quinta-feira, 23 de junho de 2016

Avaliação - JAC T5 1.5 JetFlex 2016


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Por Yuri Ravitz (texto e fotos)

Um dos segmentos mais badalados do mercado automotivo brasileiro nos últimos tempos é o dos "altinhos". Não importa se é um SUV, crossover ou pseudo-aventureiro; todo mundo quer uma visão mais ampla do trânsito, ou simplesmente estar na moda.

A chinesa JAC Motors trouxe dois de seus utilitários para o mercado, a fim de conquistar sua fatia nesse disputado nicho: foi o T6 no ano passado, com preços à partir de R$74.790 visando competir com o Honda HR-V e Jeep Renegade, e agora o T5 com preço inicial de R$59.990 e a ideia de bater de frente com Ford EcoSport e Renault Duster.



O T5 é o irmão menor e também protagonista do teste da vez. De cara chamam atenção o design atual (que inclusive remete a alguns modelos conhecidos) e a boa lista de equipamentos desde a versão de entrada que traz trio elétrico, faróis com acendimento automático, ar condicionado digital, sensores de ré, direção elétrica, dentre outras coisas. Parta para a versão top de linha (como esta do teste) e leve também luzes diurnas em LED, central multimídia com tela sensível ao toque e controles de tração e estabilidade.


Dirigir o T5 é muito fácil. O motor 1.5 JetFlex de 127cv e 15,7kgfm de torque faz uma boa dupla com o câmbio manual de 6 marchas, que privilegia o conforto ao manter o giro do motor sempre baixo, auxiliando na economia de combustível e no reduzido nível de ruído da cabine mesmo na estrada (a 110km/h o ponteiro do conta-giros se mantém na faixa dos 2000~2500rpm), porém não espere qualquer comportamento esportivo ou aceleradas vigorosas. A direção com assistência elétrica (mais leve que a hidráulica) e o ajuste de altura do banco do motorista conferem ao condutor a sensação de guiar um carro com desenvoltura de hatch médio e ergonomia de SUV.

O câmbio é bem elástico e não reclama de rodar em giros bem mais baixos, evitando reduzidas que seriam necessárias em outros modelos. O consumo na cidade se manteve na casa dos 9,2km/l, enquanto que na estrada subiu para 12km/l calculados pelo computador de bordo. São necessários 10,8 segundos para ir de 0 a 100km/h e a velocidade máxima, segundo a JAC, é de 194km/h.


Os controles de tração e estabilidade evitam que o carro saia de sua trajetória, e aliados à suspensão com calibragem voltada para asfalto liso conferem firmeza ao carro. Firmeza que, em contrapartida, condena os ocupantes em pisos mais acidentados. A traseira do T5 não chega a chacoalhar, mas tende a pular mais do que deveria em ondulações no asfalto.

Os bancos são confortáveis, mas ficariam melhores com apoios laterais. O encosto de braço pode ser deslocado para a frente, mas a falta de firmeza na fixação o coloca na posição de origem o tempo todo, dificultando seu uso. O ambiente interno é bonito e traz detalhes que imitam aço escovado, algumas partes em black piano e, no caso desta versão top, bancos revestidos em couro sintético com costura vermelha. A iluminação é azulada e faz contraste com o branco do painel de instrumentos. Apesar dos encaixes corretos, o painel merecia plásticos mais nobres e condizentes com o preço do modelo. Quatro adultos viajam com conforto e segurança, pois há encostos de cabeça e cintos de três pontos para todos, mas o túnel central elevado no assoalho traseiro pode gerar desconforto ao quinto passageiro.

Ao testar o T5, uma coisa fica clara: a JAC observou o consumidor brasileiro e aprendeu muito sobre seus gostos e expectativas. Com isso a marca criou um produto equilibrado, cuja principal arma é oferecer itens a um preço que a concorrência só disponibiliza por cifras bem mais altas. É fato que há competidores mais consagrados e que estão há mais tempo no mercado, entretanto, sair do lugar comum às vezes pode ser uma ótima alternativa. Se procura um SUV compacto, vale a pena dar uma passada na JAC mais próxima e conhecer por conta própria o T5.

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