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Por Ronaldo Mazará Jr.*
Não restam dúvidas quanto aos efeitos benéficos da Resolução
97 da Câmara de Comércio Exterior (Camex) que isenta automóveis elétricos,
elétricos-plug-in e movidos a hidrogênio do imposto de importação, cuja
alíquota de 35% onerava o custo e os preços em relação aos dos veículos a
combustão.
A medida tira uma grande carga dos preços dos veículos
elétricos e poderá melhorar a oferta da tecnologia aplicada principalmente ao
modelo de propulsão elétrica no Brasil.
É um atrativo a novos investimentos para a produção nacional
de veículos de alta eficiência energética, baixo consumo e emissões, que vem
muito a calhar. Um exercício rápido de cálculo mostra que o preço de um Toyota
Prius poderá baixar de aproximadamente R$ 113.000 para R$ 74.000 e um BMW i3 de
aproximadamente R$ 225.000 para R$ 147.000.
Os ventos parecem mesmo soprar a favor. Na mesma semana em
que a Camex decidiu pela isenção do Imposto de Importação, a Comissão de Meio
Ambiente do Senado aprovou projeto para isenção total do IPI aos elétricos a
bateria ou híbridos a etanol produzido no Brasil, que inclui peças importadas e
equipamentos de recarga. Parece fantástico se considerarmos que atualmente os
híbridos e elétricos são taxados em até 25%, e os nacionais a combustão de 1.0
litro até 2.0 litros em 11%.
O que falta então para encorajar o desenvolvimento da
indústria local? Os desafios existem e, particularmente no Brasil, envolvem,
por exemplo, a proliferação de postos de recarga e incentivos à geração
individual de energia elétrica, como os que já existem em países da Europa e
nos Estados Unidos onde se admite a possibilidade do abatimento da energia
excedente ao ser devolvida à rede (abatida da próxima conta de luz). Aqui onde
há insolação e vento praticamente o ano todo, bem que poderiam ser criados
estímulos ao uso de células fotovoltaicas e geradores eólicos, cujos custos
estão caindo muito rapidamente a medida que seu uso se massifica mundialmente.
Outro ponto a ser discutido é o do desenvolvimento de mão de
obra especializada de engenharia para o desenvolvimento ou adaptação local
desse tipo de veículo no País.
No futuro não haverá apenas carros a combustão, nem só
elétricos. Certamente as tecnologias serão aplicadas onde fazem mais sentido, e
o consumidor saberá distinguir as vantagens dos elétricos e híbridos sobre os
convencionais, que vão além da energia mais barata e limpa - podem ser mais
duráveis e de mais baixo custo de manutenção. Acredito que a relação
custo-benefício definirá facilmente a decisão de compra.
Ronaldo Mazará Jr. é engenheiro e membro da Comissão Técnica de Veículos
Elétricos e Híbridos da SAE BRASIL
Fonte: Companhia
de Imprensa
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