicar 735 kgf
em cada um dos pneus dianteiros, um acréscimo de força de 20%. E aqui estamos
falando apenas da situação de frenagem”, explica Rafael Astolfi, gerente de
Assistência Técnica da Continental Pneus Mercosul. Ele lembra ainda que quanto
mais pesado o veículo, mais intensa será a força aplicada aos pneus durante os
impactos.
Teoricamente, devemos aumentar a
pressão do pneu em 0.1 bar a cada 20 kg de carga adicionais. Considerando que a
blindagem altera a distribuição de peso entre os eixos do veículo e que os
pneus originais sejam mantidos, pode-se estimar que é necessário aumentar a
pressão dos pneus traseiros em, no mínimo, 0.5 PSI a cada 100kg de blindagem
adicionada. Porém devemos avaliar também o aumento de pressão que pode ser
necessário para adaptar o comportamento dinâmico do veículo, o que certamente
demandaria ainda um aumento na pressão dos pneus dianteiros.
Após essa constatação, o usuário
necessita ainda observar com cuidado a solução que será aplicada ao pneu contra
perfurações. A alternativa mais adequada para os veículos blindados são os
pneus runflat, aqueles que possuem insertos de borracha rígida em seus flancos,
tornando-os aptos para rodar mesmo com pressão relativa igual a zero, como os
pneus SSR (Self-Supporting Runflat) da Continental, que não dificultam o
balanceamento nem a montagem e ainda podem ser utilizados em rodas
convencionais, sem a necessidade de adaptação.
Fonte: MLP Assessoria de Imprensa
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