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Andar de motocicleta pode ser considerada uma atividade de
risco. Por isso, é essencial que o usuário esteja com todos os equipamentos em
ordem, especialmente os pneus, que são os únicos pontos de contato do veículo
com o solo. Pensando na segurança dos motociclistas, a legislação proíbe, desde
2004, o uso de pneus reformados em veículos de duas rodas.
“O papel do pneu em veículos de duas ou três rodas é
fundamental para a segurança do motociclista, porque, em caso de falha, pode
causar perda total de controle. Por isso, o uso dos pneus originais e em bom
estado é fundamental para garantir segurança, conforto ao rodar, aderência nas
acelerações e frenagens, equilíbrio e movimento de inclinação do veículo”,
explica Klaus Curt Müller, presidente da ANIP.
Um estudo realizado em 2013 pela Abraciclo, em parceria com
a FMUSP e HCFMUSP, aponta que 8% dos acidentes com motociclistas são causados
por problemas de manutenção, sendo que os piores itens de conservação
observados foram pneus (11%) e freios (7%).
Questões técnicas
O pneu de motocicleta não foi projetado para ter uma segunda
vida. Isso acontece porque a carcaça, que serve de estrutura do pneu, sofre um
grande desgaste ao fim de sua primeira vida, impactando o pneu como um todo. As
reduzidas espessuras dos materiais dificultam a raspagem e há grande chance da
formação de rugas, bolhas e má adesão quando há aplicação do material de
reforma.
Deste modo, as tensões e deformações da área de contato do
pneu com o solo interferem na sua geometria e assimetria, e favorecem o
possível descolamento da estrutura reconstruída. A má condição das ruas e
estradas também acelera a fadiga dos materiais, mediante sucessivos impactos
que podem causar uma avaria acidental.
A dirigibilidade e segurança dependem da geometria da suspensão
da motocicleta. Alguns ângulos são fundamentais para isto, entre eles o camber,
que é o ângulo criado quando a motocicleta se inclina durante uma curva, sendo
que traseiro é diferente do dianteiro. A dinâmica da realização de uma curva
sem escorregamento do motociclista depende da curvatura do pneu, que pode ser
prejudicada, em caso de reforma. Por esses motivos, o prolongamento do uso do
pneu duas rodas interfere diretamente na dirigibilidade.