quarta-feira, 20 de julho de 2011

Chineses no Brasil - Novas marcas para a próxima década


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Por Stephan Keese*

Chery, Geely, JAC, Changan, Great Wall - Nunca ouviu falar? Bem, é melhor você se acostumar com essas marcas rapidamente porque, em pouco tempo, você pode encontrar-se comprando uma delas. Fabricantes chineses são a força emergente da indústria automotiva para a próxima década. A principal força motriz deles é o próprio mercado interno: as vendas de carros na China devem crescer de aproximadamente 16 milhões de veículos no ano passado para mais de 25 milhões até 2015. Com este forte vento em popa, as marcas chinesas estão lentamente se tornando uma séria ameaça para as montadoras ocidentais, coreanas e japonesas, já estabelecidas no mercado.

Mais importante ainda, os chineses estão aprendendo rapidamente como desenvolver e construir carros. Apenas cinco anos atrás, os primeiros carros chineses exportados falharam miseravelmente em testes europeus de qualidade e segurança. Os carros de hoje, no entanto, já atingiram um nível em que, embora não os permita competir com um Volkswagen ou Chevrolet em termos de qualidade, oferecem uma alternativa interessante ao consumidor. Desenhados por empresas européias de design (muitas vezes italianas), equipados com fornecedores globais, e montados sob a supervisão de experientes ex-administradores dos concorrentes ocidentais, estes carros estão se tornando cada vez mais atraentes. E a possível falta em termos de qualidade e desempenho é muitas vezes compensada por uma garantia estendida, mais itens de série e o preço.


A maioria desses carros são totalmente equipados com itens que são difíceis de encontrar em carros brasileiros comparáveis. E, com um preço frequentemente inferior a R$ 40.000 (incluindo impostos e custos de importação), já oferecem uma escolha atraente para o consumidor. No futuro, estou convencido que veremos muitos mais desses carros nas ruas brasileiras. É um objetivo declarado do governo chinês para globalizar "heróis locais". E, em termos de mercado, uma economia em expansão como a do Brasil oferece uma base de clientes emergente que está altamente interessada em carros de baixo custo, bem planejados e bem equipados.

No entanto, as marcas chinesas no Brasil ainda têm um longo caminho a percorrer. Eles precisam desenvolver sua marca, reforçar a sua rede de vendas e de serviços, localizar a produção e adaptar-se às necessidades do consumidor brasileiro. No entanto, pense em marcas como a Hyundai e Kia 10 anos atrás e compare com o ponto em que estão hoje. Agora extrapole esse desenvolvimento para marcas chinesas e você verá que daqui a 10 anos, a maioria de nós pode ter um carro chinês na nossa garagem.


*Stephan Keese é diretor da Roland Berger Strategy Consultants para o mercado automotivo

Fonte: Car and Driver Brasil – edição 41

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