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Nos 15 milhões de carros usados que são revendidos anualmente no Brasil, que seguem algumas referências de valores, como a tabela Fipe ou as cotações da Mobiauto, uma regra é praticamente imutável: o choque criado entre vendedor e comprador por causa da quilometragem do carro anunciado. Sempre, mas sempre mesmo, você viverá situações como as descritas a seguir:
“Gostei desse carro, mas a quilometragem tá alta... Faz um desconto?”, dirá o comprador.
Na outra ponta, o vendedor argumentará: “Não posso tirar mais nada. O carro tá com km muito baixo...”
Comum, não? Mas de quanto seria efetivamente essa variação por km? Há uma regra que bonifique carros pouco rodados ou sacrifique os que já têm o hodômetro mais alto?
Start-up do setor automotivo que mais cresceu em 2022 (aumento de 130% no faturamento) e um dos três maiores marketplaces de carros usados do país, a empresa acaba de realizar uma pesquisa inédita. O departamento de Dados e Estatísticas da Mobiauto calculou a variação de cotações de preços de dez campeões de vendas do mercado nacional, todos ano-modelo 2020, dos mais variados segmentos. Foram eles: Chevrolet Onix, Fiat Argo, Fiat Strada, Hyundai HB20, Jeep Renegade, Renault Kwid, Toyota Corolla, Toyota Hilux, VW Polo e VW T-Cross.
Com a palavra, o consultor automotivo e CEO da Mobiauto, Sant Clair de Castro Jr.: “Regra não há. Mas sabemos que o km médio que um brasileiro roda é 15 mil km por ano”, explica. O que nunca ninguém havia quantificado, no entanto, era o percentual de variação quando o km do seminovo é mais alto ou mais baixo. Castro Jr. prossegue: “Sei que essa conta é inédita. Mas como nossa base de dados é riquíssima, os cálculos foram bem simples: apenas usamos nossa amostragem de anúncios e apuramos as variações, com descobertas bem interessantes”, esclarece.
Em média, esses carros devem ter 45.000 km rodados, mas foi adotado o range de 35 mil a 55 mil km como os preços de “tabela”. “Em seguida, somente apuramos variação de cada um deles em outras faixas de km: abaixo de 25 mil km, de 25 mil km e 35 mil km e acima de 55 mil km”, explica o executivo da Mobiauto.
A boa notícia para quem tem os carros mais rodados é que, em média, o km mais alto deprecia esses carros 2020 em somente 2,62%. Mas há alguns modelos com variações mais agudas. Veja a tabela.
Por outro lado, os carros menos rodados, os tais “baixa km”, não expressam percentuais muito significativos. Se você é dono de um desses modelos 2020 e seu carro rodou entre 20 e 40% abaixo da média, para arredondar a conta, ele merece um acréscimo de 1,57% no valor de venda. Veja:
O executivo acentua que há uma tendência a aumentar essa valorização nos hatches, à medida que o percentual sobe nas unidades menos rodadas de Argo, Onix, HB20 e Polo. “O Kwid é a exceção que confirma a regra. Mas dá para concluir que, sim, o comprador de modelos dessa categoria está mais preocupado com quilometragem do que os demais segmentos, tanto que os vendedores conseguem repassar valores percentualmente maiores”, garante.
Por fim, as pérolas do mercado de seminovos, que são os modelos de “baixíssima km”, podem ter 3,25% de sobrepreço se tiverem menos do que 25 mil km rodados. Temos que lembrar que isso vale para veículos 2020. O certo seria calcular percentualmente: modelos com metade (ou menos) do km esperado, caso queiramos transportar esses novos ajustes de preços para carros de outros anos de produção”, diz Sant Clair. Veja a tabela:
Fonte: eduardopincigher@hotmail.com
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