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A
indústria brasileira de motocicletas registrou em junho 78.130 unidades
produzidas no Polo Industrial de Manaus (PIM), de acordo com dados da
Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores,
Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo. Este volume representa
uma alta de 427,6% em relação a maio do presente ano (14.809 unidades*),
mês em que as montadoras retomaram a produção de forma gradual.
(*) Diferentemente do que foi divulgado pela Abraciclo no balanço de maio
passado, o volume correto de produção de motocicletas naquele mês
totalizou 14.809 e não 14.609 unidades. O volume total precisou ser
ajustado em função de informações complementares enviadas por uma das
associadas da entidade após a divulgação dos dados daquele mês.
Na
comparação com junho do ano passado (68.121 unidades), houve uma alta
de 14,7%. Esse crescimento, no entanto, está relacionado ao período de
férias parciais registrado no ano passado em algumas fábricas de
motocicletas do PIM.
No
primeiro semestre de 2020 foram fabricadas 392.217 motocicletas,
correspondendo a uma redução de 27% na comparação com o mesmo período de
2019 (537.105 unidades).
“Esses números mostram que o setor registra uma retomada consistente.
Logo no início da pandemia, Manaus foi uma das cidades mais atingidas
pela covid-19 e agora, com o retorno gradativo da produção, o segmento
de motocicletas apresenta uma tendência de recuperação, cuja evolução
dependerá ainda da normalização das operações de varejo”, avalia Marcos
Fermanian, presidente da Abraciclo.
Fermanian acrescenta que existe também um nicho na demanda por
motocicletas constituído pelos cotistas contemplados de planos de
consórcio, que ainda não utilizaram suas cartas de crédito para adquirir
os veículos por razões diversas. “O consórcio tem uma participação
importante nos negócios com motocicletas e o objetivo das fabricantes e
suas concessionárias é atender estes clientes com eficiência e
qualidade, oferecendo os modelos exatos de produtos desejados por eles.
Juntamente com a retomada e evolução da produção, as fábricas tem
procurado adequar o mix de produtos para atender às necessidades destes
clientes, bem como de todos os compradores de motocicletas”, explica.
Segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios –
ABAC, há mais de 100 mil cotas contempladas de planos de motocicletas,
no País, com crédito pendente de utilização.
Em relação à revisão das projeções de produção e vendas do setor
originalmente feitas para 2020, Marcos Fermanian esclarece que isso
ainda não é possível de ser feito com a devida precisão, tanto por conta
do cenário atual, bastante complexo, quanto à instabilidade do
comportamento do mercado. “Estamos acompanhando a implementação das
medidas de saúde pública, prevenção ao contágio pelo coronavírus e
combate aos impactos da pandemia e, simultaneamente, analisando como as
operações comerciais se desenvolvem nesse contexto. Acreditamos que mais
à frente já será possível rever as projeções, considerando que o
mercado nacional de motocicletas, assim como em outros setores
econômicos, tem sido bastante impactado pela pandemia”, completa.
VENDAS NO ATACADO
Em
junho, as fábricas venderam no atacado – para suas concessionárias –
76.189 motocicletas, representando um crescimento de 315,1% no
comparativo com maio (18.355 unidades) e elevação de 5,6% ante junho do
ano passado (72.121 unidades).
No
acumulado do primeiro semestre do presente ano, as vendas no atacado
somaram 377.119 unidades, significando uma queda de 28,7% na comparação
com o mesmo período de 2019 (528.893 unidades).
DESEMPENHO POR CATEGORIA
Em
junho, a Motoneta foi a categoria que registrou maior crescimento em
termos de variação percentual. Foram comercializadas 12.714 unidades,
volume 9.832,8% superior ao registrado no mês anterior (128 unidades).
Na comparação com junho do ano passado (9.426 unidades), houve uma alta
de 34,9%.
Em
números absolutos, a Street se manteve como a categoria mais
comercializada no atacado, em junho, com 41.177 unidades, o que
representou um aumento de 442,3% em relação a maio (7.593 unidades) e um
crescimento de 11,5% na comparação com junho de 2019 (36.938 unidades).
No
acumulado do primeiro semestre do presente ano, a Street segue como a
categoria líder no Brasil, com 194.229 unidades e 51,5% de participação.
Em segundo lugar ficou a Trail, com 69.835 unidades e 18,5% de
participação, seguida pela Motoneta, com 55.189 unidades e 14,6% de
participação.
EMPLACAMENTOS
Os
emplacamentos registraram alta em junho na comparação com maio do
presente ano. Segundo levantamento do Registro Nacional de Veículos
Automotores (Renavam) analisado pela Abraciclo, foram licenciadas 45.855
motocicletas, representando um aumento de 57,1% na comparação com maio
(29.192 unidades) e um recuo de 42,7% em relação a junho de 2019 (80.023
unidades).
“A alta no número de emplacamentos de junho em comparação com maio, no
entanto, em parte também inclui vendas realizadas no mês anterior,
quando os Detran’s não se encontravam em operação plena e, em vários
estados, quase não efetuaram licenciamentos”, lembra o presidente da
Abraciclo.
Com
20 dias úteis, a média diária de vendas em junho foi de 2.293
motocicletas, a menor para o mês desde 2003 (3.107 unidades). Na
comparação com maio (1.460 unidades/dia), no entanto, que também teve 20
dias úteis, ocorreu uma alta de 57,1%. Em relação a junho de 2019
(4.212 unidades/dia, em 19 dias úteis), houve um recuo de 45,6%.
Com
18.299 unidades, a região Sudeste foi a que mais emplacou motocicletas
em junho no Brasil. Na sequência vieram Nordeste (13.190 unidades),
Norte (5.657 unidades), Sul (4.651 unidades) e Centro-Oeste (4.058
unidades).
O
estado de São Paulo voltou a liderar o ranking de licenciamentos com
13.294 unidades, seguido por Minas Gerais (4.008 unidades), Maranhão
(3.428 unidades), Pará (2.903 unidades) e Bahia (2.689 unidades).
No
acumulado do primeiro semestre do ano, as vendas no varejo somaram
350.141 unidades, representando uma retração de 33,9% na comparação com o
mesmo período de 2019 (530.034 unidades).
EXPORTAÇÕES
As
exportações em junho totalizaram 2.945 unidades, significando um
aumento de 1.147,9% na comparação com maio (236 unidades) e uma elevação
de 3,2% ante as 2.854 motocicletas embarcadas para o exterior no mesmo
mês de 2019.
De acordo com dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os volumes de embarques totais de cada mês, analisados
pela Abraciclo, os três principais mercados para as motocicletas
produzidas no PIM foram Colômbia (372 unidades e 63,9% do volume total
exportado), Estados Unidos (157 unidades e 27%) e Austrália (48 unidades
e 8,2%).
No
acumulado do primeiro semestre do ano, foram exportadas 10.432
motocicletas, correspondendo a uma queda de 48,8% na comparação com o
mesmo período do ano passado (20.392 unidades). A Argentina foi o
principal destino (4.285 unidades e 40,6% do total exportado), seguida
por Colômbia (1.744 unidades e 16,5%) e Estados Unidos (1.451 unidades e
13,8%).
Fonte: SD&PRESS Consultoria
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